Estudo comparativo sobre desempenho de diferentes métodos de ensino no país asiático conta com a participação da aluna Carolina Bromfman
Tiago Cordeiro
Durante cinco semanas em Chicago, presencialmente, e outras cinco de forma remota a partir de São Paulo, a aluna Carolina Bromfman, de 20 anos, do curso de Administração do Insper, participou de um projeto de pesquisa desenvolvido na Universidade de Chicago para o governo do Paquistão. Parte de uma série de trabalhos aplicados para diferentes aspectos da economia e da sociedade do país asiático, incluindo o uso de estratégias para avaliar a desigualdade de gênero no mercado de trabalho, a iniciativa é conduzida pela economista e professora Christina Brown.
Carolina atuou em uma iniciativa específica, que compara diferentes métodos de ensino do Paquistão para encontrar aquele que é mais eficiente. “Utilizamos o Item Response Theory, um método matemático conhecido e bastante utilizado no meio acadêmico, para ajudar os gestores públicos a produzir políticas públicas educacionais que alcancem os melhores resultados possíveis”, ela explica.
A experiência foi desafiadora. “Eu não sabia muto bem me comunicar no nível acadêmico com professores em inglês. Eles têm um modo muito específico para trocar e-mails, maneiras próprias de se referir a professores. Fui aprendendo ao longo da experiência. Foi importante ter a oportunidade de frequentar o âmbito acadêmico fora do Brasil.”
Carolina foi uma dos cinco estudantes do Insper selecionados para o Summer Institute in Social Research Methods (SISRM), um programa de verão desenvolvido pela Universidade de Chicago e que recentemente passou a aceitar alunos de instituições de ensino de outros países. A universidade americana tem 130 anos de história, atende a mais de 18 mil estudantes de graduação e já recebeu, entre professores e alunos, 97 vencedores do Prêmio Nobel. O SISRM de 2023 aconteceu de 12 de junho a 19 de agosto, e a parceria com o Insper conta com o apoio financeiro da Fundação Haddad.
“Tive aulas de Survey Data Analysis, que, além de ser um tema pelo qual me interesso, agregou muito além do conteúdo da aula. Ter a oportunidade de participar de atividades de uma instituição do porte da Universidade de Chicago foi valioso. E demonstrou como diferentes pessoas pensam e elaboram críticas à produção umas das outras”, diz a aluna.
“As pessoas de lá têm um jeito diferente de pensar o mundo, de fazer perguntas”, ela prossegue. “O convívio com a comunidade acadêmica foi agregador. Estávamos cercados de muita gente inteligente, desenvolvendo projetos relevantes. Em alguns casos foi surpreendente. Nem imaginei que houvesse pesquisas sobre vários dos temas desenvolvidos lá.”
A estudante soube da possibilidade de visitar Chicago, uma cidade de 2,7 milhões de habitantes, perto do final do período de inscrições. “Recebi o e-mail comunicando que tinha sido aprovada nas férias de verão. Tive tempo para programar a viagem”, afirma. O convívio com os outros quatro colegas escolhidos, que não se conheciam bem antes de participar do programa, representou um diferencial importante, ela aponta.
“A troca de experiências e impressões foi ótima. Também fiquei próxima de uma aluna da Universidade de Chicago que participava do mesmo projeto que eu.” As instalações eram novas, ela lembra. “Cada aluno recebeu um quarto próprio, a alimentação era ótima, com pratos típicos de diferentes lugares do mundo. Teve até o dia de comida brasileira.”
A universidade não estava lotada, já que o período de verão é caracterizado pelas férias de boa parte dos alunos. Mas os brasileiros e os estudantes americanos que também participavam do programa de verão tiveram a oportunidade de conhecer a cidade, cujo centro é facilmente acessível pelo metrô. “Muitas vezes almoçamos na cidade. Foi ótimo ter a oportunidade de conhecer uma metrópole tão rica quanto Chicago”, diz Carolina.