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Falta de engajamento dos trabalhadores custa 9% do PIB global, diz estudo

Relatório do instituto Gallup aponta que quase 60% dos funcionários no mundo se encontram em situação de “quiet quitting”, ou demissão silenciosa

Relatório do instituto Gallup aponta que quase 60% dos funcionários no mundo se encontram em situação de “quiet quitting”, ou demissão silenciosa

 

No mais recente relatório “State of the Global Workplace”, divulgado pelo instituto Gallup, os pesquisadores observaram que o engajamento dos trabalhadores no mundo teve um crescimento notável em 2022, atingindo o seu nível mais alto — 23% — desde que a empresa começou a fazer essa medição, em 2009. Boa parte desse ganho deveu-se a uma recuperação de 7 pontos percentuais no engajamento no sul da Ásia, que inclui a Índia, o país que neste ano se tornou o maior do mundo em população, segundo projeções da ONU. O sul da Ásia agora lidera o mundo em engajamento, com um índice de 33% de pessoas motivadas no trabalho.

No entanto, em meio a esses dados positivos, o Gallup identificou um problema preocupante: quase seis em cada dez funcionários no mundo se encontram em situação de “quiet quitting” (demissão silenciosa) — os profissionais tendem a fazer só o mínimo necessário para preservar o emprego. Esse fenômeno não apenas afeta a produtividade, como também resulta em níveis mais elevados de estresse entre os trabalhadores, com implicações de longo alcance para a economia global.

O estudo classifica os trabalhadores em três tipos em termos de engajamento:

Thriving at work (engajados): são funcionários que consideram seu trabalho significativo, têm orgulho do que fazem e se sentem conectados à equipe e à organização.

Quiet quitting (não engajados): são funcionários que estão apenas ocupando uma cadeira e vendo o relógio. Fazem o mínimo de esforço necessário e estão psicologicamente desconectados da organização.

Loud quitting (ativamente desengajados): são funcionários que tomam atitudes que prejudicam diretamente a organização, prejudicando seus objetivos e se opondo a seus líderes, causando crises constantes.

De acordo com o relatório, a falta de engajamento dos funcionários custa à economia global impressionantes 8,8 trilhões de dólares, o equivalente a 9% do PIB global. A pesquisa do Gallup destaca o papel fundamental que a liderança e a gestão desempenham na influência da motivação no local de trabalho. Fazendo mudanças simples e baseadas em ciência nas práticas de gestão, as organizações podem explorar melhor o potencial de seus funcionários, o que levará ao crescimento econômico e à prosperidade, afirma o estudo.

 

 

Grau de estresse

Embora o mundo tenha se recuperado do pior impacto da pandemia no emprego, os níveis de estresse entre os funcionários permaneceram alarmantemente altos. Em 2022, de acordo com o relatório, 44% dos funcionários disseram ter experimentado muito estresse no dia anterior em que foram entrevistados na pesquisa. Essa tendência persistiu em todas as regiões, com o leste da Ásia, incluindo a China, relatando níveis de estresse em patamares similares aos dos Estados Unidos e do Canadá. Jovens trabalhadores e funcionários em regime de teletrabalho no leste asiático apresentaram níveis particularmente altos de estresse diário, tornando-os os trabalhadores mais estressados do mundo — mais de 60% se declararam nessa condição. O alto nível de estresse pode ser devido à pressão econômica, já que muitas regiões do mundo lutam para controlar a alta inflação.

O ressurgimento de oportunidades de emprego em 2022 trouxe boas notícias para os trabalhadores, oferecendo mais opções para encontrar um emprego satisfatório. No entanto, o relatório constatou que mais da metade dos trabalhadores em todo o mundo expressou algum nível de intenção de deixar seus empregos atuais, indicando que mais oportunidades de emprego podem levar a uma maior competição por talentos. Funcionários engajados demonstraram maior lealdade às suas organizações, requerendo aumentos salariais significativamente maiores para considerar uma mudança em comparação com funcionários desengajados.

O relatório desmistificou o debate sobre o trabalho remoto, híbrido ou totalmente presencial, revelando que o engajamento tem uma influência maior nos níveis de estresse dos funcionários do que o local de trabalho. Ou seja, os sentimentos de pertencimento e entusiasmo no trabalho diário têm um impacto maior na redução do estresse do que o local físico onde os funcionários executam suas tarefas.

Em conclusão, o relatório do Gallup serve como um alerta para que os líderes priorizem o engajamento e o bem-estar dos funcionários como fatores essenciais para impulsionar o sucesso econômico e criar locais de trabalho mais favoráveis. Ao reconhecer e abordar a questão do “quiet quitting”, as organizações podem cultivar uma força de trabalho motivada e próspera, contribuindo para um futuro mais promissor tanto para as empresas quanto para a sociedade como um todo.

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