Programa do curso se baseou em livro dos professores Ricardo Paes de Barros e Laura Muller Machado, que propõem a figura do agente de desenvolvimento da família

 

 

Nos dias 4 e 5 de julho, o Insper realizou um curso da área de educação executiva baseado no livro Diretrizes para o desenho de uma política para a superação da pobreza, dos economistas Ricardo Paes de Barros, professor titular do Insper, e Laura Muller Machado, coordenadora dos programas de pós-graduação em Gestão Pública do Insper.

O curso contou com a participação de representantes dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal e também do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Estiveram na abertura Claudio Haddad, presidente do Conselho Deliberativo do Insper, Guilherme Martins, presidente do Insper, e Marcelo Orticelli, vice-presidente do Insper.

Durante as aulas, foram abordados diversos temas, incluindo a superação da pobreza por meio de um programa eficaz de transferência de renda direcionado às pessoas em situação de vulnerabilidade social e a criação de condições para que as famílias alcancem sua autonomia financeira.

O curso apresentou o desenho de uma política de combate à pobreza que combina inclusão produtiva com transferências de renda, seguindo a proposta do livro lançado no fim do ano passado. Uma das abordagens discutidas foi a figura do “agente de desenvolvimento da família”, um profissional que acompanha e apoia as famílias no estabelecimento de um plano para alcançar sua autonomia.

Os autores do livro ressaltam que a superação da pobreza requer um processo de inclusão produtiva adaptado à realidade da sociedade. Além de proporcionar oportunidades de trabalho, é necessário garantir o acesso das famílias a recursos e serviços essenciais, como educação, saúde, saneamento básico e moradia adequada. A capacitação e o treinamento também são importantes para melhorar as habilidades e a empregabilidade dos membros das famílias.

Nesse contexto, os agentes de desenvolvimento da família podem desempenhar um papel fundamental. Eles são profissionais de áreas como assistência social, educação, saúde ou outras especialidades, que trabalham diretamente com as famílias, oferecendo suporte, orientação e assistência para superar as barreiras e conectando-as aos serviços e programas disponíveis.

Conforme destacado por Paes de Barros e Machado, a atuação do agente de desenvolvimento da família pode ser viabilizada pela ampla presença do Sistema Único de Assistência Social (Suas), responsável pela coordenação dos programas sociais. Em 2020, verificou-se que 99% dos municípios brasileiros contavam com pelo menos um Centro de Referência da Assistência Social (Cras). Além disso, existem aproximadamente 540.000 agentes comunitários de saúde e agentes sociais já engajados no trabalho com comunidades pobres e vulneráveis no Brasil, os quais poderiam reforçar o acompanhamento familiar.

Uma das alunas que participaram do curso, Miranir Januário Gil de Oliveira, coordenadora de Implementação e Acompanhamento da Secretaria Adjunta de Programas e Projetos Especiais de Atenção à Família da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania de Mato Grosso, destacou a importância das aprendizagens proporcionadas pelo curso. “O curso nos proporcionou importantes aprendizagens para qualificar o trabalho junto ao nosso Programa de Transferência de Renda Estadual.  Forneceu subsídios para melhor diálogo interno e instrumentalidade, com vistas ao aprimoramento do Programa Ser Família Estadual”, disse Miranir. “Participar de um espaço de discussão, com instituições como MDS, Fonseas (Fórum Nacional de Secretários/as de Estado da Assistência Social) e secretários estaduais de Assistência Social, em conjunto com a direção do Insper.