[{"jcr:title":"Os desafios de sustentabilidade da agricultura brasileira são tema de livro coeditado por pesquisadora do Insper"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"Os desafios de sustentabilidade da agricultura brasileira são tema de livro coeditado por pesquisadora do Insper","jcr:description":"A obra em inglês, voltada para público internacional, destaca o potencial de expansão desse setor com base na intensificação produtiva sustentável"},{"subtitle":"A obra em inglês, voltada para público internacional, destaca o potencial de expansão desse setor com base na intensificação produtiva sustentável","author":"Ernesto Yoshida","title":"Os desafios de sustentabilidade da agricultura brasileira são tema de livro coeditado por pesquisadora do Insper","content":"A obra em inglês, voltada para público internacional, destaca o potencial de expansão desse setor com base na intensificação produtiva sustentável   Bruno Toranzo   O livro [ Sustainability Challenges of Brazilian Agriculture – Governance, Inclusion, and Innovation ](https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-031-29853-0) (em português: “Os Desafios de Sustentabilidade da Agricultura Brasileira – Governança, Inclusão e Inovação”) traz as duas facetas desse setor no Brasil: a negativa, que se intensificou nos últimos anos por causa do desmatamento na Amazônia, alcançando repercussão internacional, mas principalmente a positiva, ainda pouco conhecida pelo mundo, mas que apresenta níveis elevados de produtividade com respeito ao meio ambiente. “Na Europa, especialmente, a agricultura brasileira é vista como predadora, como vilã do meio ambiente, por causa do desmatamento. Mas existe o outro lado, que tem permitido ao Brasil se tornar um dos principais fornecedores mundiais de alimentos por meio da agricultura intensiva sustentável, que tem sido praticada de forma bem-sucedida há mais de 20 anos”, destaca Camila Dias de Sá, professora e pesquisadora no Insper Agro Global. Ela é um dos editores da obra, ao lado de Niels Søndergaard e Ana Flávia Barros Platiau, ambos professores da Universidade de Brasília (UnB). O livro, uma parceria entre o Insper e o Instituto de Relações Internacionais da UnB, foi lançado em inglês pela editora Springer, que mantém parcerias com universidades do mundo inteiro, permitindo a elas acesso gratuito. O conteúdo foi escrito em inglês para atingir esse público internacional a fim de mostrar principalmente os aspectos positivos da agricultura brasileira, com destaque para as boas práticas de cultivo, altamente tecnológicas, que contribuem para a preservação do meio ambiente. Segundo Camila, no Brasil, por meio da intensificação sustentável na agricultura, é possível aumentar a produtividade em vez de ampliar as áreas dedicadas a essa atividade. Nas últimas décadas, a paisagem rural brasileira tem passado por uma transformação profunda, com utilização intensiva de tecnologia. Mas os desafios de sustentabilidade ainda são imensos. Por exemplo, cerca de metade dos 160 milhões de hectares de pastagens no país, o equivalente às áreas combinadas de França, Itália, Reino Unido e Espanha, encontram-se com algum nível de degradação. O livro discute, por exemplo, estratégias para mudar esse cenário.   Recuperação do solo “A Europa tem uma visão de sustentabilidade diferente da nossa, buscando empregar práticas mais extensivas com baixa utilização de insumos e tecnologias, resultando em menor eficiência produtiva e estagnação da produtividade. Já no Brasil, o objetivo é inverso: a concepção é produzir mais em menos espaço, poupando assim a utilização dos recursos naturais, principalmente terra. Isso implica intensificar a produção por meio de mais tecnologia e eficiência para melhorar a produtividade. Fazemos até três safras anuais. Nenhuma agricultura do mundo mantém o solo tão bem ocupado como nós”, diz Camila. A cobertura constante tem potencial de sequestrar carbono pelo solo e elevar a matéria orgânica, evitando assim a emissão de gases de efeito estufa e melhorando a produtividade. O crescimento da produção agrícola brasileira entre o final do século 20 e o começo do 21, na visão dos autores da obra, é uma das transformações agrícolas mais rápidas e abrangentes da história, com impactos no sistema global de alimentos. Enquanto isso levou a um aumento colossal da produção, chamou também a atenção para questões como desmatamento, preservação da biodiversidade e das comunidades locais. Sendo assim, na visão deles, o alinhamento de expansão da agricultura e preservação ambiental está entre os maiores desafios do país, com impacto na sua imagem internacional. Nesse contexto, os aumentos frequentes dos índices de desmatamento no bioma da Amazônia, causado principalmente pela atividade ilegal, ao lado da urgência por resposta às mudanças climáticas e à preservação da biodiversidade, têm pressionado o país, que se comprometeu a zerar suas emissões de carbono até 2050. Esse compromisso perante a comunidade internacional pela descarbonização exige o enfrentamento do desmatamento ilegal e a redução das emissões de carbono geradas pela agricultura.   Multiplicidade de temas Ao todo, o livro traz 20 capítulos que abordam, sob perspectivas diversas, a multiplicidade de temas relacionados aos desafios de sustentabilidade do agro brasileiro: modelos sustentáveis de produção agrícola, mercados de carbono, inclusão social, energias renováveis de biomassa, dicotomias do mundo rural brasileiro, governança ambiental na era da agricultura digital, oportunidades e desafios de ESG e da bioeconomia. A obra também busca oferecer uma dimensão internacional, tratando de questões como a economia política global envolvendo a questão climática e a sustentabilidade nas relações comerciais do Brasil com a China e a Europa. A governança pública e privada do setor também é explorada em diferentes capítulos, com apresentação de estratégias jurisdicionais, análise de incentivos relacionados à governança fundiária, os múltiplos desafios relacionados à efetiva implementação do Código Florestal e os esforços dos órgãos reguladores públicos em diferentes níveis para garantir uma governança ambiental efetiva. Outros capítulos examinam a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e as iniciativas de rastreabilidade e monitoramento desenvolvidas pelas indústrias de carne bovina e soja com o objetivo de garantir cadeias de fornecimento de matérias-primas livres de desmatamento no Brasil. Para acessar o livro na íntegra, clique [aqui](https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-031-29853-0) .  "}]