História do Pensamento Econômico foi a primeira disciplina obrigatória da graduação a participar da iniciativa COIL
Leandro Steiw
Pela primeira vez, uma disciplina da grade obrigatória de graduação participou de uma atividade de internacionalização COIL (Collaborative Online International Learning) no Insper. A turma de História do Pensamento Econômico, do quarto semestre do curso de Economia, interagiu com colegas da Budapest Business School (BBS), da Hungria. O professor Pedro Garcia Duarte, do Insper, e a professora Gyöngyi Csongrádi, da BBS, escolheram o tema “Por que precisamos da intervenção do governo na economia?”.
Os estudantes puderam aprofundar os seus conhecimentos sobre economia e discutir as relações entre a situação econômica atual e as teorias econômicas em seu contexto histórico. Eles se reuniram semanalmente, em sete grupos de três alunos do Insper e três da BBS. O exercício resultou em um vídeo de cinco minutos, no qual cada grupo tratou de um tópico: mercado de petróleo, assistência médica, marketing e publicidade, mercado financeiro, mercado de trabalho, energia, educação infantil e ensino fundamental.
A atividade Coil é uma inserção planejada entre dois ou mais professores de universidades e países diferentes com o objetivo comum de trazer para as suas turmas a perspectiva internacional sobre um ou mais temas. Organizada pelo departamento de Relações Internacionais do Insper, esse tipo de iniciativa faz parte do planejamento estratégico para internacionalização dos cursos da escola.
Para Duarte, a atividade ajuda a democratizar e normalizar a experiência internacional entre os graduandos — particularmente para aqueles que, por razões diversas, não fizerem um período de intercâmbio fora do Brasil. “Eles podem ter a experiência de interagir com pessoas de culturas diferentes e de lidar com diferenças diversas de organização do trabalho e, inclusive, de fuso horário”, diz Duarte. “Quando ingressarem no mercado de trabalho, dependendo da posição que alcançarem, essas experiências serão muito recorrentes.”
A produção de vídeos curtos oferece um desafio extra, por se tratar de uma linguagem que habitualmente extrapola os atributos dos cursos de ciências humanas, centrados na escrita. Mas houve uma preparação que garantisse bons resultados. Depois da dinâmica de apresentação de professores e alunos e das aulas iniciais de Duarte e Gyöngyi, os grupos precisavam entregar tarefas intermediárias, informando referências de dados e autores sobre intervenção governamental na economia. Foram sete semanas de interação até a versão final do vídeo.
Como os alunos húngaros cursavam uma disciplina de Introdução à Economia, eles ficaram responsáveis pelo levantamento de dados, enquanto os colegas brasileiros enquadravam essa análise no contexto histórico do desenvolvimento de ideias e teorias econômicas. Juntos, puderam dar uma visão geral e crítica sobre a perspectiva do setor escolhido.
Sophia Pinheiro Bahia Putti, uma das alunas que participaram da atividade, considerou a oportunidade de desenvolvimento profissional e pessoal. “Do ponto de vista pessoal, todo aprendizado e prática da língua inglesa e de um idioma novo é relevante para o futuro”, afirma. “Esse também pode ter sido o principal desafio na minha visão, pois devemos ser claros e objetivos durante as reuniões entre o grupo. Saber passar todas as informações entre os membros, para que todos estejam de acordo com o que está sendo feito e pesquisado, nos leva a ter necessidade de ser claros e dinâmicos durante as interações com o grupo, respeitando o processo de aprendizado e a maneira como as pesquisas são elaboradas em cada cultura.”