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Como a Ana Health cresceu das aulas do Insper para a lista “Melhores para o Brasil”

Aluno e professor enfrentaram o desafio de tirar do papel a empresa de planos de saúde preventiva prototipada no MBA Executivo e no Centro de Empreendedorismo

Aluno e professor enfrentaram o desafio de tirar do papel a empresa de planos de saúde preventiva prototipada no MBA Executivo e no Centro de Empreendedorismo

Olívio Souza Neto e Víctor Macul, fundadores da startup Ana Health
Olívio Souza Neto e Víctor Macul, fundadores da startup Ana Health

 

Leandro Steiw

 

A Ana Health, startup de benefício de saúde que nasceu nas salas de aula do Insper, é destaque na categoria Clientes e Fornecedores da lista “Melhores para o Brasil”, da Humanizadas, agência de rating ESG (práticas ambientais, sociais e de governança). “É o segundo ano consecutivo que participamos da pesquisa e, pela segunda vez, conseguimos estar entre as melhores”, diz Víctor Macul, fundador e sócio da Ana Health. A distinção vem acompanhada de nomes tradicionais como Magalu, Reserva, Arezzo e Dengo.

Para Macul, que também é professor de educação executiva e no Programa Avançado em Data Science e Decisão no Insper, esse reconhecimento sobressai porque coloca a Ana Health ao lado de grandes marcas brasileiras. “O destaque vem de uma avaliação que olha para todos os nossos clientes, os familiares dos funcionários, o nosso time, as lideranças internas, os nossos fornecedores e as pessoas que nos seguem, acompanhando o nosso trabalho em redes sociais”, afirma.

Olívio Souza Neto, idealizador, fundador e sócio da Ana Health, atribui a classificação da agência de rating ao valor basilar da empresa, que não está apenas na margem de lucratividade. “Somos inspirados como colaboradores e, dessa forma, temos um convívio muito humanizado na empresa”, afirma. “Quando essa humanização atinge os nossos fornecedores e os nossos associados, é um orgulho enorme. Sabemos que é só o começo, que as empresas crescem e que tudo pode ser cada vez mais difícil. Mas a jornada vai se tornando mais orgânica se você já tem essa cultura ou esse status dentro da empresa.”

A avaliação da pesquisa “Melhores para o Brasil” considera a reputação da marca, os princípios de gestão, a cultura organizacional e as narrativas de riscos e oportunidades dos stakeholders. “As práticas medidas pela Humanizadas julgam vários aspectos da organização, mas tudo se relaciona com o propósito que move cada uma das nossas engrenagens: democratizar o acesso à saúde, trazer conveniência e poder mudar de alguma forma o cenário da indústria de saúde”, afirma Macul.

A Ana Health foi fundada em fevereiro de 2021, em plena pandemia da covid-19, na segunda onda de transmissão do vírus. Entretanto, a gestação se deu meses antes, nas atividades do MBA Executivo do Insper. Em 2020, Macul coordenava o Centro de Empreendedorismo (CEMP) e Souza Neto começou a cursar a pós-graduação. “Conheci o Olívio dentro do Empreenda, a competição de empreendedorismo que organizávamos todos os anos”, recorda Macul. “Ele aplicou o projeto da Ana Health ainda no papel. Durante a competição, fomos nos aproximando e fui conhecendo mais da indústria de saúde também, a partir do conteúdo que ele me trazia.”

 

Do caroço à semente

Médico especializado em robótica e cirurgias minimamente invasivas, Souza Neto trabalhou em hospital público em São Paulo e no Rio de Janeiro e, por quase três anos, teve experiências em hospitais e clínicas na Inglaterra e na Alemanha. Portanto, pôde estudar os sistemas de saúde de dois países europeus e compará-los com o modelo brasileiro. Em poucas palavras: observando a relação entre medicina e pacientes, germinava a ideia da startup, completamente avaliada, criticada e prototipada dentro do Insper.

Na competição do Centro de Empreendedorismo, Macul saía da posição de simples avaliador. “Eu trabalhava junto com os mentores do centro, lado a lado com as empresas”, diz. “Os estudantes e os ex-estudantes iam demandando contribuições de mim e dos outros mentores e mentoras da escola ao longo da competição. Nesse processo de conhecer o Olívio, eu diria que ele aproveitou até o caroço do que tínhamos para oferecer sobre empreendedorismo enquanto instituição.”

Se havia plantão de esclarecimento de dúvidas, lá estava Souza Neto com as anotações da Ana Health. “Ele queria aproveitar o tempo para discutir o projeto”, afirma Macul. “É gostoso para quem está do outro lado quando vê pessoas engajadas a esse ponto, e que vão trazendo questionamentos, evolução e desafios para mergulharmos juntos a cada novo encontro. E acabei estudando por fora para poder contribuir de fato com o projeto.”

No final de repetidas sessões de conversa e mão na massa, existia um modelo conceitual e de negócio da empresa pronto. Só faltava tirar do papel. Talvez nem tenha sido uma surpresa para ambos, mas Souza Neto convidou Macul a pôr a startup para rodar. “Foi uma pergunta que mexeu comigo”, rememora o professor. “Eu acreditava naquilo, havia muito propósito envolvido. Havia potencial, num ponto de vista sistêmico, de mudar a forma como a indústria de saúde funciona.”

O ponto central era, com o auxílio da tecnologia, gerar uma boa experiência de atendimento, facilitando a convivência entre os pacientes e os profissionais de saúde. As consultas são totalmente remotas e estão disponíveis a qualquer hora, nos sete dias da semana.

A empresa garante que a sua equipe de saúde resolve até 90% das ocorrências sem necessidade de encaminhamento para outros especialistas. Com a finalidade de prevenir doenças futuras, cada histórico de saúde é analisado por inteligência artificial. “Buscamos criar um ambiente dentro da empresa no qual os profissionais de saúde se sintam à vontade e acreditem naquilo que estão fazendo”, diz Macul. “Assim, é natural que eles vão atender bem as pessoas e que teremos um serviço mais humanizado.”

 

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