Mais do que uma bolsa: para Julia Lepore, ex-aluna bolsista do Insper formada em Administração, o apoio da instituição foi fundamental para seus estudos

 

Bárbara Nór

 

 

Determinação. Essa é a palavra por trás da trajetória de Julia Lepore, 24 anos, formada em Administração no Insper em 2021 e analista de customer experience no Gympass, plataforma de benefício corporativo na área de saúde e bem-estar.

Já aos 10 anos, ela decidiu que precisava aprender a falar inglês. Nascida em São Paulo, Julia ouvia com frequência seus pais dizerem que era preciso falar inglês e fazer uma boa faculdade para poder ingressar no mercado de trabalho. “Sempre fui muito preocupada com isso. Já nessa idade pensava que teria que trabalhar um dia e por isso precisava me preparar.” Uma de suas metas era fazer um intercâmbio nos Estados Unidos para ter uma experiência no currículo.

Cinco ano depois, ela concretizou o plano, mesmo não tendo tantos recursos para estudar fora. Procurou uma agência e encontrou um programa em que ela poderia estudar em uma escola pública americana, se hospedar de graça na casa de uma família voluntária e trabalhar nas horas livres cuidando de crianças para se manter por lá. A única despesa que teria que pagar seria a da agência. A experiência deu tão certo que até hoje Julia é amiga da família que a hospedou.

Outro fruto do intercâmbio foi o interesse em cursar Administração, graças a matérias de negócios que teve na escola americana. Julia mais uma vez foi atrás de seus objetivos. Até então, ela conta, a ideia era estudar na USP, já que sabia que sua família não poderia arcar com as despesas de uma faculdade privada — durante toda sua vida escolar, ela fora bolsista em uma pequena escola de bairro em que nasceu na zona sul de São Paulo.

“Comecei a pesquisar sobre os cursos de Administração e foi aí que descobri o Insper”, relata Julia. “E acabei escolhendo a faculdade por causa da estrutura, do corpo acadêmico e da sua reputação no mercado de trabalho.”

Outro fator fundamental foi o Programa de Bolsas oferecido pelo Insper. “O programa do Insper é fantástico, porque realmente dá oportunidade para as pessoas, contanto que você tenha interesse e disposição para estudar.”

 

O desafio da adaptação

No início, o curso foi desafiador. “Diversas matérias tinham muita matemática, uma matéria que tinha sido fraca na minha escola”, conta Julia, que entrou na graduação aos 17 anos. “Mas fui me adaptando e seguindo em frente.” Para isso, ela afirma ter contado com o incentivo e o apoio do responsável pelo programa de bolsas do Insper.

“Ele se importava demais com nós, bolsistas, e fazia com que a gente se mantivesse com boas notas e se engajasse em atividades extracurriculares.” Julia, por exemplo, participou da Vega Cultural, grupo que promovia atividades como apresentações de arte e mostras culinárias no Insper. Ela também participou como voluntária na Aiesec, instituição que promove intercâmbio para formar lideranças jovens, e recebeu quatro intercambistas em casa — três colombianos e uma eslovaca. Como ela mesma tinha que dividir o quarto com o irmão, foi morar na avó para poder hospedar os intercambistas. “Foi uma experiência maravilhosa. Tivemos uma troca cultural muito rica e pratiquei muito o inglês e espanhol.”

Mas foi também durante a graduação que Julia passou a enfrentar problemas de saúde mental e precisou se afastar. “Tive um período muito ruim e, conversando com a orientadora do Insper e com minha família, decidimos que eu trancaria a faculdade por um semestre para me tratar.”

O apoio da instituição, conta, foi essencial para que ela pudesse passar pelo momento com tranquilidade. “Tive o suporte para fazer o que era necessário para poder continuar a graduação e continuar indo bem nas matérias”, diz Julia. “Eles eram extremamente atenciosos com a saúde mental dos alunos.” Tanto que, depois de voltar, Julia se graduou na 11ª posição entre mais de 100 alunos.

 

Decisão acertada

Ter feito o curso no Insper, segundo Julia, lhe abriu as portas do mercado de trabalho. Quando decidiu buscar seu primeiro emprego, no início de 2022, ela se viu logo de cara com três oportunidades: duas vieram de uma startup e uma grande empresa, que ofereceram a vaga depois que a encontraram pelo LinkedIn. Já a outra veio depois de ser aprovada em um processo seletivo para o Gympass. Ela completou recentemente um ano na empresa — e tem a ambição de se tornar especialista em sua área.

“Acredito que o fato de ter o Insper no currículo tenha tido um peso muito grande, porque eu ainda não tinha muita experiência profissional e, mesmo assim, as empresas me procuraram ativamente”, conta Julia. Antes do primeiro emprego, ela havia feito um estágio de seis meses em uma empresa de tecnologia, mas a experiência acabou sendo interrompida por causa da pandemia.

Por outro lado, para Julia, um dos grandes diferenciais da graduação no Insper é justamente o contato próximo com o mercado. “A faculdade me apresentou para o mundo corporativo, como era esse mundo, sobre ética de trabalho e política nas empresas.”

Uma de suas experiências mais marcantes na graduação foi um projeto em que ela pôde atuar como uma consultoria dentro de uma empresa. “Trabalhei no projeto de melhoria em uma área de marketing e pessoas da Moove, produtora e distribuidora de óleos fabricantes que faz parte do grupo Cosan”, diz. ‘Foi uma experiência riquíssima. Tive a chance de entrar no mundo do trabalho antes mesmo de me formar, e com toda a mentoria e ajuda dos professores.”

Hoje, Julia conta que se esforça para poder fazer a restituição da bolsa que recebeu do Insper. “Quero que outras pessoas também possam ter a chance que eu tive”, diz. “O programa de bolsa é muito importante. Ele traz mais riqueza e conhecimento para a faculdade porque dá essa oportunidade e, ao mesmo tempo, traz pluralidade para dentro da faculdade.”