Valor total da dívida do governo federal, de quase 7,9 trilhões de reais, corresponde a 79% do PIB do país
Bernardo Vianna
Em tendência de crescimento desde o início do período analisado, em janeiro de 2018, o estoque da dívida pública federal em títulos de mercado atingiu 5,7 trilhões de reais em dezembro de 2022. A esse valor soma-se a dívida em títulos do Banco Central, que era de quase 2,2 trilhões de reais naquele mês. O total, de cerca de 7,9 trilhões de reais, é equivalente a 79% do Produto Interno Bruto brasileiro registrado pelo IBGE em 2022.
Essa dívida é o resultado de todos os empréstimos feitos pelo governo federal, tanto os contraídos junto ao setor privado quanto os tomados em instituições financeiras públicas. Sempre que as despesas do governo superam a arrecadação, para não paralisar investimentos e a execução dos serviços que o poder público deve prestar, o Estado precisa captar recursos para financiar os gastos que excedam os volumes disponíveis.
A dívida pública também pode ser externa, quando instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo, fazem empréstimos ao Brasil. Atualmente, porém, a dívida externa brasileira é composta por empréstimos feitos em instituições privadas em moeda estrangeira e corresponde a uma fração bem menor do que já foi no passado. Nos anos 1980, com crises nos países em desenvolvimento, a dívida externa brasileira chegou a ser considerada a maior do mundo.
Já relativamente distante daqueles anos de inflação galopante, atualmente a dívida pública brasileira é majoritariamente interna e composta por títulos de mercado. Durante a pandemia da covid-19, o endividamento público brasileiro cresceu em mais de 1,3 trilhão de reais de janeiro de 2021 a janeiro de 2022, quando houve maior necessidade de gastos para conter os efeitos da crise sanitária.