País ganhou oito posições em relação à avaliação de 2021 feita pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual, que analisou indicadores de 132 nações
Bernardo Vianna
Na edição de 2023 do Índice Global de Inovação, divulgado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual(WIPO, na sigla em inglês), o Brasil alcançou o 49º lugar no ranking de 132 economias de todo o mundo. Com isso, o país se posiciona como o mais inovador da América Latina, avançando oito posições desde a avaliação de 2021 e ultrapassando Chile, México e Costa Rica, que estavam à frente do Brasil naquele ano.
O índice considera 80 indicadores, divididos em dois grupos. O primeiro, que representa o investimento em elementos da economia que facilitam a inovação, se subdivide em cinco pilares: instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, sofisticação do mercado e sofisticação empresarial. Já o segundo grupo, que mede a produção de inovação nas respectivas economias, se desdobra em dois pilares: produtos de conhecimento e tecnologia e resultados criativos.
O cômputo final da avaliação desses indicadores é uma pontuação entre zero e 100 que pode ser utilizada para entender a eficiência do ambiente de inovação de um país em relação aos demais. A partir desse critério, Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido e Cingapura se destacaram como os cinco países mais inovadores em 2023. Este é o 13º ano consecutivo em que a Suíça ocupa o topo do ranking.
As tendências globais de inovação, em 2023, têm como pano de fundo um contexto de incerteza causado por recuperação econômica lenta após a pandemia da covid-19, taxas de juros elevadas e conflitos geopolíticos, mas com a promessa de ondas de inovação e de progresso tecnológico impulsionadas pela digitalização das economias e pela adoção massiva de nova tecnologias, como a inteligência artificial.
Após um rápido e expressivo aumento em 2021, os investimentos em inovação apresentaram um desempenho heterogêneo em 2022. Por um lado, as publicações científicas, as áreas de pesquisa e desenvolvimento das empresas, os negócios de capital de risco e o número de novas patentes registradas continuaram a crescer em níveis elevados. Por outro, esse crescimento foi inferior ao observado em 2021. Além disso, o valor do investimento em capital de risco diminuiu e os registros de patentes internacionais ficaram estagnadas em 2022.
Apesar disso, 21 economias, entre elas o Brasil, apresentaram níveis de inovação acima do esperado para o seu grau de desenvolvimento. A maior parte dos países desse grupo encontra-se na África Subsaariana e na Ásia. Enquanto Índia e Vietnã apresentaram desempenho superior ao esperado, em termos de inovação, pelo 13º ano consecutivo, Indonésia, Uzbequistão e Paquistão participam desse grupo pelo segundo ano, enquanto o Brasil foi pela terceira vez seguida.