[{"jcr:title":"A busca de sucesso sem modelos estáticos ou abordagens predefinidas"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"A busca de sucesso sem modelos estáticos ou abordagens predefinidas","jcr:description":"Por que é importante encontrar o seu jeito próprio de alcançar o êxito nos negócios, sem ficar preso a frameworks ou modelos prontos"},{"subtitle":"Por que é importante encontrar o seu jeito próprio de alcançar o êxito nos negócios, sem ficar preso a frameworks ou modelos prontos","author":"Ernesto Yoshida","title":"A busca de sucesso sem modelos estáticos ou abordagens predefinidas","content":"Por que é importante encontrar o seu jeito próprio de alcançar o êxito nos negócios, sem ficar preso a frameworks ou modelos prontos   Carla Krieger e Henrique Mariano*   Algumas pessoas que hoje reconhecemos como gênios foram rejeitadas no início das suas carreiras por não se enquadrarem em um modelo-padrão. Michael Jordan foi considerado muito baixo para ser um jogador de basquete. Walt Disney (1901-1966) perdeu um de seus primeiros empregos, em um jornal de Kansas, por não ser suficientemente criativo. Albert Einstein (1879-1955) não falava até os 4 anos — só começou a ler depois dos 7 — e foi demitido como professor por ser considerado mentalmente lento. E se, em vez de seguirem fiéis aos seus propósitos e terem buscado alternativas em que pudessem explorar seus potenciais, essas personalidades tivessem tentado simplesmente se encaixar no modelo existente à época? Teriam obtido êxito ou seriam somente parte de um padrão social, reproduzindo resultados medianos? Trazemos aqui a mesma reflexão para as organizações. Será que não estamos reduzindo oportunidades ao adotarmos modelos ou frameworks como solução para entregar valor em um mercado tão volátil e incerto? Será que não desperdiçamos uma energia muito valiosa, forçando organizações a fugirem da sua essência para se manterem em uma zona de conforto — porque, em geral, criamos ainda mais situações desconfortáveis com esse tipo de “encaixe forçado”? Modelos são muito úteis quando não sabemos como fazer ou buscamos inspiração para adaptarmos ao nosso contexto, então nos apropriamos deles para atingir nossos objetivos. O risco está em nos tornarmos dependentes de uma única receita, que pode virar mais uma “muleta” do que uma “alavanca”, bloqueando a criatividade e deixando de lado o real objetivo de negócio. E com a ampla disseminação da inteligência artificial, o processo operacional de aplicar um modelo terá cada vez menos valor, pois a decisão e a intuição de por onde seguir, assim como a criatividade, serão cada vez mais valorizadas em detrimento da simples adaptação a estruturas padronizadas, algo que é mais bem resolvido pela inteligência artificial. Essa necessidade de adaptação e evolução é facilmente reconhecida no conceito utilizado em gestão de melhoria contínua, já sedimentada nos dias atuais, pois o pensamento  lean  (“enxuto”, sem desperdício) busca o alinhamento com a situação local e, mais do que isso, que a solução seja alinhada pelos envolvidos diretos, e não por especialistas externos à realidade da situação. Outro conceito aplicado é o Shuhari, termo das artes marciais japonesas, que organiza o processo de aprendizagem e maestria em uma determinada técnica. “Shu” significa aprender/obedecer, para que os conceitos sejam absorvidos. “Ha” quer dizer romper/refletir, explicando os “porquês” e a relação entre eles. Por fim, “Ri” significa superar/ser, de modo a expandir e transcender, pois, ao atingir a plenitude e se tornar mestre, é possível ajustar a técnica a uma realidade, uma vez que já não considera a técnica ou sabedoria tradicional, e todos os movimentos são possíveis. Assim, grupos de especialistas na cultura local de uma organização ou experientes facilitadores em processos de mudanças podem ajudar na evolução contínua e na adaptação para abordagens únicas de cada organização, em vez de transplantar técnicas importadas de culturas e ambientes distantes. E o interessante dessa abordagem é que é possível considerar que ela não necessariamente gera mais riscos, pois forçar a adaptação a uma técnica externa à organização pode gerar mais impacto e dificuldades de implantação do que em uma evolução contínua, na qual se aproveitam melhor as fortalezas já existentes no ambiente atual. Logo, pode ser mais efetivo seguir ou criar uma forma de trabalho (“way of working”) que leve em conta o contexto e desafios, e com base em diretrizes e limites claros de autonomia e riscos (que funcionam como “guard rails” nas estradas). Outros benefícios dessa abordagem mais flexível e criativa é o engajamento das equipes na criação de algo novo e adaptado às suas necessidades. Por outro lado, esse método gera mais desafios porque pressiona as equipes a entenderem melhor suas necessidades, bem como suas forças e fraquezas. E todo esse autoconhecimento precisa ser convertido ainda em ações práticas que melhorem os processos e as interações entre as equipes, de modo que realmente gerem mais valor aos clientes. Pode não ser o caminho mais simples, mas ter um propósito claro, autoconhecimento empresarial (“business awareness”) e uma governança  lean , permitindo maior autonomia e senso de “ownership” aos times, com certeza impulsionará resultados de uma forma bem mais efetiva do que desviar o foco para uma adaptação pura a um framework ou modelo. Afinal, quantas vezes vimos times muito mais preocupados em fazerem “coisas” caberem em uma entrega ( sprint  ou iteração), desperdiçando energia para cuidar do que realmente importa, que é a entrega de valor ao cliente?   * Carla Krieger é reconhecida como uma das 100 mulheres que fazem contribuições significativas nos espaços Lean & Agile ao redor do mundo, pela LeanInAgile (LIA). É diretora de comunidades no Agile World Institute, professora em MBAs, palestrante e coautora de diversos livros na área de agilidade e tecnologia.   * Henrique Mariano é graduado em Análise de Sistemas, com MBA em Gestão Empresarial pelo Insper. É fundador da Creatinsights, consultoria especializada em gerar colaboração e melhores insights sobre dados. É líder da comunidade TransformLatam, além de integrante do Insper Angels e do Angels Investor Club"}]