[{"jcr:title":"As soluções por trás das cidades verdadeiramente inteligentes"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"As soluções por trás das cidades verdadeiramente inteligentes","jcr:description":"Curso discute os atributos essenciais para um aglomerado urbano ser sustentável, eficiente e acessível aos moradores"},{"subtitle":"Curso discute os atributos essenciais para um aglomerado urbano ser sustentável, eficiente e acessível aos moradores","author":"Ernesto Yoshida","title":"As soluções por trás das cidades verdadeiramente inteligentes","content":"Curso discute os atributos essenciais para um aglomerado urbano ser sustentável, eficiente e acessível aos moradores Binh Duong, exemplo de cidade inteligente que está sendo erguida no Vietnã   Michele Loureiro   O Vietnã está construindo uma cidade inteligente que vai abrigar cerca de 1 milhão de pessoas e promete transformar uma região tradicionalmente agrária em um novo centro econômico. Binh Duong, localizada na província homônima, no sudeste do país asiático, já nasce com rede de wi-fi pública, universidade, parques industriais e incubadora de pequenos negócios, além de uma série de laboratórios voltados à inovação e à tecnologia. Antes mesmo de sair do papel, Binh Duong já atraiu cerca de 1,3 bilhão de dólares em investimento estrangeiro e mostra que as cidades inteligentes são uma tendência sem volta. “A cidade de Binh Duong é um exemplo de uma visão parcial do que é uma cidade inteligente. Mas não se trata apenas de aparatos tecnológicos no contexto urbano. Trata-se do uso de soluções tecnológicas baseadas em dados para resolver os problemas dos cidadãos, oferecendo melhores serviços públicos e qualidade de vida nas cidades”, diz Adriano Borges Costa, professor de Mobilidade e Dados Urbanos no Insper e pesquisador líder do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper. “É fundamental vincular as soluções que as cidades inteligentes podem trazer aos problemas reais e prioritários dos moradores. Não adianta ter wi-fi na cidade inteira se as pessoas ainda não possuem saneamento adequado.” É justamente para discutir conceitos e o crescente papel das novas tecnologias — e o acesso democrático a elas — no cotidiano de bilhões de pessoas que vivem nos municípios, que o Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper realizará o curso [Cidades Inteligentes: tecnologia, transformação digital e inovação urbana](https://www.insper.edu.br/educacao-executiva/cursos-de-curta-duracao/insper-cidades/cidades-inteligentes/) , desenvolvido em parceria com a plataforma [Bright Cities](https://www.brightcities.city/) . Com as aulas começando em 16 de novembro, ele terá 24 horas de duração, distribuídas ao longo de três dias. A arquiteta e urbanista Graziella Demantova, especialista em Inovação Urbana e Cidades Inteligentes, é uma das docentes do curso, que integra a programação de Educação Executiva do Laboratório. Para ela, as cidades inteligentes envolvem inúmeras frentes, como a conexão entre infraestrutura física e as tecnologias da informação e comunicação (TICs), monitoramento de dados e pessoas, uso de dados para tomada de decisão, ações preventivas, transformação digital, desburocratização de processos, eficiência operacional, melhoria e agilidade na prestação de serviços públicos, sustentabilidade no uso de recursos naturais e participação popular. “O importante é que as tecnologias sejam adotadas de forma democrática, que o acesso aos benefícios seja para todos, que a visão sistêmica da cidade seja considerada e que se pense na conservação do meio ambiente. Além disso, há uma questão fundamental para um país como o Brasil: o respeito à diversidade territorial”, diz Graziella. Segundo a professora, diferentes iniciativas estão sendo desenvolvidas nesse sentido em diversas nações, desde projetos de novas cidades, como no citado caso de Binh Duong, até soluções para problemas pontuais. “Copenhague, na Dinamarca, por exemplo, é referência em inovação e tecnologias urbanas. Um de seus projetos tem como meta atingir a emissão neutra de carbono até 2025. Para isso, uma das soluções foi desligar automaticamente os semáforos quando não há carros nas ruas, para economizar energia”, destaca a arquiteta. Outro exemplo importante é Barcelona, na Espanha, que tem se notabilizado como uma das cidades pioneiras na preocupação com a abertura e gestão coletiva de dados. “A capital da Catalunha tem um projeto interessante, o Decidim.org, que pretende definir a agenda política da cidade de forma participativa. Hoje, mais de 70% das ações da prefeitura foram propostas diretamente pelos cidadãos”, relata Graziella. O Brasil também já tem o que mostrar em termos de cidades inteligentes. Curitiba é conhecida mundialmente pelas ações de planejamento urbano e mobilidade. “Entre algumas inovações estão a criação de aplicativos que oferecem aos habitantes informações a respeito de prestação de serviços, como o app Saúde Já, que oferece mais de 600 serviços, incluindo esporte e lazer. Na área de segurança, há 1,9 mil câmeras interligadas na Muralha Digital, que, de acordo com dados oficiais, já reduziram a criminalidade em 40% nas regiões em que estão instaladas”, afirma a especialista.   Muito além da tecnologia Para a urbanista Carolina Guimarães, também docente do curso e coordenadora-adjunta do Núcleo de Mobilidade Urbana do Laboratório, [ a tecnologia](https://www.insper.edu.br/laboratorio-de-cidades/) é um meio para elevar a eficiência dos serviços públicos e promover o desenvolvimento sustentável — mas não o único. “Por exemplo, para melhorar a mobilidade, o carro elétrico é a tecnologia, no entanto precisamos repensar o modelo de cidade e incluir outros tipos de modais de transporte. Tecnologia é uma parte da solução, porém entender como ela pode ser inclusiva, especialmente para grupos vulnerabilizados, é fundamental para a mudança”, acredita. Segundo Carolina, que atua também como gestora de projetos, a principal pergunta a ser feita pelos participantes do curso é: “A cidade inteligente é inteligente para quem?”. A professora esclarece: “Há rankings que elencam as cidades inteligentes, entretanto precisamos questionar sobre quais indicadores foram considerados para a elaboração da lista. O curso vai trazer essa discussão aprofundada, olhar para a complexidade que vai além do título, prêmio e ranking de cidades inteligentes”. Carolina diz que a capital paulista, por exemplo, sempre aparece bem classificada entre as cidades brasileiras consideradas inteligentes. Contudo, quando se compararam os rankings com a pesquisa de percepção da qualidade de vida realizada pela Rede Nossa São Paulo e pelo Ipec, em 2023, um dado salta à vista: “70% da população entre 35 e 40 anos afirmam que deixariam a cidade se pudessem. Há um descompasso entre cidade inteligente e qualidade de vida”, sublinha Carolina. Para ela, a ideia do curso do Insper é mergulhar em conceitos e na relevância de suas aplicações. “Há soluções low-tech e high-tech . Uma cidade inteligente parte do princípio de que precisa suprir o essencial, ou melhor, a infraestrutura que mais nos ajuda a nos locomover: a calçada. Temos que olhar para as necessidades básicas e fortalecer as garantias e os direitos que são estabelecidos na Constituição”, explica. “Isso sim é inteligente. Não adianta ser high-tech com tanta desigualdade”, conclui Carolina.   [Clique aqui para mais informações sobre o curso Cidades Inteligentes: tecnologia, transformação digital e inovação urbana](https://www.insper.edu.br/educacao-executiva/cursos-de-curta-duracao/insper-cidades/cidades-inteligentes/) ."}]