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Com menos capital de risco, os unicórnios devem se tornar mais raros em 2022

O número de empresas privadas com valor superior a 1 bilhão de dólares no mundo caiu mais de 40% no último trimestre em relação a igual período do ano passado

O número de empresas privadas com valor superior a 1 bilhão de dólares no mundo caiu mais de 40% no último trimestre em relação a igual período do ano passado

 

Os unicórnios, como são conhecidas as empresas privadas avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares, correm o risco de se tornar mais raros em 2022. Dados da consultoria americana CB Insights, especializada em inteligência de mercado, revelam que, no mundo inteiro, 85 empresas atingiram o status de unicórnio no trimestre encerrado em junho. No mesmo trimestre do ano passado, surgiram 148 unicórnios — uma queda de 43%. No total, segundo a CB Insights, existem atualmente pouco mais de 1.100 unicórnios no mundo.

 

Quadro: número de unicórnios no mundo em queda

 

O volume global de investimentos em capital de risco também diminuiu. No segundo trimestre deste ano, o ecossistema de startups no mundo recebeu cerca de 109 bilhões de dólares em 7.651 operações. No segundo trimestre do ano passado, foram 152 bilhões de dólares de venture capital em 8.161 operações.

 

Quadro: investimentos globais em capital de risco diminuem

 

 

Quadro: cai o número de operações envolvendo capital de risco

A piora do cenário macroeconômico mundial, com a alta da inflação e o risco de recessão em vários países, explica a redução dos recursos destinados a investimentos de risco. Essa situação tende a se agravar com a alta dos juros promovida pelo Fed, o banco central americano, para conter a inflação, causada em boa parte pelo aumento dos preços de petróleo e de outras commodities, desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Quando o Fed aumenta os juros, isso significa uma rentabilidade maior para os papéis do Tesouro americano. Com isso, os investidores trocam os investimentos de risco por aplicações mais seguras, o que leva a uma diminuição do volume de recursos em venture capital. Grandes investidores, como a Tiger Global e o Softbank, já colocaram um freio em seus investimentos em startups.

Em 2019, antes do início da crise do coronavírus, já se falava em risco de recessão em vários países desenvolvidos e, como resultado, as startups tiveram mais dificuldade para levantar capital para a expansão do negócio. Veio então a pandemia da covid-19, que acelerou a digitalização e deu origem a um grande número de empresas de tecnologia com soluções para lidar com o novo cenário.

A pandemia foi uma catalisadora de investimentos em negócios com alto potencial de crescimento. O volume global de investimentos em capital de risco, de acordo com os dados da CB Insights, subiu de 258 bilhões de dólares em 2019 para 297 bilhões de dólares em 2020 — e alcançou o recorde de 626 bilhões de dólares em 2021. Somente os Estados Unidos geraram 275 unicórnios no ano passado. Uma euforia que, ao que tudo indica, dificilmente vai se repetir em 2022.

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