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“Apesar dos avanços, trabalhar no mercado financeiro é um desafio diário”

Patrícia Palomo, presidente do Conselho Alumni Insper, afirma que um de seus objetivos é abrir portas para que mais mulheres ocupem seus espaços

Patrícia Palomo, presidente do Conselho Alumni Insper, afirma que um de seus objetivos é abrir portas para que mais mulheres ocupem seus espaços

 

Gestora de recursos e especialista em economia comportamental, Patrícia Palomo atua no mercado financeiro desde 2004, tendo passado por diversas instituições. Ela tem longa ligação com o Insper, onde se graduou em Economia (turma de 2003). Voltou à escola em 2010 para fazer o MBA em Finanças.

Quando o Insper lançou a iniciativa de montar Comitês Alumni temáticos, ela logo se inscreveu para participar, passando a atuar em um tema bem diferente do seu dia a dia — Desenvolvimento Profissional e Empregabilidade. Em 2022, ela foi escolhida para assumir a presidência do Conselho Alumni para dar continuidade aos projetos e contribuir com os novos objetivos estratégicos.

Na entrevista a seguir, Patrícia fala sobre sua trajetória acadêmica e profissional e sobre sua atuação na Comunidade Alumni.

 

Conte um pouco sobre a sua trajetória profissional.

Eu desenvolvi minha carreira toda voltada para o mercado financeiro, começando em uma consultoria financeira que fazia controles de riscos para investidores institucionais. Nessa experiência desenvolvi uma base técnica muito forte em relação às métricas de risco, enquadramento, controles operacionais e legislação que regiam os investimentos profissionais.

Apesar de serem temas bem áridos, percebia que tinha certa facilidade em comunicar esses conceitos e sua aplicabilidade, o que me abriu portas para migrar para a área de relacionamento com investidores em outras instituições. Trabalhei por alguns anos em bancos comerciais e de investimento fazendo a interação entre os clientes finais e as áreas de produtos e me interessava cada vez mais pela de alocação de recursos.

Em determinado momento, decidi empreender e me tornei sócia e diretora de investimentos da primeira gestora de patrimônio brasileira liderada apenas por mulheres, algo inédito até então e que teve um desafio enorme de criar esse tipo de referência para outras mulheres. Mais recentemente, fui convidada a liderar a criação de uma DTVM (distribuidora de títulos e valores mobiliários) dentro de um ambiente de cooperativismo.

 

Como foi sua trajetória acadêmica — e o que a motiva para estar sempre realizando novos cursos?

Sou formada em Economia pelo Insper, na turma de 2003. Logo depois da graduação, comecei a dar aulas em algumas instituições de ensino, e estar do outro lado me fez valorizar ainda mais os professores que tive durante o curso de Economia.

O mercado financeiro é muito dinâmico e o tempo todo surgem novos produtos, novas abordagens, a legislação muda. Então, a pessoa que escolher essa área precisa estar disposta a ter uma cultura de aprendizado contínuo. As certificações do mercado financeiro auxiliam nesse processo. Comecei com as CPA10 e 20, depois a CEA, em seguida CGA, veio o CFP e, mais recentemente, concluí a Formação de Conselheiros pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

Em 2010, decidi voltar ao Insper para um MBA em Finanças, que possibilitou me aprofundar em alguns temas pelos quais eu tinha interesse. Mais do que isso, me trouxe uma rede de relacionamentos muito importante. Nessa época voltei a me aproximar da escola, sendo cada vez mais atuante na Comunidade Alumni. Estava sempre presente de alguma forma, por meio dos eventos, em contato com os professores, ou doando para o fundo de bolsas.

Foi por meio de um evento no Insper que tive contato com o tema de finanças comportamentais pela primeira vez e, desde então, me aprofundei nas questões comportamentais que afetam a decisão de investimento das pessoas e estudo como ajudá-las a tomarem melhores decisões baseadas mais na razão do que na emoção. Atualmente, também leciono a disciplina de Diagnóstico Financeiro e Análise de Investimentos Sustentáveis em uma outra instituição de ensino.

 

Como é ser mulher atuando no mercado financeiro, um meio tradicionalmente dominado por homens?

É um desafio diário. O mercado está mudando bastante e abrindo cada vez mais oportunidades para a participação feminina, mas ainda precisamos avançar bastante. Nas posições de liderança, a representatividade feminina ainda é baixa, e um dos meus compromissos é abrir portas para que mais mulheres ocupem esses espaços.

Olhando para trás, penso que a parte mais difícil foi não ter muitas referências em quem me espelhar para seguir os caminhos. As minhas decisões de carreira foram muito pautadas no que eu queria fazer e acreditava que conseguiria fazer bem feito, mas acredito que teria sido um caminho mais suave se eu tivesse como referência mais mulheres que já tivessem traçado a mesma trajetória de carreira.

 

Na sua vida profissional, você tomou iniciativas voltadas à valorização da mulher. Conte um pouco o porquê dessas iniciativas?

Eu senti algumas dificuldades, principalmente no início da minha carreira, quanto ao pertencimento e merecimento. Transitei em ambientes que não eram convidativos para o comportamento e a forma feminina de fazer as coisas. Então, por muito tempo, eu tentei me encaixar nos modelos e nas formas mais padrões do mercado. Isso acabou criando um conflito interno, já que a minha forma de pensar, de me expressar e de entender algumas situações era diferente.

Foi só quando eu decidi respeitar a minha forma de pensar, os meus valores e deixar de dar importância aos padrões impostos pelos outros é que me fortaleci como profissional, como mulher e depois como mãe (e, como não poderia ser diferente, recebi a missão de ser mãe de duas meninas incríveis).

Passar a atuar nos nossos próprios termos é libertador e eu realmente desejo isso para todas as mulheres.

 

O que levou você a participar do Conselho Alumni e se juntar ao Comitê Alumni de Desenvolvimento Profissional e Empregabilidade?

Quando a escola lançou a iniciativa de montar os Comitês Alumni temáticos, logo me inscrevi para participar, mas em um tema bem diferente do meu dia a dia, que foi o Desenvolvimento Profissional e Empregabilidade. Fui uma das selecionadas para a Coordenação do Comitê com outras duas mulheres maravilhosas, a Flavia e a Janaína, e construímos do zero as iniciativas do Comitê voltadas para a Comunidade, com autonomia, mas sempre com a ajuda e o apoio da escola.

Participar de um fórum como esse que lidava com tantos aspectos sociais e comportamentais expandiu meu horizonte de análise e meu interesse por esses temas. Em 2021, fui convidada a integrar o Conselho Alumni, me juntando a um time de ex-alunos que iniciaram a construção dessas iniciativas que estão cada vez mais integrando a Comunidade Alumni e a escola.

Em 2022, fui escolhida para assumir a presidência do Conselho Alumni para dar seguimento aos projetos e contribuir com os novos objetivos estratégicos. Aquelas questões sociais que comentei antes se tornaram tão relevantes para mim que decidi voltar aos bancos da escola para entender como podemos desenhar melhores políticas públicas para ajudar a resolver as questões sociais do nosso país.

 

PERFIL

  • Formada em Economia pelo Insper (turma de 2003)
  • MBA em Finanças pelo Insper (2010)
  • HBS Online – Curso de Extensão em Inovação e Disrupção
  • Planejar Associação Brasileira de Planejamento Financeiro – Membro do Conselho de Administração
  • Sonata Gestão de Patrimônio – sócia
  • Presidente do Conselho Alumni
  • Comitê Alumni de Desenvolvimento Profissional e Empregabilidade
  • LinkedIn

 

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