[{"jcr:title":"Psicologia ajuda a entender as relações e os conflitos em empresas familiares"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"Psicologia ajuda a entender as relações e os conflitos em empresas familiares","jcr:description":"Os consultores Héctor Rafael Lisondo e Valéria Lisondo falaram sobre as motivações emocionais cuja compreensão é necessária para mediar conflitos nesse tipo de organização"},{"subtitle":"Os consultores Héctor Rafael Lisondo e Valéria Lisondo falaram sobre as motivações emocionais cuja compreensão é necessária para mediar conflitos nesse tipo de organização","author":"Ernesto Yoshida","title":"Psicologia ajuda a entender as relações e os conflitos em empresas familiares","content":"Os consultores Héctor Rafael Lisondo e Valéria Lisondo falaram sobre as motivações emocionais cuja compreensão é necessária para mediar conflitos nesse tipo de organização   Tiago Cordeiro   Participar de uma organização, de qualquer porte ou perfil, é uma experiência intensa para muitas pessoas, pois envolve aspectos emocionais e psicológicos profundos. Em uma empresa familiar, então, as tensões profissionais, mais visíveis, se confundem com tensões pessoais, de fundo, inclusive, psicanalítico. O conhecimento proporcionado pela psicologia é, portanto, uma ferramenta crucial para qualquer trabalho de mediação de conflitos em empresas familiares. Esse foi o tema do webinar [Sofrimento e Resultados na Empresa Familiar](https://www.insper.edu.br/agenda-de-eventos/sofrimento-e-resultados-na-empresa-familiar/) , promovido pelo Insper. Realizado de forma híbrida na manhã de 28 de junho, o encontro reuniu dois especialistas no assunto, Héctor Rafael Lisondo e Valéria Lisondo — pai e filha, sócios na consultoria Instituto Lisondo. “Eu mesma tentei evitar com todas as forças trabalhar com meu pai. Hoje somos uma família, atuando para contribuir para a construção de ambientes familiares o mais saudável possível”, disse Valéria Lisondo. A mediação do webinar ficou a cargo de Roberta Nioac Prado , consultora e palestrante em governança, doutora em Direito, sócia fundadora da Legar G&G, coordenadora do Grupo de Estudos de Empresas Familiares (GEEF), autora e coordenadora de diversos livros e artigos acadêmicos. Empresas familiares são ambientes de grande voltagem emocional, segundo os participantes do evento. Com um fator complicador: “Os fatores dos domínios emocional e existencial geralmente não são constantes, mas devem se transformar com o passo do tempo e da experiência, o que aumenta a complexidade do sistema”, afirmou Héctor Lisondo, que é engenheiro pela Universidade de Buenos Aires, mestre em Qualidade pela Unicamp e doutor em Engenharia (USP). “Todo esse debate retoma a questão: quem sou eu? Mudança é fazer de fora para dentro. Transformação é ser de dentro para fora. Todo profissional de empresa familiar precisa considerar essas questões, que envolvem rivalidades e rancores escondidos”, disse Héctor Lisondo.   Três domínios Os especialistas apresentaram formas de lidar com as emoções de uma família empresária, apoiados pelo modelo da escola de Tavistock, uma instituição britânica, sem fins lucrativos, que surgiu em 1946 para aplicar a ciência social a questões e problemas contemporâneos. Também aplicam estudos de Wilfred Bion, psicanalista da escola inglesa, e Alberto Gimeno, professor da Esade, uma escola de administração localizada em Barcelona. “Consideramos os domínios operacional (relacionado ao what ), o emocional (ao how ) e o existencial (o why )”, explicou Valéria Lisondo, que é graduada em Psicologia pela PUC-SP, com MBA em Administração de Empresas pela FGV- SP (CEAG) e pela Esade. “Buscamos referências psicanalíticas, entendendo que existem aspectos inconscientes, desconhecidos. Nós não somos neutros. Há pontos cegos que estão em jogo”, prosseguiu. E citou o exemplo de Otavio Frias Filho, ex-diretor de redação do jornal Folha de S. Paulo e diretor editorial do Grupo Folha, fundado por seu pai, Octavio Frias de Oliveira. “Ele era um membro da família que se identificou profundamente com a missão da empresa. Quando morreu, em 2018, a Folha de S. Paulo entrou em crise”, disse. O caminho, apontam os dois especialistas, é buscar as raízes das crises e dos traumas pessoais, familiares e emocionais, a fim de alcançar não apenas o melhor desempenho das empresas, como também a melhor relação possível entre todos os envolvidos.    "}]