
Surgido dentro da Comissão de Diversidade, Equidade e Inclusão, e liderado por dez colaboradores, o grupo tem o objetivo de ampliar o alcance da pauta dentro da comunidade
Tiago Cordeiro
Em abril de 2021, o Insper unificou duas comissões, a de Acessibilidade e a de Diversidade. Surgiu então a Comissão de Diversidade, Equidade e Inclusão. O objetivo é aumentar o número de alunos, docentes e colaboradores diversos na escola, garantir formação e conscientização em toda a comunidade, construir a reputação da marca Insper como diversa e levantar indicadores para garantir o acompanhamento e o redirecionamento do projeto de diversidade.
É nesse contexto que acaba de ser criado, dentro da comissão, um grupo de afinidade LGBTQIA+, liderado por dez colaboradores. Dois deles foram contratados pelo Insper em outubro do ano passado: Fabio Tomio Sato, que atua na área de Relacionamento Institucional, e João Fernandes, do departamento de Relações Internacionais.
Carioca de 25 anos, nascido na comunidade da Rocinha e criado na comunidade do Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, Fernandes foi o primeiro da família a cursar ensino superior, aprender um segundo idioma e viajar e morar fora do país.
Desde 2016 trabalha com internacionalização do ensino superior. Formado em Relações Internacionais, tem MBA e agora conclui uma especialização em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global. “A educação foi o meio pelo qual conquistei oportunidades na vida. Minha avó foi minha primeira professora, me ajudou a entender a importância da educação como caminho para a construção da minha identidade social e do meu desenvolvimento como cidadão”, diz.
Ele mantém um projeto social no Rio de Janeiro com sua mãe, ainda que tenha se mudado para São Paulo desde a contratação pelo Insper. Sua aproximação com a Comissão de Diversidade começou no início do ano, por intermédio de sua gestora direta. “Sempre tive muito interesse em participar desse movimento no Insper. Quero contribuir para ampliar a conscientização da escola em particular, e da sociedade em geral, contribuindo para a implementação de um plano estratégico de diversidade”, diz. “Mais do que celebrar conquistas, queremos propor avanços.”

Já Fabio Tomio Sato, de 32 anos, se formou há dez anos em Economia pelo próprio Insper e continua participando de Comitês Alumni, além de ser doador e mentor do Programa de Bolsas Insper. Atuou no ambiente corporativo e no mercado financeiro até metade do ano passado, quando decidiu dar uma guinada na carreira. “Senti um chamado forte para impactar a educação do Brasil. E aceitei o convite para voltar ao Insper, desta vez como colaborador.”
Ele atua em Relacionamento Institucional, especificamente na área de fund raising e inteligência de dados. Também aderiu ao grupo de afinidade LGBTQIA+, com a proposta de levar, para as políticas internas da instituição, uma prática corriqueira na escola: a análise de dados. “Queremos que todas as pessoas, sem exceção, vejam no Insper um lugar ao qual elas possam pertencer. Para isso, precisamos de dados e evidências, medir a situação atual para poder, também, avaliar de forma criteriosa os avanços.”
A desigualdade existe na sociedade, diz Sato. “Só conversamos sobre diversidade, equidade e inclusão porque existe uma desigualdade. E ela vai continuar. Provavelmente na nossa geração ainda não vamos ver o fim desse movimento. A ideia é continuar dando o melhor para que essa situação vá mudando aos poucos.”
Bruna Arruda e Allyne Andrade e Silva, docentes, respectivamente, de Engenharia e Direito e Políticas Públicas e coordenadoras da Comissão de Diversidade, Equidade e Inclusão, relatam que o objetivo do grupo de afinidade é “fazer a desconstrução de preconceitos e estigmas sociais que impedem o crescimento da igualdade de oportunidades para todas as pessoas”.