Países europeus dependem de gás fornecido pelos russos, que precisam das receitas geradas pela exportação desse insumo
Com a invasão da Ucrânia pelas forças russas, a Europa corre o risco de enfrentar uma crise energética por ser uma grande consumidora de gás fornecido pela Rússia. Dados compilados pelo site de análises estatísticas Statista mostram quais países europeus mais dependem atualmente do gás russo distribuído por gasodutos. Alguns países pequenos, como a Macedônia do Norte e a Moldova, dependem 100% do insumo fornecido pela Rússia.
Entre as principais economias europeias, a Alemanha importa cerca de metade do seu gás da Rússia, enquanto a França obtém apenas um quarto do seu abastecimento do país controlado pelo presidente Vladimir Putin. A maior fonte de gás na França é a Noruega, que fornece 35% das necessidades dos franceses. A Itália também está entre os países potencialmente mais impactados pela guerra, já que 46% do gás que consome vem da Rússia.
O Reino Unido está em uma situação mais confortável, pois obtém metade de seu suprimento de gás de fontes domésticas e de importações principalmente da Noruega e do Catar.
Há, porém, o outro lado da moeda. Por ser uma grande produtora de gás, a Rússia sofreria um impacto econômico significativo se os outros países parassem de importar seus insumos. Em 2020, a Rússia produziu cerca de 639 bilhões de metros cúbicos de gás natural, atrás apenas dos Estados Unidos. A Rússia exporta cerca de um terço de sua produção de gás, ou 197 bilhões de metros cúbicos, o que a torna a maior exportadora global desse recurso, por ampla margem.
Se a Rússia parar de exportar seu gás em função de embargos impostos por outros países, o PIB do país pode sofrer uma queda de 2,9%, segundo cálculos do Instituto de Economia Mundial de Kiel, na Alemanha. O embargo ocidental contra o petróleo bruto da Rússia — o país é o terceiro maior produtor do mundo desse produto — derrubaria o PIB do país em outro 1,2%.