[{"jcr:title":"Salário mais alto de professor pouco impulsiona desempenho de aluno","cq:tags_0":"tipos-de-conteudo:insper-conhecimento"},{"jcr:title":"Grid Container Section","layout":"responsiveGrid"},{"typeView":"vertical"},{"jcr:title":"Salário mais alto de professor pouco impulsiona desempenho de aluno","jcr:description":"Estudo comparou escolas municipais e estaduais que atendem às mesmas regiões"},{"subtitle":"Estudo comparou escolas municipais e estaduais que atendem às mesmas regiões","status":"publish","slug":"salario-mais-alto-de-professor-pouco-impulsiona-desempenho-de-aluno","title":"Salário mais alto de professor pouco impulsiona desempenho de aluno","content":"Dobrar o salário de um professor de escola pública no Brasil ajudaria os alunos do 5º ano do ensino fundamental a atingir apenas 1/8 do desempenho em matemática que é esperado em um ano letivo. Quando se considera a remuneração docente por hora trabalhada, o efeito do incremento salarial no desempenho dos estudantes desaparece. Em sua [tese de doutoramento](https://repositorio.insper.edu.br/handle/11224/3867) no Insper, a pesquisadora Clarice Martins avaliou o impacto da política de valorização dos salários dos professores do ensino público no desempenho escolar 20 anos depois que esse programa começou no Brasil. Em 1998, o estabelecimento do Fundef determinou um piso para as despesas com professores, proporcional aos gastos totais de estados e municípios com o ensino fundamental. Dez anos depois, a [legislação federal](http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11738.htm) fixou uma remuneração mínima para docentes da educação básica em todo o território nacional. Um trabalho do professor do Insper Naercio Menezes Filho e Elaine Pazello, da USP, indicou evidências de melhoria no desempenho discente [com a reforma salarial de 1998](https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0272775707000660) ; outro, da professora do Insper Cristine Pinto e de Geraldo da Silva Filho, da FGV, encontrou [poucos efeitos com a mudança de 2008](https://2014.economicsofeducation.com/user/pdfsesiones/155.pdf) . Para avaliar essa relação de 2011 a 2017, Clarice Martins coligiu dados das escolas públicas estaduais e municipais brasileiras que atendem do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Selecionou e comparou pares de escolas –uma municipal e uma estadual— que não distam mais 1 km uma da outra e por isso atendem a um público com características socioeconômicas semelhantes. Como a remuneração de professores nas instituições municipais é em média superior à das estaduais, a estratégia de análise permite verificar o efeito de se pagar mais aos docentes sobre as notas dos alunos nos [exames nacionais do Saeb](https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/saeb) de português e matemática, [e sobre o Ideb](https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/ideb) , o indicador brasileiro de qualidade de ensino, da escola. Tomando o cuidado de descontar pela técnica econométrica pequenas diferenças de características entre os públicos das organizações municipais e estaduais, bem como outros fatores que não têm relação com a remuneração, Clarice encontrou um efeito modesto do salário docente no desempenho estudantil. Duplicar o salário contribuiria menos de 15% para a aquisição do conhecimento de matemática esperado num ano. Mesmo esse efeito diminuto acaba por desaparecer quando a pesquisadora adota na análise o salário ponderado pela carga de trabalho de cada professor.   LEIA A TESE: [Essays on Economics of Education](https://repositorio.insper.edu.br/handle/11224/3867)"}]