Programa de formação foi desenhado especialmente para a Procuradoria Geral do Estado e atendeu 40 profissionais com atividades online e presencial
Bárbara Nór
Como a tecnologia está alterando as relações entre a sociedade e o Estado e quais os desafios e as oportunidades para a inovação no setor público? Essas são apenas algumas das perguntas que a edição do curso “Inovação e Transformação no Setor público”, promovido pelo Centro de Gestão e Políticas Públicas (CGPP) do Insper especialmente para a Procuradoria Geral do Estado (PGE) da Bahia, tentou responder.
Carmen Urrestarazu, analista de projetos educacionais de cursos customizados no CGPP, explica que o interesse em fazer um curso customizado veio depois de Paulo Moreno Carvalho, procurador geral da Bahia, e alguns colegas fazerem o curso presencialmente em São Paulo. “Eles gostaram muito e quiseram multiplicar o conhecimento para gestores e analistas da Procuradoria”, diz Carmen.
Essa não é a primeira vez que a formação, parte do portfólio do Insper, é promovida de forma customizada. Em 2021, uma edição especial foi feita em parceria com o Íris, Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará e a Prefeitura de Fortaleza, com a participação de 35 lideranças de órgãos públicos estaduais.
Dessa vez, o curso aconteceu de forma híbrida dos dias 6 a 13 de dezembro, incluindo aulas online e presencialmente em Salvador, e reuniu 40 profissionais da Procuradoria Geral do Estado da Bahia. Entre os temas abordados estiveram questões como a aplicação da ciência de dados para tomar decisões, dilemas relacionados à regulação em um contexto de mudanças e transformação digital para serviços públicos com foco no cidadão.
A ideia era trazer as principais transformações pelas quais as organizações vêm passando nos últimos anos para o contexto do setor público, ajudando a promover também uma mentalidade focada no valor que é gerado para o cidadão.
“Quisemos discutir inovação no setor público e como uma organização como a PGE pode fomentar essa cultura internamente e ser parte da mudança do Estado”, diz Manuel Bonduki, professor do Insper e coordenador do curso. Segundo ele, a ideia de inovação diz respeito, sobretudo, permitir a emergência de novas formas de atuação de forma a gerar impacto e valor público.
E essa transformação, segundo Bonduki, vai além de tecnologia. “Exploramos as formas como a gente pode fazer a gestão da organização e qual o papel da liderança para promover essa mudança, que também é de cultura”, diz o professor. “Ou seja, uma cultura menos avessa a risco e mais propensa à experimentação e à flexibilidade.”
Isso envolve, também, entender que uma organização inovadora é também aquela que permite que a inovação ocorra “de baixo pra cima”, aponta o professor. “Esse curso vai ajudar os participantes a criarem uma visão unificada do que significa inovação e permitir que a conversa sobre como entregar valor público evolua na organização.”
Segundo Carmen, a recepção dos participantes foi positiva, e tanto os professores quanto a didática e conteúdo foram elogiados. “Eles gostaram e até sugeriram uma carga horária maior para poder aprofundar alguns temas”, afirma. “Estamos atentos e abertos para outras oportunidades do tipo que possam surgir em outras cidades Brasil afora.”