[{"jcr:title":"A longa jornada para forjar uma mentalidade de inovação","cq:tags_0":"centro-de-conhecimento:hub-de-inova--o-e-empreendedorismo-paulo-cunha"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"A longa jornada para forjar uma mentalidade de inovação","jcr:description":"A transformação cultural é um processo que requer muita persistência, planejamento e agilidade, diz Minna Wickholm, da Universidade Aalto, da Finlândia"},{"subtitle":"A transformação cultural é um processo que requer muita persistência, planejamento e agilidade, diz Minna Wickholm, da Universidade Aalto, da Finlândia","author":"Ernesto Yoshida","title":"A longa jornada para forjar uma mentalidade de inovação","content":"[ ](https://www.youtube.com/watch?v=jaWvpMJxil8&t=7s) A transformação cultural é um processo que requer muita persistência, planejamento e agilidade, diz Minna Wickholm, da Universidade Aalto, da Finlândia   Bárbara Nór   Se a necessidade de inovar é consenso em praticamente todas as empresas, saber como fazer isso ainda é um grande desafio. Afinal, aprender a inovar no dia a dia se trata, principalmente, de uma mudança de mentalidade. Esse foi o tema da sessão  [“Transformation Journey: Driving new business opportunities”,](https://www.youtube.com/watch?v=jaWvpMJxil8&t=7s) parte do [Seminário Internacional de Inovação](https://www.insper.edu.br/agenda-de-eventos/international-innovation-seminar/) , promovido pelo Insper. “A transformação cultural é tipicamente um processo bem longo e que requer muita persistência, planejamento e, claro, agilidade”, disse Minna Wickholm, diretora do programa de desenvolvimento profissional da Escola de Negócios da Universidade Aalto, da Finlândia. Além dela, o painel contou com a participação de André Cruz, head de comunicação e cultura da Inovabra, no Bradesco, que tem a missão de cultivar uma cultura de inovação no banco. A mediação foi de Rodrigo Amantea, coordenador acadêmico de Educação Executiva e do [Hub de Inovação](https://www.insper.edu.br/hub-de-inovacao-paulo-cunha/) do Insper. Para conseguir inovar, é preciso aceitar o desconforto, afirmou Minna. “A inovação nunca acontece em uma situação em que os negócios estão correndo como sempre”, disse. “Ela requer ir a lugares desconfortáveis, onde você precisa estar um pouco no limite e ter os olhos bem abertos.” De certa forma, o ambiente da Finlândia acabou tornando a inovação uma necessidade ainda maior, explicou Minna. O país, bem menor que o Brasil, tem apenas 5 milhões de habitantes, o que acaba obrigando os negócios a competirem com o mercado externo para poder crescer. “Tipicamente, nossas empresas já nascem olhando para o mercado global para poderem crescer”, disse Minna. “Temos muitas startups unicórnios hoje, atuando em diversos setores, de serviços de delivery a dispositivos smart.” Por outro lado, a digitalização afetou as indústrias finlandesas mais tradicionais, como as de celulose e papel, que nos últimos dez anos tiveram de reinventar o negócio, inclusive em busca de produtos mais sustentáveis e que substituam o papel. “Os gestores estão em uma situação em que precisam olhar para o negócio, garantir os resultados e, ao mesmo tempo, construir o futuro.” Isso exige deles uma série de habilidades e competências novas, como resolução de problemas complexos, pensamento crítico, agilidade e criatividade. “Você precisa ter uma visão holística do negócio, mas é também difícil entender para onde o negócio está indo, pois os parâmetros estão mudando o tempo todo”, disse Minna. “Ao mesmo tempo, é preciso empoderar as pessoas que estão trabalhando com você para que o time possa navegar nesse ambiente de mudanças.” Por isso, outra competência fundamental é a capacidade de estar sempre aprendendo e mantendo a curiosidade em relação ao que ainda é incerto. Uma das melhores formas de colocar essa transformação em prática, para Minna, é criando parcerias e projetos conjuntos entre grandes empresas e startups e outros nichos de inovação. Ao longo de sua exposição, Minna comentou cases de empresas com as quais ela trabalhou na busca de criar um ecossistema de colaboração e aprendizado e, a partir disso, aplicar os aprendizados dos programas no restante da empresa — inclusive escalando criações e inovações desenvolvidas ao longo do período.   Tecnologia é um meio Assim como Minna, André Cruz, do Bradesco, destacou a complexidade do desafio de tornar as empresas mais inovadoras. “Temos muita tecnologia, mas a tecnologia é um meio e não a inovação em si”, disse. “Precisamos empoderar as pessoas porque a inovação é criada por pessoas.” Mas, ele observou, como banco, o Bradesco precisa atuar sob diversas regulações e compliance — e também lidar com barreiras culturais. Com quase 80 anos, a instituição financeira tem funcionários que fizeram carreiras longas, por vezes por mais de 30 anos. Na prática, isso resultou também em hábitos e maneiras de trabalhar difíceis de ser revistos da noite para o dia. Para Cruz, o aprendizado é um dos aspectos fundamentais para preparar os quase 90.000 colaboradores para essa nova cultura. “Sem a universidade corporativa, acredito que não teríamos chegado até aqui”, afirmou. “Precisamos preparar os funcionários para viver no caos e no sistema complexo que é o mundo em que vivemos hoje.” A transformação passa também por mudar a estrutura e a forma como os processos são feitos para que, de fato, a inovação possa acontecer. “A cultura segue a estrutura. Acredito que precisamos trabalhar na narrativa e nos artefatos que temos.” E esse é um processo contínuo. Por isso, Cruz disse preferir usar o termo “adaptação” a “transformação”. “A transformação dá a ideia de que uma coisa se transforma em outra, mas sabemos que não é isso, porque precisamos mudar o tempo todo.” Além do envolvimento da alta liderança, essencial para colocar as mudanças em prática, Cruz defende colocar os funcionários em uma posição mais protagonista. Em vez de meros executores, eles seriam “intraempreendedores”, criando e testando soluções para problemas reais do negócio. Para comunicar a nova mentalidade, o banco conta com 250 “heróis da inovação”, um grupo de funcionários que representa quase 80% das unidades de negócio da empresa. “Eles nos ajudam a polinizar e disseminar a narrativa, o repertório e a atitude que queremos ver em todo mundo”, disse Cruz.  "}]