[{"jcr:title":"Design thinking e parcerias para inovar em soluções sociais contra a fome"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"Design thinking e parcerias para inovar em soluções sociais contra a fome","jcr:description":"Alunos do ensino médio realizaram uma imersão no MIT, nos Estados Unidos. Objetivo: prototipar tecnologias para desenvolver a agricultura urbana na comunidade do Jardim Colombo, em São Paulo "},{"subtitle":"Alunos do ensino médio realizaram uma imersão no MIT, nos Estados Unidos. Objetivo: prototipar tecnologias para desenvolver a agricultura urbana na comunidade do Jardim Colombo, em São Paulo ","author":"Ernesto Yoshida","title":"Design thinking e parcerias para inovar em soluções sociais contra a fome","content":"Alunos do ensino médio realizaram uma imersão no MIT, nos Estados Unidos. Objetivo: prototipar tecnologias para desenvolver a agricultura urbana na comunidade do Jardim Colombo, em São Paulo    Bárbara Nór   Depois do sucesso da segunda edição do [projeto de imersão de alunos](https://www.insper.edu.br/noticias/alunos-do-ensino-medio-participam-de-experiencia-de-imersao-no-insper/) do ensino médio no Insper, feito em parceria com o Colégio Santa Cruz, a empreitada se expandiu. Dessa vez, ela aconteceu no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, em Cambridge, nos Estados Unidos. Na imersão no Insper, que ocorreu em julho, os jovens tiveram como desafio pensar em soluções para possibilitar a alimentação saudável aos moradores do Jardim Colombo, uma comunidade com cerca de 20 mil habitantes em Paraisópolis, em São Paulo. Para isso, eles estudaram técnicas de design thinking , aprenderam sobre alimentação saudável e cultura urbana e visitaram o Jardim Colombo para se aproximar dos moradores e sentir, de perto, os problemas vivenciados por eles. No MIT, a imersão ocorreu em outubro, novamente com a alimentação como foco. Ester Carro, professora da pós-graduação em Urbanismo Social do Laboratório Arq.Futuro de Cidades, pesquisadora no Núcleo Mulheres e uma das idealizadoras do projeto, conta que o convite para a imersão nos Estados Unidos aconteceu logo depois de a disciplina acabar. “O Colégio Santa Cruz já fazia todo ano um programa com o MIT, mas eles sempre estudavam povos vulnerabilizados de outros países ou regiões do Brasil”, diz Ester. “Dessa vez, queriam ter um case na cidade de São Paulo, uma realidade mais próxima da dos alunos.” Ao todo, 42 estudantes do Santa Cruz participaram da imersão nos Estados Unidos. Com o objetivo de prepará-los, Ester discorreu para eles sobre o complexo de Paraisópolis e a região do Morumbi, até chegar ao Jardim Colombo. “Durante a pandemia, houve a questão da fome, o aumento do desemprego, e queríamos trabalhar esse assunto pensando em como promover uma alimentação melhor”, relata Ester. “Estamos falando de pessoas que às vezes têm uma renda de 1.500 reais por mês para alimentar três ou quatro membros na família.” Uma vez munidos desse contexto, os alunos receberam oito desafios voltados para a questão da agricultura urbana. Um ponto alto durante a imersão no MIT, segundo Ester, foi poder trabalhar de perto com recursos de um dos laboratórios mais tecnológicos do mundo. “Vimos como se consegue prototipar, trabalhar e criar modelos reais que vão ser de alguma forma devolvidos para o Jardim Colombo”, conta a pesquisadora. Os alunos foram divididos em oito grupos — um para cada projeto — e tiveram, durante toda a semana, o auxílio de coordenadores e professores do MIT, que ensinaram a usar e manusear ferramentas. “Foi um choque ver gente de 14, 15 anos no máximo já manuseando aquelas ferramentas”, diz Ester. Ela manteve também contato próximo o tempo todo com os estudantes. “Eles tiravam dúvidas comigo e era muito potente essa troca.”   Alunos participam de atividade no MIT   Conexões para a transformação Ao fim de uma semana de atividades, os jovens tiveram a oportunidade de apresentar os projetos em um evento com a presença de diversos convidados do MIT, incluindo a própria diretora do MIT Lab. Eles analisaram os protótipos desenvolvidos e deram feedbacks e conselhos. “Foi uma experiência maravilhosa — e minha primeira vez nos Estados Unidos”, afirma Ester. “Ver o Insper abrindo esses caminhos e fazendo essas conexões, de fato entendendo que precisamos disso para avançar com o desenvolvimento territorial da cidade, é incrível.” Um dos projetos desenvolvidos pelos alunos foi montar espaços para a criação de cogumelos, algo caro no mercado brasileiro e que pode ser usado para alimentação e como fonte de renda alternativa para famílias. Outra ideia foi o uso de água da chuva para limpeza ou descarga no banheiro, por meio de captação com garrafas PET, e para o cultivo de uma horta hidropônica. “Trabalhamos muito o design do produto, ou seja, o que vai facilitar, o que vai ocupar menos espaço, o que será esteticamente mais bonito e com materiais de baixo custo”, diz Ester. “Um dos objetivos do programa, para além da pesquisa e da compreensão do problema com inovação, é desenvolver isso para a comunidade.” O plano agora é compartilhar os projetos com os moradores do Jardim Colombo para que eles possam ser implementados. O envolvimento de Ester nesse projeto, aliás, não tem nada de coincidência. Ela própria nasceu e foi criada no Jardim Colombo e viu de perto o descaso do poder público e os efeitos da desigualdade social. “Sempre tive o sonho de transformar a minha comunidade a partir das ferramentas que aprendi ao longo da minha vida”, relata a pesquisadora. “Fui compreendendo a importância de unir o conhecimento local, de entender e vivenciar as dores com esse lado técnico e as ferramentas para resolver os problemas.” Formada em Arquitetura, Ester lidera, desde o fim de 2017, o projeto Fazendinhando, que surgiu para recuperar um lixão que existia no Jardim Colombo e transformá-lo em uma área verdade, em parceria com o Arq.Futuro. “Esse projeto começou a partir de uma governança compartilhada, com gestão horizontal e pessoas de dentro e fora da comunidade”, diz Ester. Entre as atuações do projeto estão a revitalização de espaços degradados da comunidade e a qualificação de mulheres na área de construção civil e artesanato. Elas fazem as reformas em suas próprias casas e depois são conectadas com o mercado de trabalho. “Esse é um modelo em que acreditamos muito para fazer a transformação, com esses diferentes pilares da sociedade atuando de forma conjunta.”  "}]