Empatia é a palavra-chave do método de desenvolvimento de ideias e soluções de negócios
Leandro Steiw
Em um momento crucial do negócio, a sobrevivência da plataforma de locações de imóveis Airbnb foi possível após um processo de design thinking. Os fundadores da empresa perceberam que muitas pessoas não alugavam os imóveis da plataforma porque as fotos eram ruins ou incompletas. Em uma semana, eles produziram imagens melhores de algumas casas em Nova York, supondo o que o usuário da Airbnb gostaria de ver, e o faturamento cresceu.
O método do design thinking não é uma fórmula pronta, que possa ser repetida passo a passo com garantia de sucesso. Existem algumas etapas a ser seguidas, mas o segredo principal é colocar-se no lugar do cliente. Por isso, empatia é uma das palavras-chave.
Design thinking é um método de desenvolvimento de ideias e soluções para problemas complexos com uma visão centrada no ser humano, focado em empatia, cooperação e experimentação. O método atende à necessidade de inovação e trabalho cooperativo nas organizações, inseridas cada vez mais em um ambiente de negócios em mudança constante.
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O design thinking funciona em cinco etapas, basicamente:
1) Empatia e imersão: os desenvolvedores se colocam na posição dos consumidores ou clientes e tentam entender quais são as suas dores e do que eles precisam. As soluções começam a ser pensadas conforme o comportamento e os desejos, por meio de entrevistas, pesquisas, questionários, aprendizado por observação e análise comportamental.
2) Definição, análise e síntese: conhecidas as dores e os desejos, define-se o problema que será solucionado. É o foco do trabalho. Organiza-se o material, analisam-se os dados, identificam-se padrões.
3) Ideação: as ideias de soluções são oferecidas pela equipe em um processo de brainstorming. Todas as sugestões são válidas e estimuladas sem preconceitos e julgamentos. A colaboração é fundamental para reunir o maior número de ideias para a prototipação.
4) Prototipação: trata-se da fase de construir protótipos das soluções que parecem resolver o problema e que serão oferecidas ao cliente e ao consumidor. Isso significa desenhar no papel, construir maquetes, criar um MVP (do inglês, produto mínimo viável), escrever um plano de ação etc. Precisa ser algo visual, que todos possam entender.
5) Teste e implementação: com os protótipos prontos, deve-se testá-los com o público-alvo e verificar qual se aproxima da solução esperada. Como se vê, novamente é um processo colaborativo. Requer certo tempo de avaliação e análise até a conclusão que possibilite a sua implementação.
As aplicações do design thinking são ilimitadas. O método pode ser usado em pequenos, médios e grandes negócios, em políticas públicas e no terceiro setor, entre outros. Os grupos costumam ser multidisciplinares, portanto, profissionais de diversas áreas podem se beneficiar do design thinking.
O processo pode ser utilizado no desenvolvimento de políticas internas, por exemplo, de planejamento estratégico, vendas, marketing, manutenção, pós-venda etc. Ou para melhorar o relacionamento com fornecedores e investidores. A grande vantagem do design thinking é ser um processo colaborativo, que envolve todas as pessoas que serão impactadas pelo novo produto, serviço ou política.
O Insper oferece o curso presencial de curta duração Business + Design Thinking, com 28 horas de duração. Durante o curso, os alunos trabalham a razão da existência do negócio, as principais motivações para a existência de produtos, serviços ou marcas, para, então, criar soluções criativas, da ideia ao protótipo, testando e aprimorando-as. Os participantes têm contato com métodos que podem ser adotados para gerar modelos de negócios inovadores de forma prática e ágil, embasadas em dados de viabilidade e escalabilidade. Durante o curso também são realizados projetos para total imersão prática na metodologia, com acompanhamento de profissionais de mercado e docentes do Insper, que desafiam o aluno no que diz respeito a criatividade, viabilidade e robustez das soluções.
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