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Aluno do Insper conquista o McKinsey Black Talent Achievement Award

Luiz Fernando da Silva Borges, aluno de Engenharia da Computação, tem suas experiências profissionais e de pesquisa reconhecidas em premiação concedida pela consultoria global

Luiz Fernando da Silva Borges, aluno de Engenharia da Computação, tem suas experiências profissionais e de pesquisa reconhecidas em premiação concedida pela consultoria global

Imagem mostra Luiz Fernando da Silva Borges, alunos Insper, ganhador do McKinsey Black Talent Achievement Award. Ele está sentado, veste camiseta preta, está sorridente e analisa um aparelho eletrônico. No último mês de julho, Luiz Fernando da Silva Borges, aluno do terceiro semestre de Engenharia de Computação do Insper, conquistou o prêmio McKinsey Black Talent Achievement Award. A iniciativa, da consultoria global McKinsey & Company, reconhece pessoas negras que se destacam em suas áreas de atuação – no caso de Luiz Fernando, no campo da ciência e da tecnologia.

A avaliação da Mckinsey levou em conta o histórico de experiências profissionais e de pesquisa de Borges. Essa trajetória inclui desde os estudos em engenharia biomédica realizados no ensino médio, cursado no Instituto Federal do Mato Grosso do Sul em Aquidauana, até sua atuação mais recente como sócio, cofundador e diretor de tecnologia da Leventronic, empresa de tecnologia médica. A Leventronic está na iminência de homologar o ventilador pulmonar de emergência Leven67, desenvolvido sob a motivação da pandemia de covid-19.

Borges já recebeu mais de 50 premiações nacionais e internacionais, incluindo o batismo de um asteroide em sua homenagem, o 33503 Dasilvaborges, pelo Laboratório Lincoln, do Massachusetts Institute of Technology. O reconhecimento foi concedido devido à sua premiação na Intel ISEF (International Science and Engineering Fair) em 2016. Nessa que é a maior feira mundial de ciências e engenharia dedicada a estudantes, ele ficou em primeiro lugar com o projeto Hermes Braindeck: uma interface cérebro-computador para comunicação com pacientes inicialmente classificados como comatosos ou vegetativos.

Conversamos com Borges sobre a recente premiação da McKinsey e a respeito de sua carreira:

1) Como surgiu a ideia de se candidatar para o prêmio da McKinsey?

Eu vi uma matéria sobre a McKinsey no site da Fundação Estudar, da qual faço parte desde 2020 como Líder Estudar. No site da McKinsey, aprendi sobre as ações de vanguarda no campo da consultoria, bem como sobre o McKinsey Achievement Awards 2021.

2) Como a McKinsey faz a escolha dos premiados?

Na etapa de inscrições, enviei meu currículo com todas as minhas experiências profissionais. Dentre elas estão cursos de verão em que fui bolsista no Imperial College (Londres) e no Instituto Weizmann (Israel), assim como pesquisas em engenharia biomédica que desenvolvo desde o ensino médio que fiz no IFMS Aquidauana.

Tais pesquisas receberam ao todo mais de 50 premiações nacionais e internacionais históricas. Uma delas foi a concedida pelo Laboratório Lincoln, do MIT, que batizou o asteroide 33503 Dasilvaborges em minha homenagem.

Fui selecionado nessa primeira etapa e convidado para uma entrevista virtual, na qual pude detalhar mais minha história. Foi na entrevista que contei sobre minha experiência mais recente como sócio, co-fundador e diretor de tecnologia da Leventronic, empresa de tecnologia médica que está na iminência de homologar o ventilador pulmonar de emergência Leven67. Desenvolvemos o ventilador sob a motivação da pandemia de covid-19. Depois dessa etapa, eu fui o premiado na categoria Black Talent Award.

3) Para você, o que significa esse reconhecimento? 

Sempre aproveitei oportunidades como essa para tornar pública a minha gratidão pelas pessoas que possibilitaram que eu fosse capaz de conquistar méritos como este. Sou negro, de uma família de pais separados, de classe média e do interior de Mato Grosso do Sul. Tive a sorte de crescer sob a influência de três mulheres: minha mãe, minha tia e minha bisavó (hoje falecida e principal motivação por trás de minha pesquisa sobre comunicação com pessoas em coma usando eletroencefalograma). Elas foram meus maiores exemplos de autoestima e disciplina, principalmente minha mãe, que sempre abriu mão de muita coisa para que eu tivesse vários privilégios que eram bem alheios a pessoas de nossa classe social ou localização.

4) E como você situa sua conquista numa perspectiva mais ampla?

Aproveito para deixar clara minha posição contra o aforismo advindo da pregação da pseudomeritocracia: “basta querer que você consegue ser o que quiser”. Infelizmente, a maioria das pessoas em situações iniciais semelhantes às minhas não conta com os mesmos privilégios que eu tive, e pode se cobrar exacerbadamente quando vê na mídia algumas pessoas que “chegaram lá” dizendo que o esforço é a única coisa necessária.  Não é preciso dizer que disciplina e instrução são essenciais para que qualquer objetivo seja conquistado. Mas, sem as oportunidades ou meios corretos, a pessoa não terá uma mente na qual essas virtudes possam se desenvolver.

Quero algum dia poder ser capaz de retribuir isso para a sociedade, a fim de torná-la mais igualitária, fazendo da ciência e do método científico meios de transformação e mobilidade social. Enxergo minhas ações em ciência e tecnologia como formas de retribuir para a sociedade parte dos privilégios que recebi graças aos sacrifícios de quem me criou e me educou.

5) No seu ponto de vista, a graduação no Insper colaborou de alguma forma para esse reconhecimento?

Sim, escolhi estudar no Insper pelo perfil do curso de engenharia: vi que haveria uma preocupação com o ensino de conceitos além da teoria. Desde o início de minha trajetória acadêmica, eu procurei aprender fazendo. É assim que desenvolvi habilidades em programação, eletrônica e design 3D, por exemplo. Além disso, quem fez o primeiro conceito do ventilador pulmonar de emergência da Leventronic comigo foi o Juliano Nassar, aluno do curso de Engenharia Mecatrônica do Insper. Trabalhamos por vários dias no primeiro protótipo do projeto, no qual empregamos os aprendizados adquiridos por nós no curso de engenharia do Insper.

Consigo me ver empregando vários conceitos aprendidos nas disciplinas em meu cotidiano como diretor de tecnologia da Leventronic. Uma das primeiras coisas a fazer na construção de um equipamento médico é calibrar os sensores, o que aprendemos em Instrumentação e Medição. Depois, quando se trata de um produto, precisamos respeitar os ciclos de prototipação e atendimento das necessidades do cliente, abordados em Natureza do Design. Para tratar os sinais de alguns sensores que são muito pequenos, como o de oxigênio, são usados aprendizados de Acionamentos Elétricos. Para analisar se o desempenho do equipamento está dentro do esperado, recorremos a testes de hipóteses que vemos em Ciência dos Dados.

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