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Títulos Verdes promovem a transformação dos investimentos financeiros

Especialistas em finanças explicaram o crescimento da preocupação dos investidores com práticas sustentáveis no ambiente das empresas 

Especialistas em finanças explicaram o crescimento da preocupação dos investidores com práticas sustentáveis no ambiente das empresas 

No último dia 17 de junho, o Insper convidou especialistas em investimentos e ESG para debater o crescimento das ofertas de títulos verdes, em inglês green bonds, títulos de dívida que só podem ser usados para financiar investimentos considerados sustentáveis.  

No webinar “Ofertas de títulos Green, a experiência das empresas emissoras”, os debatedores convidados foram João Pacífico, CEO do Grupo Gaia, Marcelo Bacci, diretor executivo de Finanças e de Relações com Investidores da Suzano S.A e Marcelo Azevedo, vice-presidente de Finanças e Estratégia do Grupo Boticário. Além deles, a mediação foi de Ricardo Humberto Rocha, professor do Insper e consultor da Anbima, e Fábio Zenaro, diretor de Produtos Balcão e Novos Negócios da B3. 

Zenaro abriu o debate citando os números de investimentos listados na Bolsa de Valores que apontam um crescimento cada vez maior da preocupação do mercado com o impacto socioambiental das empresas. “Claramente esse é um tema que veio pra ficar e tende a crescer. Além de ser algo bom para a captação do mercado, também é bom para a sociedade, as empresas não estão olhando só para o benefício corporativo, mas também para o impacto na sociedade como um todo.” 

Compromisso sustentável 

Um dos temas abordados no encontro foi a popularização do termo ESG para denominar práticas guiadas pela sustentabilidade social e e ambiental. Há empresas que praticam o chamado greenwashing, ou seja, utilizam a nomenclatura apenas para atrair investidores, sem com isso transformar suas práticas na realidade. 

Para Pacífico, falta coerência entre determinadas gestoras de investimento que estão buscando se inserir no fluxo de capitais do ESG. “A quantidade de fundos que se tornaram focados em ESG da noite para o dia é enorme”, disse ele, “embora haja essa questão de ‘modinha’, espero que as pessoas comecem a dar valor para o que está sendo realmente impactado, porque uma operação ambientalmente responsável tem custo e elas têm que ter um prêmio para se tornar perenes”. 

Bacci citou o compromisso da Suzano com a redução de suas emissões de carbono, como exemplo de ação sustentável a partir da qual foram emitidos títulos de dívida para fortalecer as metas da empresa. “Nestes casos, você assume o risco de pagar uma penalidade caso você não atinja aquela meta. Isso só faz sentido se o mercado te der um prêmio na partida e, uma coisa que preocupa, é que esses prêmios estão ficando cada vez menores”, disse ele. 

Cenário futuro 

Os convidados também debateram suas visões sobre o futuro dos investimentos sustentaveis no Brasil e no mundo. Para as empresas, há um desafio cada vez maior de fornecer dados e métricas que comprovem seu compromisso sustentável, sob o risco de perder não apenas seus investidores, mas também os consumidores de seus produtos. 

“Na perspectiva de cinco anos, se você não tiver esses compromissos, há um risco da companhia não performar e ter perdas financeiras, porque seus consumidores e investidores, não acreditam mais no seu modelo de negócio”, disse Azevedo, citando que a emissão de títulos verdes no Grupo Boticário serviu para reforçar as ações já realizadas pela empresa. “Metas ambiciosas, de longo prazo atraem investidores comprometidos com a companhia por um longo período.” 

Pacífico distinguiu os motivos pelos quais buscam-se investimentos sustentáveis entre: constrangimento, coerência e consciência. No primeiro caso, o investidor é pressionado pela sociedade, no segundo, ele já possui um discurso sustentável e se tornaria incoerente ao investir em empresas que não são, e o terceiro, ele busca ativamente por investimentos social e ambientalmente corretos, por entender que isso e fundamental para a sociedade. 

“Esperamos que cada vez mais pessoas migrem do constrangimento para a coerência e que cada vez mais mudem da coerência para a consciência. Todo dia sai do mercado um consumidor que não é consciente e entra no mercado com o consumidor consciente”, disse Pacífico.

Acompanhe o webinar na íntegra

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