Iniciativa conecta professores e alunos estrangeiros para desenvolver atividades que promovam a internacionalização da escola
Como parte dos processos de internacionalização, o Insper tem buscado cada vez mais integrar iniciativas que proporcionem ganhos aos seus alunos, professores e às instituições de ensino parceiras ao redor do mundo. Alinhado a esse propósito, o professor André Filipe Moraes Batista teve uma atitude inovadora: junto com a instituição de ensino chilena Universidad del Desarrollo (UDD), ele desenvolveu uma atividade complementar com o tema “Tópicos sobre ciência de dados, inteligência artificial (IA) e ética”. A atividade não obrigatória foi a primeira a ocorrer nesse formato.
Ao todo, foram seis encontros, dos quais dois ocorreram com a participação de estudantes do Chile. Para organizar os objetivos de aprendizado, André se reuniu previamente com Sergio Mancinelli, professor da Universidad del Desarollo (UDD). As aulas, que foram ministradas em inglês, abordaram temas desde a conceituação sobre inteligência artificial até a complexidade ética que envolve a relação entre dados, negócios e sociedade. Essa abrangência temática despertou a curiosidade de Lucas Tarraf, que atualmente cursa o último semestre de Engenharia da Computação no Insper: “Foi uma experiência interessante, as aulas me mostraram o quão universal o tópico de inteligência artificial é”, disse o estudante.
Para Matheus Maciel, aluno do sexto semestre do curso de Administração do Insper, a atualidade desse assunto é um dos aspectos mais marcantes: “Eu me inscrevi na atividade porque, desde o princípio do curso, vi que o uso dessas tecnologias será massivamente adotado pelas empresas que pretendem manter ou conquistar vantagem competitiva a longo prazo. Foi uma experiência muito enriquecedora. O professor André utilizou uma linguagem bastante acessível e as aulas foram dinâmicas, com o conteúdo focado em explorar as partes mais aplicadas das tecnologias”, afirmou Matheus.
Durante os encontros, os alunos utilizaram tecnologias virtuais para a resolução das propostas e criaram um mural para expor os trabalhos. Com isso, além da imersão no tema de data science, os estudantes tiveram a oportunidade de desenvolver competências de relacionamentos globais, que constitui um dos pilares da formação oferecida pelo Insper.
André considera que um dos benefícios da atividade é o encontro cultural que a ela proporcionou aos alunos: “O maior ganho foi realizar uma disciplina conjunta, com pessoas de diferentes backgrounds, em uma turma híbrida. Isso permitiu que os alunos compreendessem até que ponto o que é produzido no Insper pode ser extrapolado”, declarou o professor.
Entre os desafios dessa conjunção internacional, o professor André destaca a interação durante as aulas. Isso ocorre porque, além da variação do perfil de cada pessoa, que pode ser mais ou menos introvertida, também entram em jogo questões culturais dos países e das próprias instituições, sem contar o fator linguístico, que é um dos condicionantes desse modelo ensino e aprendizagem.
Para Enzo Araújo, que cursa o primeiro período de Administração no Insper, esse desafio representou uma oportunidade para aprimorar habilidades interpessoais e imergir nos tópicos apresentados:
“O coworking com os colegas do Chile foi uma experiência única, me senti impulsionado a interagir com o grupo em outro idioma para discutir assuntos técnicos, o que agregou muito ao desenvolvimento de algumas soft-skills. As aulas também me geraram insights para questionar a assertividade dos algoritmos e refletir sobre o poder que as pessoas por trás da cortina têm para influenciar os resultados finais”, declarou o estudante.
A atividade complementar ocorreu em um momento de consolidação da escola como uma referência na área de ciência de dados. Na visão do professor do Insper, que também coordena o Centro de Ciência de Dados da escola, a expectativa para 2022 é de que mais atividades no formato COIL aconteçam não só na área de data science, mas no Insper como um todo:
“É importante considerar os aprendizados que tivemos nessa experiência no planejamento das próximas. Por enquanto, nós fizemos uma atividade complementar, mas é possível fazer com que isso aconteça em outros formatos, como o de uma disciplina curricular semestral”, pontuou André Filipe, que liderou a ação de maneira independente.
Os alunos concordam que a atividade foi proveitosa e demonstraram interesse na continuidade do formato internacional de construção de conhecimento:
“É uma pena que tenham sido apenas dois encontros com os colegas do Chile para discutir e trabalhar sobre os potenciais, cuidados e as aplicabilidades da inteligência artificial e da ciência de dados”, disse Matheus.
“Durante a atividade complementar, tive oportunidade de imergir em discussões sobre AI, seu funcionamento, dilemas, e como evitar uma tomada de decisão errática. Minha única crítica é que poderia ter durado mais”, complementou Enzo.
Essa colaboração foi a primeira iniciativa de muitas que a escola pretende construir para viabilizar ações de internacionalização nos diferentes programas do Insper.
“A atividade desenvolvida pelo prof. André foi fundamental para entender como o processo de COIL se dá e como poderemos implementá-lo de forma mais estruturada, visando a beneficiar nossos professores e alunos com diferentes perspectivas de conhecimento e parceiros internacionais” concluiu Ana Carolina Oliveira de Souza, Coordenadora da área de relações internacionais do Insper.