Profissionais de TI estão entre os mais procurados no mercado para trabalhos a distância
Bernardo Vianna
Dados da Gartner, empresa de consultoria americana, apontam que os gastos mundiais com tecnologia da informação devem atingir uma cifra recorde neste ano, da ordem de 4,2 trilhões de dólares. Esse valor é 9,5% maior do que o observado em 2020. O crescimento está sendo impulsionado pelo trabalho remoto e pelo ensino a distância, tendências aceleradas pela necessidade de distanciamento social imposta pela pandemia do novo coronavírus. Em 2022, embora o ritmo de crescimento deva ser menor, a Gartner prevê que o gasto mundial em TI passe da marca de 4,4 trilhões de dólares.
Em alguns países, é nítido o aumento da oferta de trabalho a distância para profissionais de tecnologia da informação. Por exemplo, ao analisar dados de vagas remotas anunciadas em sua plataforma em 2020 e 2021, a equipe da rede social LinkedIn no Canadá observou um crescimento substancial no setor de desenvolvimento de software e serviços de tecnologia da informação naquele país. De modo geral, entre os anúncios de vagas canadenses no LinkedIn, 12% ofereciam trabalho remoto em setembro de 2021. Esse número, antes da pandemia, era de pouco mais de 1%.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, traçou recentemente o perfil das pessoas que trabalham remotamente no Brasil. Segundo o estudo, feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sobre a covid-19, do IBGE, 11,7% da população brasileira trabalhavam a distância em julho de 2020.
O grupo com maior fatia de pessoas trabalhando de casa era o dos profissionais das ciências e de atividades intelectuais. Além disso, mais mulheres trabalhavam remotamente no Brasil do que homens. Em relação a cor e raça, mais pessoas brancas ocupavam vagas de trabalho remoto, cuja oferta estava concentrada na região Sudeste.