Iniciativa já distribuiu 1,4 mil unidades de equipamento de proteção individual, adaptados para melhor mobilidade
Insper e Arq.Futuro estão trabalhando em conjunto para a doação de face shields a comunidades do Xingu e territórios vulneráveis na capital paulista. Com a doação de matéria-prima para as viseiras e elásticos pelo Arq.Futuro, os times do Fab Lab e Tech Lab do Insper produziram 1,4 mil face shields, dos quais já foram encaminhadas 200 unidades para Associação Terra Indigena Xingu (ATIX), recebidas por Ianu Kayabi, presidente da associação. Outras 100 foram enviadas para o Instituto de Arte Indígena Brasileira (Instituto XEPI), e recebidas por Mayawari Meinhako, presidente do instituto.
Outras 200 unidades estão à disposição da equipe do Projeto Xingu, da UNIFESP, responsável pela organização de entrada dos EPIs no território indígena, para encaminhar conforme as prioridades. Também foi criada uma reserva com 200 unidades em estoque para atender novas demandas na região do Alto Xingu.
Tomas Alvim, cofundador do Arq.Futuro e coordenador do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper, conta que trabalha regularmente com a população indígena do Alto Xingu e que, no início da pandemia, foram estruturadas diversas iniciativas de apoio para as aldeias da região orientadas para a segurança alimentar, a fim de evitar que houvesse a necessidade de deslocamento até às cidades e, assim, diminuir o risco de exposição ao novo coronavírus.
“A partir do momento que a contaminação na região virou uma realidade, o foco passou a ser também o envio de EPIs para as aldeias em parceria com o Projeto Xingu da UNIFESP. A partir de uma conversa com Juliana Mitkiewicz, professora do Insper, surgiu o contato com Daniel Kras, Gerente de Laboratório do Fab Lab do Insper e a ideia de fazer os face shields para a população indígena”, explica Tomas.
Para Tomas, essa doação é fundamental, pois além de atender a demanda de proteção dos profissionais de saúde que estão sendo mobilizados para essa iniciativa, evita também que eles sejam agentes de contágio dada a elevada exposição ao vírus que terão. “Entre esses profissionais, já existe uma equipe local indígena de enfermeiros e técnicos de enfermagem que já faz o atendimento e acompanhamento dos contaminados”.
As doações também se estendem para territórios na capital paulista, com doações de 500 face shields para o Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC), recebidas por Carmen Silva, líder do movimento, além de 60 unidades para a União dos Movimentos de Moradia (UMM), pelas mãos de Evaniza Rodrigues, também líder do movimento, e ainda 150 unidades para a União Educacional e Esportiva do Jardim Colombo (UEEJC), recebidas por Ester Carro, que lidera a iniciativa. As três lideranças desses movimentos são professoras da Pós-Graduação em Urbanismo Social e professoras assistentes do Núcleo Mulheres e Território do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper.
Face Shield Insper – Iniciado no último mês de março, o projeto Face Shield Insper já produziu, até o momento, 30 mil peças da chamada Tiara Inspira, que sustenta as viseiras de face shields para profissionais de saúde que atuam em UTIs e centros cirúrgicos. A iniciativa contou com a doação de materiais pela Braskem. A documentação do projeto foi disponibilizada em código aberto, para que outras instituições possam se apropriar do projeto e ajudar mais gente.
Já os modelos enviados para as comunidades do Xingu são face shields completos e adaptados para a realidade local. “Ao questionarmos se haveria oportunidade de ajustes para melhor atendermos a população indígena, recebemos retorno para ajustarmos o tamanho das viseiras, com o objetivo de alcançar melhor mobilidade. Portanto, desenhamos um novo modelo de viseira – encurtamos e modificamos o perfil dessa parte. Agora, temos a versão Inspira Xingu”, explica Daniel Kras.