[{"jcr:title":"Informação otimista pode elevar exposição à Covid-19","cq:tags_0":"tipos-de-conteudo:insper-conhecimento"},{"jcr:title":"Grid Container Section","layout":"responsiveGrid"},{"typeView":"vertical"},{"jcr:title":"Informação otimista pode elevar exposição à Covid-19","jcr:description":"Em estudo, mais velhos indicam menor intenção de se proteger"},{"subtitle":"Em estudo, mais velhos indicam menor intenção de se proteger","status":"publish","slug":"informacao-otimista-eleva-exposicao-a-covid-19","title":"Informação otimista pode elevar exposição à Covid-19","content":"CONHECIMENTO| CONTEÚDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19 | [ACESSE A PÁGINA ESPECIAL](https://www.insper.edu.br/coronavirus/conteudo) O novo coronavírus tem se mostrado [perigoso principalmente para quem está acima dos 60 anos](https://www.insper.edu.br/conhecimento/politicas-publicas/coronavirus-fica-mais-letal-conforme-a-idade-do-infectado/) . E são justamente pessoas dessa faixa etária que tendem a reduzir os cuidados de prevenção quando são confrontadas com dados com viés otimista sobre a pandemia. [Estudo](/content/dam/insper-portal/legacy-media/2020/04/81345-173205-3-PB.pdf) realizado no fim de março deste ano, logo após pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, demonstrou que propagar cenários parciais acerca da [ Covid-19 ](https://www.insper.edu.br/conhecimento/estrategia-e-gestao/novo-coronavirus-desafia-sistemas-de-saude/) afeta a reação de brasileiros em relação à doença. A pesquisa foi conduzida por Carolina Melo, doutoranda em economia dos negócios, e [Sandro Cabral](https://www.insper.edu.br/pesquisa-e-conhecimento/docentes-pesquisadores/sandro-cabral/) , coordenador do mestrado em políticas públicas, ambos do Insper. Foi utilizado o método conhecido como [ “randomized control trial”, ou RCT](https://www.insper.edu.br/conhecimento/politicas-publicas/dez-perguntas-e-respostas-sobre-o-nobel-de-economia-de-2019/) na sigla em inglês. Os 571 adultos que aceitaram responder a um questionário foram divididos em três grupos de forma aleatória, como em um sorteio. Cada grupo recebeu uma mensagem inicial diferente com dados e informações sobre a pandemia e depois responderam a três questões. A única diferença entre os três foi a mensagem inicial recebida. Assim, foi possível inferir quais diferenças observadas nas respostas podem ser atribuídas a diferenças nas mensagens. O primeiro grupo recebeu a seguinte mensagem: “Vamos falar especificamente sobre a pandemia do novo coronavírus. Segundo a OMS e dados disponíveis até 25 de março, o vírus já atingiu 196 países, e a sua taxa de letalidade é de 4,46%. No entanto, ela pode variar bastante entre os países”. Os outros dois se viram diante desse mesmo trecho, porém com a inclusão de informações no final. Levou-se ao segundo grupo um quadro considerado pelos pesquisadores como mais realista –e mais pessimista– a respeito da gravidade da doença : “Na Itália e na Espanha, por exemplo, a taxa de letalidade é maior. Na Itália, é de 9,86% e, na Espanha, de 6,79%”. Para o terceiro, houve o acréscimo de dados que amenizam a situação –e que, segundo os autores, são mais otimistas: “Na Noruega e na Austrália, por exemplo, a taxa de letalidade é mais baixa. Na Noruega, é de 0,39% e, na Austrália, de 0,33%”. Depois de lerem a mensagem, todos responderam a três questões. Uma abordava o nível de preocupação do entrevistado com a [pandemia](https://www.insper.edu.br/conhecimento/estrategia-e-gestao/novo-coronavirus-desafia-comunidade-cientifica/) . Outra buscava saber se considerava o isolamento social um exagero. A última, se pretendia ou não intensificar medidas de proteção diante da expectativa de aumento de casos no país. Entre os resultados obtidos, chama a atenção os que foram apurados entre as pessoas mais velhas. Participantes acima de 60 anos expostos à mensagem mais otimista se mostraram menos propensos a reforçar os cuidados do que aqueles da mesma idade que viram só a mensagem geral, ou seja, sem menção às taxas de letalidade dos cenários mais otimista ou mais pessimista. Por outro lado, se confrontados com o mais pessimista –o que apresenta taxas de Itália e Espanha–, os mais velhos  relevaram uma menor tendência do que os jovens a considerar o isolamento social um exagero. Os pesquisadores também verificaram reações distintas ao analisar as respostas por escolaridade e faixa de renda. Expostas ao cenário mais pessimista, pessoas com ensino superior  indicaram uma menor disposição para intensificar ações para se proteger do vírus e evitar a sua propagação. Quando houve o recorte por renda , participantes das classes A e B que leram o texto mais otimista apresentaram uma menor preocupação com a disseminação da Covid-19 do que os mais pobres. Ainda que o estudo não tenha como objetivo gerar conclusões representativas do comportamento de toda a população brasileira, os resultados indicam que, ao menos para o grupo de pessoas que respondeu ao questionário, a qualidade da informação recebida afeta a forma como as pessoas enxergam a gravidade da pandemia e a necessidade de ações restritivas. O estudo chama a atenção para a importância de geração e disseminação de informações baseadas em evidências e realistas sobre a pandemia. | [ACESSE A PÁGINA ESPECIAL](https://www.insper.edu.br/coronavirus/conteudo)"}]