[{"jcr:title":"Novo coronavírus desafia comunidade científica","cq:tags_0":"tipos-de-conteudo:insper-conhecimento"},{"jcr:title":"Grid Container Section","layout":"responsiveGrid"},{"typeView":"vertical"},{"jcr:title":"Novo coronavírus desafia comunidade científica","jcr:description":"Pesquisadores dão respostas rápidas, mas mais dados ainda são necessários"},{"subtitle":"Pesquisadores dão respostas rápidas, mas mais dados ainda são necessários","status":"publish","slug":"novo-coronavirus-desafia-comunidade-cientifica","title":"Novo coronavírus desafia comunidade científica","content":"CONHECIMENTO| CONTEÚDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19 | [ACESSE A PÁGINA ESPECIAL](https://www.insper.edu.br/coronavirus/conteudo)   A eclosão da [pandemia do novo coronavírus ](https://www.insper.edu.br/conhecimento/estrategia-e-gestao/novo-coronavirus-desafia-sistemas-de-saude/) , o Sars-Cov-2, desafia a comunidade científica e as autoridades de saúde a produzirem respostas rápidas para um fenômeno pouco conhecido. [Faltam dados consolidados](https://www.statnews.com/2020/03/17/a-fiasco-in-the-making-as-the-coronavirus-pandemic-takes-hold-we-are-making-decisions-without-reliable-data/) sobre a extensão dos infectados, sem os quais as taxas de risco apuradas e divulgadas até agora ainda são [aproximações](https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(20)30244-9/fulltext) . A lacuna, entretanto, não tem anulado a formação paulatina de concordância científica e sanitária, principalmente pelo fato de a pandemia provocar uma corrida súbita aos serviços de saúde, [cuja saturação](https://projects.propublica.org/graphics/covid-hospitals?geo=Boston,%20MA) desencadeia ela própria a elevação da mortalidade. Publicado em 16 de março, um [estudo do Imperial College](https://www.imperial.ac.uk/media/imperial-college/medicine/sph/ide/gida-fellowships/Imperial-College-COVID19-NPI-modelling-16-03-2020.pdf?utm_source=POLITICO.EU&utm_campaign=8f01de28a2-EMAIL_CAMPAIGN_2020_03_17_07_01&utm_medium=email&utm_term=0_10959edeb5-8f01de28a2-190557303) , do Reino Unido, produziu grande impacto nesse debate. Estimou que, mesmo adotado o conjunto mais draconiano de restrições à circulação de pessoas, a capacidade dos sistemas de saúde britânico e dos Estado Unidos seria superada em oito vezes no pico das infecções. Dez dias depois, o mesmo grupo em torno do centro londrino [divulgou projeções](https://www.imperial.ac.uk/media/imperial-college/medicine/sph/ide/gida-fellowships/Imperial-College-COVID19-Global-Impact-26-03-2020v2.pdf) sobre os efeitos das estratégias de contenção mais severas para diversos países e regiões. Se as medidas forem adotadas cedo, quando a taxa semanal de mortes não ultrapassa 2 por milhão de habitantes, cerca de 38 milhões de vidas seriam poupadas. Se ocorrerem mais tarde, com a mortalidade a 16 por milhão, evitariam em torno de 30 milhões de óbitos no mundo. O cálculo toma por base um cenário hipotético em que nenhuma ação restritiva é implementada para deter a velocidade do contágio, num período de 250 dias. Embora essas publicações estejam influenciando a política pública inclusive em nações, como os EUA e o Reino Unido, que resistiam a adotar intervenções mais profundas na movimentação popular, suas bases e suas conclusões não deixaram de ser questionadas. [Um exercício](https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.03.24.20042291v1.full.pdf) de especialistas da Universidade de Oxford, também no Reino Unido, sugere que a infecção naquele país começou em janeiro, um mês antes do primeiro caso registrado. O espalhamento, em meados de março, teria ultrapassado 50% da população, freando novas infecções, pois o vírus teria cada vez menos pessoas não infectadas em quem se instalar, e indicando carga mais suportável para a infraestrutura de saúde. Algumas premissas do modelo esboçado pelos pesquisadores de Oxford também [foram questionadas](https://www.ft.com/content/ebab9fcc-6e8d-11ea-9bca-bf503995cd6f) , num debate que deve ficar mais adensado com o correr dos próximos meses e com a evolução dos processos de revisão por pares da academia. A crítica aos trabalhos pioneiros, que hoje orientam os governos na pandemia, alerta para a necessidade de [pesquisas demográficas representativas](https://www.ft.com/content/5ff6469a-6dd8-11ea-89df-41bea055720b) , destinadas a estabelecer a prevalência do novo coronavírus nas populações e subpopulações nacionais. Essa informação, associada a outras que têm sido buscadas por equipes de pesquisa em todo o mundo, pode ser importante para instruir as estratégias públicas de convivência com a doença depois que a fase dos confinamentos rígidos se exaurir. A depender da proporção de pessoas sãs já infectadas pelo patógeno, e supostamente imunes a um novo contágio, será possível tomar decisões mais bem fundamentadas sobre o retorno às atividades normais de estudo, trabalho e lazer. | [ACESSE A PÁGINA ESPECIAL](https://www.insper.edu.br/coronavirus/conteudo)"}]