Realizado em parceria com Arq.Futuro e Itaú Cultural, novo curso focado no urbanismo em territórios vulneráveis contou com evento especial para marcar o início da primeira turma
O campo do urbanismo é repleto de desafios para pesquisadores, estudiosos e também para quem atua cotidianamente em campo. Foi na busca de encarar esses desafios que o Insper propôs, em parceria com Arq.Futuro e Itaú Cultural, a sua nova Pós-graduação em Urbanismo Social – Gestão Urbana, Políticas Públicas e Sociedade. O curso joga luz no debate sobre intervenção urbana em territórios de vulnerabilidade social, demanda urgente nas grandes cidades brasileiras.
O evento oficial de lançamento do curso aconteceu no dia 26 de outubro, em formato semipresencial, no Auditório Steffi e Max Perlman, e contou com a presença de alunos de diversas regiões do Brasil, professores e representantes das instituições responsáveis pelo projeto da Pós-graduação.
A Pós-graduação foi desenvolvida no âmbito do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper, plataforma interdisciplinar para o aprendizado, pesquisa e inovação sobre as cidades. Sua proposta de aprendizagem inovadora é centrada na experiência de trocas de conhecimento e, principalmente, experiências concretas para a construção do Urbanismo Social.
Para Marcos Lisboa, Presidente do Insper, o campo urbanístico brasileiro é a face mais visível dos problemas de gestão nas cidades brasileiras, com diversos projetos incoerentes entre si. “Para encarar o desafio de transformar esse campo, é necessário ter um olhar inovador e agregador para o urbanismo”.
Cofundador do Arq. Futuro e Coordenador do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper, Tomás Alvim participou de todo o processo de elaboração da Pós-graduação e ressaltou que o propósito da formação é unir o saber local e contextualizá-lo com o conhecimento e a pesquisa científica, para que todos possam dialogar. “Essa é a dimensão mais importante que vamos trabalhar, a construção de pactos que transformem a vida nas cidades.”
De acordo com Rodrigo Amantea, também Coordenador do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper, a Pós-graduação em Urbanismo Social é uma formação única no cenário brasileiro. “No curso, serão abordadas práticas inovadoras na gestão das cidades, atendendo a uma importante demanda da sociedade por políticas públicas que enfrentem os desafios urbanísticos, principalmente em territórios de vulnerabilidade.”
Proposta inovadora
O curso foi planejado para não apenas discutir os problemas e desafios urbanísticos, mas principalmente propor intervenções urbanas integradas em territórios de vulnerabilidade. Para isso, um dos fundamentos do programa é a proposta de ações com a participação social e o conhecimento das realidades locais, tendo como norte o desenvolvimento humano e a promoção da cidadania.
O professor Carlos Leite, Coordenador do Núcleo de Urbanismo Social do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper e da Pós-graduação em Urbanismo Social, pontuou no evento de abertura do curso que essa formação busca reunir alunos e professores de forma que eles possam interagir e trocar experiências a partir de suas vivências em seus territórios. “Esse curso representa muito do Insper, inspiração e pertencimento para transformar, e é inovador ao buscar nos territórios de vulnerabilidade do Brasil os atores locais que serão nossos alunos e cujas experiências específicas formarão a base de nosso Núcleo.”
Em seu discurso de abertura, Marcos Lisboa, presidente do Insper, também comentou sobre a inovação do curso, ao propor o encontro de pessoas que atuam cotidianamente com a solução de problemas urbanísticos em locais vulneráveis. “Os estudos nessa área são tipicamente segmentados, o que gera um todo incoerente. Por isso, reunir pessoas que trabalham em campos diversos, para propor soluções em conjunto, é um formato muito inovador.”
Para o Diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, a escolha do Insper como parceiro institucional foi muito natural pela vocação da escola em formar os próximos gestores públicos e privados do nosso país. “Queríamos propor a experiência de uma Pós-graduação para que essas pessoas possam ser provocadores, na linha de frente do seu campo de atuação. Para nós, essa formação tem um papel fundamental na promoção de líderes no campo da arte e da cultura.”
Seleção dos alunos
Ao todo, foram mais de 780 interessados em participar do curso, que previa 30 vagas inicialmente. “Ao fim, chegamos a 36 alunos selecionados, que têm muito o que mostrar e falar. Com isso, esperamos promover o conceito do learning by doing, aprender fazendo durante o curso”, comentou Carlos Leite.
Tomás Alvim lembrou que a seleção do curso teve como metas trazer diversidade e regionalidade, inclusive retirando o diploma de Graduação como critério de seleção. “Isso foi algo tremendamente inovador, queremos o conhecimento híbrido no corpo docente e discente. Por isso, focamos a seleção em pessoas que contribuem na prática para a ação social.”
A aluna Talita Rocha Pereira, arquiteta e Coordenadora estadual do MTST em Minas Gerais, ficou sabendo do curso a partir da indicação de uma professora de arquitetura que é membro da Brigada de Arquitetos e Urbanistas Populares do MTST e logo se interessou em participar. “Já estava querendo fazer um trabalho mais específico nesse campo do urbanismo, e fiquei muito empolgada com o cronograma, o time de professores e com os próprios colegas, que são pessoas com muita experiência.”
O lançamento da Pós-Graduação foi a primeira viagem que Talita, moradora de Uberlândia, realizou desde o início da pandemia, mas o protocolo de segurança e a oportunidade de encontrar seus pares superou a apreensão com o evento. “Estou bastante ansiosa para saber como vai ser no decorrer do curso e como vamos aplicar tudo isso que a gente aprender aqui. Pois é esse o intuito, de levar tudo o que aprendermos aqui para dentro do nosso trabalho cotidiano.”
Claudio Marcelo de Farias Rodrigues, gestor público na cidade de Mogi das Cruzes, já acompanhava as discussões do Arq.Futuro devido ao seu interesse no campo do urbanismo. “No momento que tive contato com a oportunidade dessa Pós-Graduação para aprofundar esses conhecimentos, vi a oportunidade de somar as atividades do meu dia a dia com as trocas de experiências com pessoas de lugares que nunca estive. Sem dúvida nenhuma, o objetivo de estar aqui é poder melhorar a vida das pessoas. Essa possibilidade de aprendizado vai multiplicar uma série de ações e decisões que tomamos todos os dias na minha cidade”, ressaltou Claudio.