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Gráfico ilustrativo estudo universitário

Com mais universitários, mercado de trabalho brasileiro melhorou

Estudo avalia que expansão do ensino superior de 2000 a 2010 está associada a mais emprego e renda
04/04/2019 20:19

Desde os anos 1950, a educação e seus impactos individuais e coletivos têm sido objeto de análise dos economistas. Dois pioneiros nesses estudos, Theodore Schultz e Gary Becker reconheceram a educação como um investimento e iniciaram trabalhos para apurar os rendimentos do estoque de conhecimento, o chamado capital humano.

Décadas de pesquisas acumuladas confirmaram a relação positiva entre o esforço educacional, de um lado, e o incremento na renda e em outros indicadores de bem-estar da pessoa e da comunidade, do outro. Está, a esta altura, bem assentada a hipótese geral de que mais educação acarreta mais desenvolvimento.

A partir desse quadro, grande parte do debate acadêmico se concentra na tentativa de identificar e medir o mais precisamente possível o bônus educacional em situações delimitadas. Esse foi o objetivo de um grupo de pesquisadores brasileiros –Naercio Menezes Filho, Alison Pablo de Oliveira, Bruno Kawaoka Komatsu, os três do Insper, e Roberto Hsu Rocha, da PUC-RJ– em publicação recente.

Eles se perguntam qual foi o impacto –se é que houve– da expansão do ensino superior brasileiro de 2000 a 2010 sobre a taxa de ocupação no mercado de trabalho, os rendimentos salariais e a renda domiciliar per capita. Para a resposta, trabalham e analisam dados dos censos da educação superior e do demográfico.

No período houve forte aumento, de 135%, na quantidade de concluintes de faculdade, mais acentuado nos municípios do interior. A expansão ocorreu tanto no ensino superior público como no privado.

Os autores detectam uma correlação positiva entre a variação do total de concluintes e a dos indicadores do mercado de trabalho em que estão interessados. Estimam que em média, para um mesmo município, um ponto percentual a mais no volume de adultos com ensino superior se associa à elevação de 0,4 ponto percentual na taxa de ocupação, de 0,9% na média salarial e de 1,3% na renda domiciliar per capita.

A metodologia utilizada no estudo não permite, contudo, assegurar que mais concluintes nas faculdades são a causa do melhor desempenho verificado no mercado de trabalho. Para chegar a tal conclusão, será preciso avaliar outros fatores que em tese podem ter contribuído para o resultado do mercado de trabalho. Os impactos da expansão recente do ensino superior no Brasil são um tema ainda relativamente pouco analisado.

Acesse o estudo:


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