[{"jcr:title":"Imprensa | Até onde vai o dólar? Saiba o que fazer se quer viajar nos próximos meses"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"Imprensa | Até onde vai o dólar? Saiba o que fazer se quer viajar nos próximos meses"},{"author":"Insper","title":"Imprensa | Até onde vai o dólar? Saiba o que fazer se quer viajar nos próximos meses","content":"Fonte: [Folha de S.Paulo](https://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2018/05/06/dolar-em-alta-tendencia-crescimento-oscilacao-cambio.htm) – 6/5/2018 A recente alta do dólar já preocupa os turistas brasileiros que estão planejando viajar para o exterior, e a tendência é de que o cenário de valorização da moeda norte-americana se acentue. Especialistas consultados pelo UOL avaliam que o dólar pode bater R$ 3,60 nos próximos meses, influenciado pela incerteza política no Brasil e por fatores externos. Para quem já está com a viagem marcada, a recomendação é de que a compra do dólar seja feita em pequenas quantidades em períodos diferentes, diluindo assim o risco de perda com as possíveis oscilações. O ideal é fazer compras mensais até uma semana antes da viagem, segundo o professor da FGV Campinas Múcio Zacharias, economista-chefe da Valury Valuation Merger & Acquisition. “Tudo pode acontecer, essa é a verdade”, afirma. A compra fracionada também é recomendada pelo coordenador do laboratório de finanças do Insper, Michael Viriato. “Quem sabe que vai viajar deve começar a comprar aos poucos, e assim reduz a incerteza”, afirma. Segundo ele, muitos turistas apostam que o dólar vai cair e depois se arrependem. “Tenho certeza de que as pessoas estão apostando que em julho estará melhor, mas o risco é muito grande.” Segundo Viriato, a recomendação é a mesma para quem vai viajar para a Europa, pois a relação entre o euro e o dólar não deve variar muito. A dona da agência de viagens MM Turismo, Mara Morais, diz que a variação cambial não está fazendo as pessoas desistirem de compras já realizadas de pacotes de viagens, mas diz que a oscilação influencia quem ainda não decidiu. “Aqueles que começam a sonhar com a viagem agora, pensam um pouco mais”, declara a empresária. “Os que já optaram por viajar procuram outra data, um hotel mais simples, mas acabam comprando”, diz. Além da compra fracionada, Mara destaca a importância de pesquisar as cotações em diferentes casas de câmbio antes de comprar. Outra saída é dividir a compra da viagem em diferentes etapas, comprando primeiro as passagens e depois os serviços (hotéis e passeios), pois a passagem é a que sofre mais alterações de valores. Vale lembrar que, além da questão cambial, os turistas devem levar em consideração que existe o pagamento de imposto pelas despesas no exterior – IOF de 1,1% para dinheiro vivo e 6,38% para cartão de débito e crédito. Na contramão do mercado, Bruno Foresti, gerente de câmbio do Banco Ourinvest, diz que nem sempre a compra fracionada vale a pena, e pode ser mais interessante comprar tudo de uma só vez, com antecedência. “Se você tem uma viagem programada e já tem o dinheiro, pode comprar os euros ou dólares e ir dormir tranquilo. Por 2.000 euros não vale ir na casa de câmbio dez vezes”, afirma. Embora os especialistas tenham dificuldades em prever o comportamento do câmbio até o final deste ano, existe um consenso de que a incerteza causada pelo ano eleitoral no Brasil vai adiar a entrada de recursos externos no país, o que ajuda a desfavorecer o real. “O investidor internacional que vê uma tendência positiva para o Brasil vai aguardar a sua entrada porque não sabe quem será o próximo presidente e se ele estará comprometido com as reformas que sustentem o crescimento”, afirma o coordenador do laboratório de finanças do Insper. No front externo, a perspectiva de aumento da taxa de juros nos Estados Unidos também contribui para a valorização do dólar, pois investidores do mundo inteiro tendem a trocar investimentos em mercados emergentes por ativos nos Estados Unidos. “A possibilidade de alta na taxa de juros norte-americana aliada ao cenário de queda de juros no Brasil e às incertezas políticas cria uma tempestade perfeita”, afirma Foresti, do Banco Ourinvest. O professor da FGV Campinas diz acreditar que o dólar pode chegar a R$ 3,60 ou R$ 3,70 nos próximos meses devido à instabilidade econômica. Ele diz que o Banco Central deve intervir com mais apetite no mercado de câmbio sempre que a moeda estiver acima de R$ 3,35, mas que o movimento pode não ser suficiente para conter a tendência de alta. O professor do Insper não descarta a possibilidade de o dólar atingir R$ 3,80. “É difícil que ocorra, mas não é impossível, afirma Viriato. No Banco Ourinvest, a previsão é de que a moeda fique entre R$ 3,55 e R$ 3,60 no meio deste ano, podendo subir ainda mais, a depender do cenário eleitoral. Segundo o porta-voz do Ourinvest, a volatilidade do câmbio será grande, pelo menos até outubro. “A volatilidade deve ser muito mais alta do que o mercado está acostumado. Qualquer força que faça o dólar subir o cair terá uma amplitude maior”, afirma Foresti, que evita fazer previsões para o final deste ano."}]