O curso de Ciência da Computação do Insper foi reconhecido com a nota máxima (5) na avaliação do MEC (Ministério da Educação), um resultado que atesta a qualidade da proposta pedagógica inovadora lançada pelo Insper em 2022. Critérios como infraestrutura, grade curricular, corpo docente, extensão, conexão com pesquisa e acervo bibliográfico foram considerados na avaliação, que consagrou o parecer inicial feito para criação do curso.
“A nota máxima do MEC é um reconhecimento importante que reforça o compromisso do Insper com a excelência acadêmica e valida uma proposta pedagógica que coloca os estudantes como protagonistas de sua formação”, diz Priscila Claro, diretora da Graduação do Insper. “O curso de Ciência da Computação é um exemplo vivo da nossa missão: formar pessoas capazes de transformar realidades por meio do conhecimento aplicado, da colaboração e da empatia. Aqui, teoria e prática andam juntas, com propósito e impacto social”, acrescenta.
Da mesma forma, para Fabio de Miranda, coordenador do curso de graduação de Ciência da Computação do Insper, o resultado coroa um modelo de ensino que alia fundamentos sólidos e prática intensiva voltada para contextos profissionais.
"Obtivemos a nota máxima na maioria dos conceitos da avaliação. Isso mostra que nós comunicamos bem as inovações do nosso curso, que é bastante diferente de um curso mais convencional de ciência da computação, mas que zela, claro, pela integridade conceitual a partir de uma base sólida", diz Fabio.
Por meio de uma carga horária de 3.360 horas distribuídas ao longo de oito semestres, os alunos de Ciência da Computação do Insper são preparados para lidar com desafios técnicos ao mesmo tempo em que desenvolvem habilidades como liderança e agilidade, concluindo o curso com a formação necessária para atuar com demandas reais de um mercado de trabalho altamente dinâmico.
Um dos diferenciais da base curricular do Insper é o contato profundo com experiências práticas, sem renunciar aos fundamentos, desde o início do curso. Disciplinas focadas em áreas de conhecimento como lógica, matemática, ética garantem o alicerce conceitual, enquanto projetos com empresas e organizações do terceiro setor trazem desafios concretos para os estudantes resolverem ao longo dos semestres.
Um dos destaques do curso é Developer Life (DevLife), disciplina oferecida no primeiro semestre da graduação que é a espinha dorsal da experiência prática dos alunos no início do curso. Com 28 horas semanais de carga horária contando aulas e atendimentos, ela simula o cotidiano de um desenvolvedor em contato com um cliente real.
“O aluno assume um projeto de verdade, com entregas, gestão de equipe e problemas de escopo, como acontece nas empresas”, explica Fabio.
Criado pelos professores Andrew Kurauchi e Igor Montagner e inspirado em ferramentas utilizadas nos cursos de engenharia e em modelos de bootcamps de programação, o sistema do Developer Life permite que os alunos participem desde o dia 1 de uma formação intensiva, baseada em feedback automático, que fornece uma base introdutória ao universo da computação.
Na prática, os alunos escrevem códigos para resolver exercícios e os submetem a uma plataforma que testa automaticamente se o resultado está correto. Mais do que apontar erros, o sistema DevLife fornece sugestões e direcionamentos, como pistas sobre o que pode estar errado ou qual estratégia tentar em seguida.
“Nós fomos tentando desenvolver algo que não só dissesse se (o código) estava certo ou errado, mas também que desse alguma pista de para que direção seguir para tentar resolver o programa”, explica o professor Andrew.
Até hoje, alunos do primeiro semestre de Ciência da Computação já receberam no acumulado mais de 200 mil feedbacks de exercícios para praticar programação. A ideia é estimular o aprendizado autônomo e o desenvolvimento da capacidade de "aprender a aprender" — uma das competências centrais do perfil de egresso do Insper. Enquanto o sistema oferece feedback em tempo real, os professores podem dedicar mais tempo às dúvidas específicas de cada aluno, numa troca personalizada entre professores e estudantes.
“Isso permite que o professor entre em discussões mais profundas, porque os alunos já vêm com perguntas mais bem formuladas”, conta Andrew.
Já na reta final do curso, os alunos se dedicam ao Capstone, o projeto que inicia a conclusão do processo de formação do estudante do Insper. São mais 360 horas voltadas à entrega de uma solução para a necessidade concreta de uma empresa.
A primeira turma do curso de Ciência da Computação se forma em 2025. Para Fabio, com essas ações combinadas, os alunos formados no Insper têm um perfil distinto: serão profissionais com base técnica sólida, visão prática e capacidade de mobilizar equipes para entregas com foco. “Eles são bons de entrega. Sabem identificar a necessidade, organizar o time e focar na meta. É algo que tem sido notado por empregadores e orientadores de estágio”, resume.
Também é considerado um diferencial da base curricular as chamadas Sprint Sessions, projetos intensivos realizados em tempo integral semestralmente, com alunos do primeiro ao quarto semestre, que conta com a participação de clientes externos. Empresas como iFood, Johnson & Johnson e Dasa integram o portfólio da iniciativa.
“Como os clientes têm dores reais, eles têm reuniões regulares com nossos alunos, que acabam experimentando situações que são comuns em projetos verdadeiros” explica Fabio.
No terceiro semestre, a Sprint foca em inovação social, quando o curso incorpora uma dimensão ainda pouco usual na área de tecnologia: o contato com problemas sociais. Sem esquecer que trabalhos como programar e desenhar sistemas começam e terminam com as pessoas, a base curricular do curso também desafia os alunos a criar soluções para demandas de organizações do terceiro setor.
Há quatro anos, o Insper tem parceria com a Associação dos Moradores de Heliópolis. Nessa iniciativa, grupos de alunos se aproximam da comunidade para identificar desafios em territórios vulnerabilizados e, a partir desse mapeamento, desenvolvem soluções tecnológicas para problemas previamente definidos.
No segundo semestre de 2024, por exemplo, um grupo de alunos planejou um aplicativo para o Movimento Sem Teto de Heliópolis e Região, com o objetivo de facilitar o registro de candidatos à casa própria e o acompanhamento da fila de atendimento dentro da comunidade. O projeto do aplicativo propõe uma substituição do sistema atual, baseado em papel, proporcionando mais agilidade e transparência no processo.
A parceria também leva jovens de Heliópolis ao Insper, promovendo intercâmbio social. “É um exercício bonito de furar bolhas, dos dois lados. Nossos alunos conhecem um Brasil que muitas vezes lhes é distante, e os jovens de Heliópolis veem que é possível estudar aqui, conhecem o FabLab, descobrem o Programas de Bolsas”, conta Fabio.
Para Fabio, essa troca fortalece a motivação dos alunos e conecta a formação acadêmica às demandas concretas da sociedade — um reflexo direto da proposta pedagógica do Insper.
“É um exercício de empatia muito forte. Os alunos lidam com problemas reais de pessoas com necessidades básicas, como mães sem creches ou moradores atingidos por enchentes. Eles aprendem como a computação pode ser uma ferramenta para transformar essas realidades”, diz o coordenador.