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Arthur Barreto na Universidade de Illinois em Urbana-ChampaignArthur Barreto na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

 

O aluno bolsista do Insper Arthur Martins de Souza Barreto, do oitavo semestre do curso de Engenharia de Computação, acabou de voltar do programa de verão em pesquisa da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos Estados Unidos. Ele ficou dois meses trabalhando em uma pesquisa de identificação de exoplanetas com uso de computação paralela, orientada pelo professor Lawrence Rauchwerger, do Departamento de Ciência da Computação.


Nesta imersão, Barreto teve a oportunidade de aprofundar o estudo e a aplicação de algoritmos que havia iniciado no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC) no Insper, com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Se no ano passado ele trabalhou apenas na métrica do processo, agora fez a implementação completa da rotina de programação para busca de novos planetas fora do Sistema Solar.


Segundo Barreto, a tarefa de encontrar exoplanetas exige algoritmos pesados, porque demanda horas de foco em vários pontos diferentes do céu. Cada candidato a novo planeta deve ser avaliado pelo seu período de translação em torno da estrela, pela duração de tempo que permanece em frente da estrela observado da Terra e pela referência de trânsito do planeta. Para isso, Barreto testou o desempenho de algoritmos em diversas ferramentas de programação: C++, PyTorch, OpenMP, MPI e STAPL — esta última, uma biblioteca criada por Rauchwerger e Nancy Amato, também da Universidade de Illinois, quando ainda lecionavam na Universidade do Texas.


O próximo passo do projeto é implementar o algoritmo na plataforma de computação paralela CUDA, desenvolvida pela fabricante de placas gráficas NVidia. Para essa experiência dar certo, Barreto contou com os conhecimentos em OpenMP e MPI que ainda estavam pulsantes na cabeça, aprendidos nas aulas da disciplina Supercomputação, do sétimo semestre. “E também foi crucial a ajuda do professor Fábio Ayres, aqui do Insper, como meu orientador da iniciação tecnológica”, diz Barreto.


Essa foi sua primeira experiência acadêmica fora do país — ele já havia viajado para Japão, Canadá e Tailândia para participar de competições mundiais de robótica. “Amei a experiência”, afirma. “O pessoal de Illinois estava perguntando se eu tinha intenção de retornar para fazer mestrado ou, quem sabe, um doutorado direto. Vários professores elogiaram o pôster da minha apresentação. Sugeriram que eu escreva um artigo para um evento que acontece em Washington D.C. Eu me animei bastante, e o professor Rauchwerger se ofereceu para escrever uma carta de recomendação para mim, se eu quisesse. Quero voltar um dia para estudar lá.”


Uma das peculiaridades que chamaram sua atenção é o modo que os alunos de doutorado se tratam na universidade. “É como se fosse uma família”, diz Barreto. “Eu me aproximei muito de duas pessoas: o Francisco, que é mexicano, e a Marie, que é americana. Ela era a única americana do Parasol Lab. Curioso, né? Eles me ajudaram muito, numa relação de professor e aluno. Se pudesse, eu continuaria do jeito que estava com eles, sentados à mesma mesa e trabalhando juntos no mesmo projeto.”

Graduação

O curso de Engenharia de Computação

Foco no desenvolvimento de software e inteligência artificial nas áreas em que os conhecimentos de software e hardware são essenciais e complementares

Barreto acredita que voltou mais maduro da viagem. “Saí outra pessoa de lá”, afirma. “A minha cabeça abriu muito. Eu não tinha ideia se queria fazer graduate study depois da faculdade. Agora tenho mais certeza do que eu quero. Porque o que me incentiva a estudar algo é se o tema é legal e divertido de ser estudado. Se aquilo é diferente, se alguém já fez ou não e se vou poder contribuir de alguma forma. Teve uma frase do professor Brad Solomon num evento chamado Lunch and Learn. Ele disse que, quando começou, foi pesquisar sobre biologia molecular com computação e teve certeza de que queria ser o melhor do mundo na área. Foi uma virada de chave na minha cabeça.”


Na série Lunch and Learn, do programa de verão, todas as terças-feiras eram preenchidas por convidados que falavam sobre assuntos que não são tratados em sala de aula. Foram dicas sobre apresentação de trabalhos, comunicação pessoal e profissional, construção de site pessoal e elaboração de perfil no Linkedin, além de palestras sobre temas variados, como biorrobótica.


No oitavo período, Barreto está fazendo o Projeto Final de Engenharia (PFE) surgido da parceria entre o Insper e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), unidade de pesquisa ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Um grupo anterior de alunos da escola desenvolveu o ambiente de testes e o IP Core de um processador RISC-V, embrião do primeiro chip nacional para um satélite brasileiro. O desafio deste semestre é avançar nos resultados obtidos pela equipe.


Barreto guarda imagens marcantes das semanas em Illinois: “Quando eu cheguei lá. parecia um daqueles filmes americanos ambientados em faculdades. Você vê aquelas escolas e casas iguaizinhas às dos filmes. Não tem nada a ver com o Brasil. O estilo de comunicação e aulas dos professores é totalmente diferente. Eles são mais fechados, mas os colegas me contaram que, se eles não dão feedback, é porque você fez um bom trabalho. Havia um cara lá, o Greg, muito gente boa, que cuidava da gente. No feriado de 4 de julho, ele nos levou para almoçar porque não tínhamos comida no dormitório”.


O convívio caloroso rendeu até uma noite brasileira no programa de verão. “Eu levei ingredientes para fazer uma feijoada lá — feijão preto, calabresa, pimenta — e também duas latas de leite condensado, para eles conhecerem um pouco do Brasil. Eles pilharam tanto que fizeram um evento enorme para todos os alunos do programa. Contrataram até uma chef famosa de Chicago que faz jantares para os famosos do Brasil. Todo mundo que estava atendendo era brasileiro. Foi a melhor noite que tivemos, na minha opinião.”


A saudade de casa, obviamente, bateu com força, ainda mais devido à interação com outros brasileiros que vivem em Illinois. “Se antes não tinha ideia, agora eu tenho certeza de que o Brasil é um país muito bom”, diz. “Sentia falta de muita coisa daqui. A gente pensa que fora é melhor, mas não é. O Brasil é muito bom.”
 

Arthur Barreto e sua pesquisa sobre exoplanetas Arthur Barreto e sua pesquisa sobre planetas fora do Sistema Solar



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