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Na fase final do Programa Avançado em Gestão Pública (PAGP), do Insper, no último trimestre do curso, o advogado Leonardo Curto atua hoje na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo do estado de São Paulo. Como assistente técnico da diretoria de qualificação profissional ligada à Subsecretaria de Inclusão Produtiva e Empregabilidade, o aluno aplica diariamente os conhecimentos obtidos no curso, contribuindo para as políticas públicas baseadas em evidências e suportadas por metodologias. “O PAGP trouxe já de início como conceituar os desafios de política pública para trazer resultados efetivos à população envolvida. Demonstrou, ainda, a necessidade de compreender a realidade da população contemplada pela política pública e de trabalhar a gestão de pessoas e formação de lideranças”, diz Leonardo, que recebeu neste ano o convite para integrar a equipe dessa secretaria.

 

Sua experiência com políticas públicas começou como educador voluntário na UNAS (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região), uma entidade sem fins lucrativos fundada em 1978 com uma comissão formada por moradores da favela de Heliópolis. “Desde pequeno, estive ligado a Heliópolis por causa da minha mãe, que trabalhava na comunidade como professora de educação infantil. Cresci vendo de perto o relevante papel das políticas públicas para a comunidade”, relembra. O aluno diz que já conhecia o Insper desde muito cedo porque a instituição de ensino faz pesquisas sobre urbanismo social na comunidade de Heliópolis. “Também veio disso meu interesse pelo PAGP, e fiquei muito feliz ao ser aprovado no processo seletivo. No curso, aprendi as ferramentas certas para fazer as políticas públicas. Sempre fiz política pública na prática, mas nunca soube que havia um nome, um método ou uma estratégia para isso. Essa estrutura foi ensinada pelo PAGP.”

 

Na UNAS, Leonardo, ainda como estudante de direito, começou a elaborar projetos sociais, participando da parte administrativa deles e tendo contato com a legislação e os editais. “Depois que me formei, não me enxergava trabalhando como advogado, mas como gestor público. Meu desejo sempre foi ver os projetos que escrevo saindo do papel para transformar a vida das pessoas”, afirma. A UNAS, que impacta cerca de seis mil pessoas por mês nos seus mais de 50 projetos sociais, convidou então Leonardo para ser coordenador de um deles, o da cozinha comunitária mantida pela entidade em uma parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. 

 

O espaço serve 400 refeições gratuitas por dia, com duas opções de salada, guarnições variadas e fontes de proteína, promovendo assim alimentação equilibrada para a comunidade. Já foram servidas, desde a inauguração da cozinha, mais de 210 mil refeições. “Percebi que, depois do almoço, o espaço era fechado, apesar de sua imensa relevância para a comunidade. Foi aí que tive a ideia, trabalhando com a UNAS, de utilizar o espaço para formar mulheres em panificação, gastronomia e confeitaria. Encontramos um propósito para o espaço ser mantido aberto ao longo do dia: a formação dessas mulheres para o mercado de trabalho”, observa. 

 

A Escola de Sabores Solidários, como passou a ser chamada, utiliza a própria equipe da cozinha como liderança do projeto. “A cozinheira e a auxiliar de cozinha faziam doces fora do horário de trabalho e foram convidadas a compartilhar essa experiência com as alunas. Em vez de contratar profissionais de fora para ensinar, optamos por chamar as próprias mulheres de Heliópolis, que vivem a realidade da comunidade. Os recursos disponíveis foram usados para potencializar o impacto social do projeto”, diz Leonardo.

 

 

Política pública baseada em evidência

 

A observação do dia a dia da comunidade foi decisiva para o sucesso do projeto. A partir da análise dos dados referentes à população local, como o de renda e o de gênero, foram obtidos os insumos necessários para fazer as escolhas mais adequadas de política pública. “Percebemos, por exemplo, que a maior parte de quem almoça na Cozinha Comunitária é formada por mulheres inscritas no BPC (Benefício de Prestação Continuada) ou no Bolsa Família. Possibilitar a esse público uma fonte de renda, como a venda de salgados e doces, pode fazer a diferença na vida dessas mulheres”, explica o aluno.

 

Para o futuro, Leonardo, que tem usado como referência essa experiência de Heliópolis, na periferia de São Paulo, para contribuir no desenvolvimento de políticas de qualificação profissional no estado, pretende fazer um mestrado em políticas públicas para dar aulas no ensino superior. “O curso no Insper abriu minha cabeça para essa possibilidade, além de fornecer um networking extenso e relevante”, finaliza.

 



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