O Insper será sede do MIT SCALE Network Academic Workshop pela primeira vez em mais de quinze anos de participação no grupo que reúne pesquisadores de logística da América Latina e Caribe ligados ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. O evento acontecerá entre 23 e 26 de março, na sede do Insper, em São Paulo, e discutirá temas relevantes para o setor de logística e cadeia de suprimentos.

 

A cada dois anos, pesquisadores, professores e representantes de centros de inovação da região se reúnem para debater as principais tendências e inovações da área. “O foco é ampliar a cooperação em pesquisa uma vez que as cadeias de suprimentos lidam com questões complexas, que vão desde interrupções críticas devido às mudanças geopolíticas e crise climática até a adoção de tecnologias emergentes. O grupo é um catalisador para o futuro da gestão da cadeia de suprimentos na região da América Latina e Caribe, e ajuda a conectar pesquisadores e profissionais para enfrentar os desafios da prática”, diz Vinicius Picanço Rodrigues, professor assistente do Insper e pesquisador afiliado do Emerging Market Economies Logistics (EMeL) Lab no MIT.

 

Segundo o professor, alguns temas devem nortear as discussões durante o encontro. Entre eles estão tecnologias emergentes, o aumento de pequenos varejos distribuídos em grandes centros urbanos, operações humanitárias, sustentabilidade, transformação digital e novos métodos pedagógicos para ensino e aprendizagem de logística e gestão da cadeia de suprimentos. “Nossa programação foi preparada para reunir os pesquisadores em torno de eixos temáticos e garantir discussões mais assertivas, que posteriormente podem virar pesquisas e estudos com benefícios tangíveis”, afirma Vinicius.

 

A expectativa é que o evento reúna cerca de 40 especialistas. Mesmo se tratando de um encontro fechado, apenas para convidados das universidades parceiras, a comunidade do Insper ganha com o reconhecimento da instituição no cenário global de pesquisa. “Estamos inserindo pesquisadores e professores nessa comunidade que discute os problemas reais, junto com o MIT, que é referência global”, diz Vinicius. 

 

Para André Duarte, professor e pesquisador do Insper, os alunos da escola têm condição de participar dessa rede não como acadêmicos, mas como estudantes do MIT em formação sobre logística. “Essa rede abre portas para possibilidade de novas pesquisas e já tivemos alguns bolsistas colaborando em importantes projetos ao longo desse processo”, afirma.

 

O Insper e o MIT mantêm uma parceria para recomendar alunos e alunas para a Pós-Graduação em Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos do MIT. Trata-se de um programa acadêmico (“graduate certificate”) da rede MIT Global Supply Chain And Logistics Excellence (SCALE), voltado para estudantes de pós-graduação e profissionais de países em desenvolvimento interessados ​​em aprender tópicos relevantes em logística, transporte de carga e SCM, além de ferramentas para resolver problemas reais de regiões emergentes. “Inclusive, atualmente, há alunos da pós-graduação do Insper fazendo esse programa no MIT”, diz André. 

 

 

Os desafios logísticos da América Latina

 

A rede criada pelo MIT faz parte de uma iniciativa elaborada para aumentar a percepção sobre cadeias de suprimentos globais e conta com centros de pesquisa afiliados na Ásia, África, Europa e América Latina e Caribe.  A MIT Global Supply Chain and Logistics Excellence (SCALE) Network  tem o intuito de discutir e endereçar as particularidades de cada região. 

 

Com o encontro realizado no Insper, os pesquisadores também pretendem atrair a atenção de representantes da indústria. “A ideia é evidenciar os desafios compartilhados na região e ir em busca de financiamento para fazer pesquisas em conjunto”, diz Vinicius. 

 

Entre os temas que devem ganhar destaque na pauta do encontro estão a logística em favelas e como fazer distribuição em áreas de difícil acesso e com altos riscos; os desafios de sustentabilidade ao longo da cadeia de suprimentos; e a logística humanitária em situações de desastres, cada vez mais frequentes e intensos, como as enchentes no Rio Grande do Sul. “Todos esses temas são comuns na América Latina e podem ser discutidos e analisados em conjunto para encontrar soluções que colaborem para a melhora da logística e, consequentemente, da economia na região”, diz André.