Estimado em cerca de US$ 1,5 bilhão, o mercado de data analytics no Brasil deve crescer a uma taxa anual de 36% entre 2025 e 2030, atingindo US$ 11,3 bilhões. A projeção é da consultoria Grand View Research. O investimento se justifica pela necessidade de aumentar a eficiência dos negócios, com base em tecnologias conectadas, como a internet das coisas (IoT), que geram dados capazes de produzir insights relevantes para os negócios.
Há muito espaço, portanto, para trabalhar com análise de dados avançada em empresas de diferentes portes e setores da economia. Mas como escolher o melhor caminho para se destacar na área, que segue em constante evolução?
Com o objetivo de apresentar respostas a essa pergunta, o Insper realizou a aula online “Carreiras generalistas: como escolher seu caminho para se destacar em Data & Advanced Analytics”. Realizada na noite de 16 de abril, foi conduzida pela professora do Insper Nathália Demetrio, mestre em estatística pela Universidade de São Paulo (USP) com mais de 15 anos de experiência na área de dados.
“Precisamos dar saltos técnicos e culturais para trabalhar com inteligência artificial e analytics de maneira sustentável”, disse a professora. “O que hoje impede as empresas de aproveitar o melhor da tecnologia, de maneira estruturada, é trazer para dentro da empresa as rotinas de implementação.”
Por isso, o profissional que tende a se destacar na área é aquele que concilia conhecimento técnico com visão estratégica, afirmou Nathália Demetrio. “É preciso ter uma perspectiva holística sobre modelos de dados, de forma a conectar a análise à realidade.”
Essa perspectiva se apoia em cinco diferentes abordagens sobre os modelos de dados, segundo ela: a descritiva (“o que aconteceu?”), a que estabelece um diagnóstico (“por que aconteceu?”), a preditiva (“o que vai acontecer?”), a prescritiva (“como fazer acontecer?”) e a cognitiva, que simula o comportamento humano.
São estratégias complementares, adotadas de acordo com a demanda de momento, que se apoiam em dados para produzir modelos capazes de ler a realidade e, assim, apoiar a decisão baseada em analytics.
“Os modelos podem ser construídos com base em uma ou mais entre diferentes práticas, incluindo engenharia de dados, análise de dados e ciência de dados. Em muitos casos, é preciso adotar estratégias não lineares, que se adaptam melhor à realidade das informações coletadas”, relatou a docente.
A professora apontou que o novo cenário gera demandas adicionais, por funções que tendem a se tornar muito relevantes no futuro próximo. Entre elas, a função de especialista em ética no uso de IA e o cargo de “tradutor de dados” — a pessoa capaz de apresentar análises ágeis e úteis para a empresa, de uma maneira que os times envolvidos entendam a mensagem e saibam como atuar.
“Precisamos de todos os perfis de profissionais, incluindo especialistas em matemática e estatística, em comportamento humano, em ciência de computação. Esse é um mercado em franca expansão e diversificação”, disse Demetrio.
Vale lembrar que o Insper oferece diferentes cursos sobre análise de dados, incluindo a pós-graduação lato sensu Programa Avançado em Data Science e Decisão e o MBM em Análise de Dados.