Movimentação em rua de Buenos Aires, na Argentina, durante a pandemia do novo coronavírus
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A reação imediata das sociedades à pandemia do novo coronavírus, de restringir a circulação das pessoas para reduzir o contágio, produz uma série de danos sociais e econômicos. Para tentar mitigá-los, governos recorrem a diferentes gêneros de políticas públicas emergenciais.
Essas medidas, segundo estimou em abril o FMI (Fundo Monetário Internacional), custarão aos erários nacionais US$ 3,3 trilhões apenas em 2020 em desembolsos diretos e reduções de tributos. Outros US$ 4,5 trilhões deverão ser mobilizados em ações de socorro financeiro, como empréstimos e garantias a empresas em dificuldades.
O efeito dessas ações em meio à queda da arrecadação de impostos –no Brasil, a redução em maio foi de 32,92% e em junho, de 29,59%, em relação aos mesmos meses de 2019– será uma forte e rápida elevação dos déficits e das dívidas públicas.
Quanto aos tipos de programas de auxílio, eles misturam abordagens tradicionais, como a proteção aos empregos e às atividades formais da economia, e mecanismos que procuram alcançar segmentos da população e empresariais desprotegidos pelas políticas estabelecidas.
A relação das políticas instituidas por esses países vem sendo reunida pelo FMI em uma plataforma criada para o acompanhamento das respostas dadas à crise. Ao todo, há informações de 196 economias. Confira, abaixo, exemplos de medidas anunciadas por sete delas, todas da América do Sul.
Argentina
Auxílio a trabalhadores e grupos mais vulneráveis, a exemplo da transferência de recursos para famílias mais pobres; ajuda aos setores mais atingidos, com a isenção de contribuições e empréstimos subsidiados a atividades ligadas à construção; garantia de crédito para a concessão de empréstimo a pequenas e médias empresas para a produção de alimentos e itens básicos.
Bolívia
Pagamento por três meses de contas de energia de consumidores com baixo consumo e auxílio de 50% para as contas de água e gás; transferência de dinheiro para aqueles que não recebiam nenhum outro benefício ou salário de empresas públicas ou privadas; estabelecimento de um fundo para ajudar empresas, sendo uma das ações a concessão de empréstimo para despesas com salários com o compromisso de não demitir por dois meses; adiamento do pagamento de impostos, além da possibiliade de quitá-los em parcelas.
Chile
Ampliação de benefícios para desempregados; adiamento da cobrança de impostos; criação de um programa de US$ 1,5 bilhão voltado a ajudar famílias da classe média por meio de medidas como empréstimos e subsídios a aluguéis; transferência de US$ 635 ao trabalhador que sofreu grande perda de renda durante a crise; distribuição de 2,5 milhões de cestas básicas.

Com máscara, homem limpa calçada em Santiago, no Chile; país soma 334,7 mil casos de Covid-19, segundo dados da Universidade Johns Hopkins de 23 de julho deste ano
Colômbia
Abertura de linhas de crédito específicas para ajudar pequenos e médios empresários e setores como o cafeeiro e o educional; suspensão por dois meses da contribuição de empregados e empregadores para o sistema previdenciário; isenção de tarifas e imposto para a importação de itens, entre os quais produtos hospitalares considerados estratégicos; ampliação de benefícios pagos a recém-desempregados; subsídio a folha de pagamento de negócios com queda na receita superior a 20% por três meses.
Equador
Adiamento da cobrança de contribuições relacionadas a folha de pagamento; transferência de US$ 120 para as famílias mais pobres; distribuição de cestas básicas; destinação de US$ 50 milhões em linhas de crédito para pequenos e médio negócios.
Peru
Transferência de recursos para as famílias mais pobres durante o lockdown; suporte a pequenas e médias empresas por meio de ações tributárias, auxílio para capital de giro e refinanciamento de dívidas; adiamento do pagamento de contas de consumo de água e energia, além de subsídios para as despesas com este último serviço.
Uruguai
Subsídio de três meses para empresas que contratarem durante a crise; subsídio a trablhadores mais velhos para que permanecem em casa; assistência em dinheiro e alimentos aos grupos mais vulneráveis; redução de salários dos funcionários mais bem pagos do serviço público, entre os quais o presidente e ministros, com a destinação dos recursos para um fundo voltado a ações em resposta à pandemia.

Ação em barreira sanitária em Rivera, no Uruguai; país acumula pouco mais de mil registros do novo coronavírus, conforme dados da Universidade Johns Hopkins de 23 de julho deste ano
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