CONHECIMENTO| CONTEÚDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19 |ACESSE A PÁGINA ESPECIAL
Com o acúmulo paulatino de informações sobre as características da doença causada pelo novo coronavírus, os pesquisadores vão traçando os perfis de risco populacional para os desdobramentos mais graves da infecção. Detectaram, desde a eclosão da epidemia na província chinesa de Hubei, que a mortalidade aumenta com a idade do paciente.
O padrão difere do da pandemia de influenza de 1918, cuja letalidade teve forma de W: maior para crianças até 5 anos, para jovens adultos de 20 a 40 e também para pessoas acima dos 65.
No caso da Covid-19, o que é possível acessar diretamente, por enquanto, são as taxas de letalidade dos casos registrados (CFR, do inglês “case fatality rate”). Trata-se basicamente da razão entre o número de mortes e o volume total de pessoas com diagnóstico confirmado.
A capacidade desse indicador de expressar a realidade, entretanto, ainda é relativamente precária. As nações adotam diferentes estratégias de diagnóstico. Diante da restrição de acesso a testes e da emergência sanitária, acabam priorizando casos sintomáticos graves.
As variações de amplitude de diagnósticos ocorrem também dentro de um mesmo país, seja regionalmente, seja ao longo do tempo. Tudo isso dificulta estabelecer a taxa de letalidade da infecção (IFR, do inglês “infection fatality rate”) pelo vírus e depois distribuí-la por faixa etária.
Estudo publicado em 30 de março deste ano no periódico científico Lancet por um grupo de pesquisadores britânicos usou dados de passageiros repatriados à China, que foram testados ao desembarcarem, para tentar corrigir os vieses das taxas CFR apuradas e estimar a IFR naquele país.
Veja os perfis de risco por grupo de idade estimado no exercício abaixo.
A sobrevida é amplamente majoritária em todas as idades: 993 a cada 1.000 infectados, na média, segundo o estudo. Mesmo permanecendo baixo, o risco de morrer cresce bastante a partir das pessoas com 50 anos. Chega a 78 a cada 1.000 indivíduos de 80 anos ou mais.
Ainda que reduzidas individualmente, essas probabilidades de óbitos aplicadas sobre populações volumosas como a chinesa e a brasileira sugerem um grande número de fatalidades. No Brasil, por exemplo, mais de 50 milhões de habitantes têm 50 anos ou mais de idade.
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