Estudo premiado como “Best Paper Award”, na área de “Logistics & Transportation Management” no “Global Academy of Business and Economics Research International Conference”, em outubro de 2011.
Estudos acerca do transporte aéreo buscam, em geral, relações entre dois segmentos de companhias aéreas, full service e low cost. Ambas realizam rotas nacionais e internacionais que ligam os principais centros econômicos e populacionais (cidades com mais de 1 milhão de habitantes), mas a característica principal da empresa aérea low cost consiste na estratégia de eliminar custos relacionados a serviços clássicos a fim de oferecer tarifas mais baixas. Costuma-se então analisar o impacto das empresas de baixo custo (low cost) na estratégia de preços/serviços de companhias full service. No entanto, existe um significativo crescimento de outro segmento de companhias aéreas no Brasil, o de regionais, as quais fazem a ligação entre as cidades de pequeno e médio porte com aquelas servidas pelas companhias aéreas nacionais.
As companhias aéreas regionais começaram a operar no Brasil em 1975 com o intuito de expandir a cobertura de rotas aéreas no país, e seu desenvolvimento é notável, desde 2004 o crescimento da receita foi de 84,5%. Portanto, assim como as companhias aéreas low cost tiveram um impacto significativo na estratégia do segmento full service, existe um grande potencial para que o crescimento das companhias aéreas regionais também tenha uma forte influência sobre os dois outros segmentos.
Desta forma, se torna importante pesquisar os seguintes dois pontos: (1) verificar a comparação entre as eficiências operacional e financeira nos três segmentos das companhias aéreas no Brasil: low cost (LC), full service (FS) e regional (RG), e (2) investigar se o segmento RG tem influência significativa nos outros dois segmentos, no sentido da eficiência operacional e financeira.
A primeira parte desse estudo mediu a eficiência operacional e financeira de 26 empresas aéreas brasileiras, durante um período de cinco anos (2004-2008), divididas em três segmentos: full service (FS), low cost (LC) e regional (RG). Em termos de desempenho, o segmento FS está no topo do ranking da eficiência operacional, o que vai de acordo com outros estudos que relatam os esforços de reestruturação deste segmento, levando a reduzir custos e melhorar a produtividade.
Com relação à eficiência financeira, o segmento RG está no topo do ranking, entretanto também ocupa a mais baixa posição em desempenho operacional. Isso mostra que um desempenho financeiro superior não implica necessariamente em uma eficiência operacional satisfatória.
A segunda parte dos resultados refere-se ao impacto do segmento RG nos dois outros segmentos. Os resultados revelam uma significativa influência deste segmento na categoria FS. Os resultados mostram que a entrada da categoria RG alavanca tanto a eficiência financeira como a operacional das empresas aéreas full service, supostamente por meio de filiações e parcerias entre estas duas categorias. Outros resultados também mostram que, caso as companhias regionais não fossem consideradas na análise, os segmentos FS e LC apresentariam performances bastante semelhantes.
Leia o estudo na íntegra.