Falhas que podem matar seu negócio nos primeiros meses
Os primeiros meses de atividades de um negócio é um período crucial para a consolidação de um projeto empreendedor. Segundo dados do Sebrae, é no primeiro ano de vida das pequenas empresas que o risco de algo dar errado é mais elevado, inclusive em razão da falta de experiência do empreendedor. Nesse contexto, as falhas mais corriqueiras estão relacionadas a falta de planejamento, como a ausência de pesquisa sobre o mercado em que se pretende atuar e a inexistência de um diferencial competitivo em relação à concorrência e, claro, o despreparo do empreendedor. Portanto, muitos novos empreendimentos estão condenados desde o início porque os conceitos sobre os quais se baseiam de algum modo são mortalmente falhos. Eles podem até parecer bons em um primeiro momento, mas não vão funcionar no mundo real. Não resistem ao primeiro contato com o cliente. Talvez porque resolvam um problema que só exista na cabeça do empreendedor, ou então porque o mercado não é grande o suficiente para o sucesso da empresa. Um dos erros mais comuns na fase do planejamento e que se torna uma das maiores falhas dos negócios na fase da operação é fazer um planejamento financeiro errado. Ou seja, negligenciar a saúde financeira. Subestimar ou ignorar a concorrência é outro problema. Toda empresa tem concorrentes, isso é um fato! Diretos ou indiretos, eles estão lá, competindo com você pelos mesmos clientes e negligenciar esse fato é grande um erro. Se você acredita não ter concorrência então precisa refletir mais amplamente sobre o que sua empresa oferece, que problema ela resolve e como resolve. Lembre-se de que problemas podem ser resolvidos de diversas maneiras, que concorrentes podem atender as mesmas necessidades de seus clientes de uma forma diferente. Acreditar que o boca-a-boca será suficiente para o sucesso da empresa, seja por falta de dinheiro ou por excesso de otimismo, é outro grande erro que pode ser fatal. O empreendedor precisa entender qual o mercado que quer atingir, saber onde está seu público-alvo e como se comunicar com ele usando os canais mais adequados. Como empreendedor e gestor é importante saber delegar, mas deixar a gestão da empresa, principalmente a financeira, somente nas mãos de terceiros é muito arriscado. A dedicação é uma das principais qualidades e características de um empreendedor. Ele deve separar um determinado período do seu dia para verificar de perto a rotina de cada área da empresa.
Comportamentos típicos de quando o líder sai dos trilhos
Conheço um bom número de líderes que atualmente estão completamente fora dos trilhos. Muita coisa para fazer, pressão por resultados a curto prazo, falta de preparação e baixo uso da inteligência emocional. Com o passar do tempo o isolamento se acentua, alguns são convidados a participar de um programa de coaching, algumas conversas para “discutir a relação” com pares, subordinados e líder direto. Se você está numa posição de liderança, veja comportamentos que demonstram que um líder esta descarrilando: 1.Ser arrogante 2.Resistir à contribuição dos outros 3.Ser ditatorial, dar ordens a todos 4.Não compartilhar a tomada de decisão com os outros 5.Ser emocional, volátil ou imprevisível 6.Deixar um rastro de pessoas magoadas 7.Ser intimidador 8.Ser excessivamente ambicioso 9.Não pedir feedback ou dificultar a pratica de receber feedback 10.Não saber ouvir Se você identificou alguns dos comportamentos acima na sua pratica diária como líder é bom você ficar esperto. Procure refletir um pouco sobre a causa desses comportamentos. E aqui vai uma dicaduka: O medo de não se sair bem é um dos nossos maiores inimigos da aprendizagem. Precisamos ser humildes! Peça ajuda e volte aos trilhos! Mochila nas costas e até a próxima trilha! Publicado no Exame.com em 25/09/2014.
O que você quer ser quando crescer?
A filha de uma amiga minha quer fazer faculdade de jornalismo. Ainda não acabou o ensino médio, mas visitou uma redação e está quase decidida: quer ver seu nome assinando uma grande reportagem. Mas um amigo jornalista me ligou ontem me pedindo conselhos: quer largar o jornalismo e seguir sua paixão pessoal: cozinhar. Mais precisamente, ele quer montar um negócio de produto único e com muitas variações como as temakerias, brigaderias ou loja de bolos caseiros. Achei a ideia bem interessante. Depois de ter conversado com ele, lembrei de um colega que já tinha aberto um negócio semelhante, de cupcakes, mas que tinha desistido e voltado para a área que tinha se formado, informática. Ele só seguiu o conselho de outro amigo que tinha sugerido que o mercado de TI estava pagando muito bem. Mas este amigo conselheiro, formado em engenharia de produção, largou seu emprego bem remunerado para empreender um negócio infantil, bem mais arriscado, principalmente para alguém que nem filhos tem. Mas a filha de outra colega quer fazer faculdade medicina. Escolheu o curso porque viu um ranking de profissões e entendeu que médico ganhava bem. Por mais que sua mãe explicasse que deveria escolher algo que realmente gostasse, sua filha ainda continuava decidida pela medicina. Na hora em que ela comentava isso, lembrei de uma amiga médica que precisa trabalhar em vários lugares diferentes e, de vez em quando, assumir funções administrativas em um plano de saúde para ter uma remuneração descente. Esta amiga achava que estava na profissão errada. Gostava mesmo era de ser uma administradora pois lidava bem com números, metas e processos. Mas um dos meus melhores alunos do curso de administração, mesmo antes de estar formado, já tinha montado uma startup na área médica, intermediando demandas de pacientes e médicos. E ainda tem a minha sobrinha e afilhada que talvez preste arquitetura para aproveitar sua aptidão em desenhar bem. Talvez ela nem tenha pesquisado quanto ganha um arquiteto em início de carreira ou mesmo está preocupada em assinar grandes projetos. Ela só quer fazer o que gosta. Qual das três garotas está certa em sua decisão a respeito da faculdade a ser escolhida? A que quer ser reconhecida, a que quer ganhar dinheiro ou a que quer fazer o que gosta? De certa forma, todos nós já tivemos este dilema no momento de escolher a faculdade. O que não temos consciência é que a vida sempre será feita de escolhas e isto vale para antes, durante e depois da faculdade. Conheço jornalistas muito bem-sucedidos, mas também conheço a Juliana Motter, que largou a carreira de jornalista e escolheu criar a Maria Brigadeiro, a primeira…
Um Brasil balanceado?
O debate sobre os méritos dos mercados e da intervenção estatal como mecanismos de desenvolvimento segue forte entre os pensadores de gestão. Na última conferência anual da Strategic Management Society, em Madri, dois palestrantes ilustres tocaram diretamente no tema. O primeiro foi Paul Polman, CEO da Unilever e uma das principais lideranças mundiais em sustentabilidade nos negócios. Segundo Polman, o setor privado ainda tem feito muito pouco para solucionar problemas prementes de pobreza, saúde e agressão ao meio ambiente. O outro palestrante, Henry Mintzberg, cultuado professor de estratégia empresarial, não só reforçou o ponto de Polman, como também argumentou que é preciso buscar uma sociedade mais balanceada envolvendo capital privado em íntima associação com políticas desenhadas pelo Estado. Quando perguntado sobre as potenciais disfunções de uma excessiva influência do governo, Mintzberg prontamente respondeu que considerava o Brasil um exemplo claro de ação balanceada entre mercado e Estado. Aos brasileiros presentes na plateia, a menção ao País foi uma surpresa positiva, mas também estranha. Com tantas críticas atuais sobre um possível excesso de intervenção na economia, será que podemos realmente categorizar o Brasil como uma economia "balanceada"? Antes de mais nada, vale lembrar um pouco da história recente. Ao contrário do senso comum, as reformas ocorridas no Brasil nos anos 90 não retiraram o Estado como elemento central da economia. A grande maioria das privatizações, por exemplo, envolveu consórcios com forte presença de atores estatais, como o BNDES e fundos de pensão. Grandes empresas de controle público, como Petrobrás, Eletrobrás e Banco do Brasil, continuaram relevantes nos seus respectivos setores. Muitas das políticas de proteção social já haviam sido ditadas pela Constituição de 1988 e só se fizeram reforçar. A década de 1990 presenciou esforços importantes de universalização de ensino e de saúde, além de experimentos como de transferências de renda que posteriormente evoluíram para o celebrado Bolsa Família e vários outros. Num Brasil balanceado, esses programas sociais se aperfeiçoariam, com melhoria contínua na eficiência de entrega do governo. E o aparato regulatório criado durante as privatizações poderia ter evoluído no sentido de garantir maior isolamento tanto do governo em exercício quanto de grupos privados, por meio da delegação de sua gestão a técnicos de renome e com mandato alinhado ao interesse público. De forma similar, as reformas nas grandes estatais poderiam ter continuado na linha de maior blindagem contra intervenção política e loteamento de cargos. O papel dos bancos públicos como fonte de capital poderia ter sido repensado para financiar de forma mais seletiva empreendedores com reais restrições de crédito e projetos com comprovado impacto socioambiental. O oposto ocorreu ao longo da última década - e, diga-se, já antes da crise de…
Como escolher seu sócio para empreendedor
“Começar uma empresa com o meu melhor amigo? Na hora, eu soube que iria fazê-lo. Como eu poderia recusar?" Foi assim que Steve Wozniak decidiu aceitar a proposta de sociedade feita por Steve Jobs para criar a Apple, em 1976. Capital inicial? Wozniak vendeu sua calculadora HP por 500 dólares enquanto Jobs vendeu o seu VW velho por 1,5 mil dólares. Jobs também propôs uma participação de 10% na Apple para Ron Wayne, um colega de trabalho seu na Atari. Wozniak e Jobs ficaram, cada um, com 45% da empresa. Wozniak seria corresponsável pela engenharia elétrica junto com Jobs, que também assumiria a parte comercial, e Wayne seria responsável pela engenharia mecânica e documentação dos projetos. Para qualquer empreendedor, fazer uma sociedade com um amigo ou colega de trabalho para começar um novo negócio é uma decisão super simples. Afinal, eles já se conhecem. Mas, como toda decisão na vida, ter ou não ter sócios traz consequências. Ao optar pela sociedade, o empreendedor terá que fazer algumas escolhas importantes: quem ele convidará para ser seu sócio? Qual será o papel de cada um na sociedade? Como dividir a participação na empresa? Foram exatamente estas as primeiras decisões que os fundadores da Apple tiveram que tomar. Todas estas escolhas estão interligadas e afetarão, no longo prazo, a estabilidade da equipe de sócios fundadores, o valor da empresa e o controle sobre os rumos do empreendimento. Claro, o empreendedor sempre poderá adiar estas decisões se optar pelo voo solo no início. Mas esta escolha também traz os seus próprios desafios. Sozinho, o empreendedor poderá não reunir todas as competências e conhecimento do mercado, rede de contatos e recursos necessários para começar a empresa. Ou ainda, poderá sentir falta do apoio emocional e psicológico que uma sociedade poderá lhe trazer. Para decidir se faz sentido ou não ter um sócio, o empreendedor deverá avaliar o capital humano, social e financeiro necessários para colocar o negócio em funcionamento. Em seguida, comparar com as competências, o conhecimento do mercado, os contatos e recursos de que ele já dispõe. A partir desta autoanálise, se ele identificar que muitas peças importantes do quebra-cabeça estão faltando, então valerá a pena ter um ou mais sócios com um perfil capaz de complementar as suas deficiências. Se apesar disto, ele decidir que quer mesmo é convidar o seu melhor amigo de escola para embarcar junto no seu sonho, pelo menos a decisão terá sido bem informada. Curiosidade: se você nunca tinha ouvido falar da participação de Ron Wayne na formação inicial da Apple, existe uma boa razão para isso: 11 dias depois de topar entrar na sociedade, ele desistiu e vendeu…
Como ser mãe e empreendedora ao mesmo tempo?
Como arranjar mais tempo para ficar com o filho que acabou de nascer? É uma pergunta que cresce na medida em que a gravidez avança e que chega a ser desesperadora nos últimos dias de licença maternidade. Não há nada que se compare a chegada de um filho. É o estado mais puro de amor que se tornar o maior propósito de vida dos pais. E como reduzir este estado de plenitude a poucas horas diárias quando é preciso voltar ao emprego e retomar a esperada normalidade da rotina diária de antes? Mesmo que haja pais que assumem muitas das novas responsabilidades, as mães são, por diversas perspectivas, as mais afetadas neste momento. Mesmo que não tenham tido depressão pós-parto, terão, muito provavelmente, ansiedade pós-retorno ao trabalho. E não é só a saudade e preocupação com o filho, mas também como fica a amamentação, a volta ao peso normal, a logística de levar (e pegar) o bebê no berçário, a forma como a babá está tratando da sua prole, as preocupações com a casa, o sono, sua aparência pessoal, as pequenas compras especificas de urgência e ainda a concentração e resultados esperados na sua função profissional. Neste contexto de amor, stress, propósito e responsabilidade, muitas mães pensam em criar um negócio próprio como solução para ter mais tempo e flexibilidade para ficarem com seus filhos. Para mamães atuais ou futuras, algumas reflexões pode ser importantes. 1) Sempre pense em buscar um sócio que a complemente nos desafios da empresa. Em geral, é preciso ter um sócio que seja um grande vendedor e outro, um exímio “fazedor”. Analise se você é a vendedora ou a fazedora e busque a outra parte que falta. O sócio ainda será importante para manter a empresa funcionando durante suas “pequenas emergências” diárias. 2) Acorde previamente as funções na empresa. Mesmo que o início de qualquer empresa seja sempre um pouco caótico, deixar claro (e se necessário, fazer ajustes) as funções de cada sócio sempre evita desgastes bobos. 3) Não inove muito no negócio. Neste momento, o que menos precisa é correr riscos com as incertezas de negócios muito inovadores. Crie um negócio que consiga alavancar suas competências e habilidades. Neste tópico, google o termo effectutation e aprenda como criar um negócio seguindo esta abordagem. 4) Crie um negócio gastando pouco. Não é o momento de investir muito, pois além dos desafios da maternidade, também estará aprendendo a ser uma empresária. Encare a etapa inicial do negócio como um fase de aprendizagem. Estude o conceito de lean startup para criar um negócio investindo o mínimo. 5) Planeje, planeje, planeje antes da chegada do bebê. Faça cursos,…
4 perguntas essenciais para fazer antes de empreender
O que é empreendedorismo? Uma das definições que mais gosto é a utilizada por Harvard, que o define como a busca incansável por oportunidades, independentemente dos recursos disponíveis. Portanto, empreender é fazer acontecer! Mas, antes de se lançar como empreendedor, antes de querer fazer acontecer, pare, reflita e responda para si mesmo as perguntas abaixo. Se o desejo de seguir em frente ainda persistir e for maior que o medo e a insegurança, siga em frente. Talvez você tenha grandes possibilidades de ser um empreendedor de sucesso! 1. Eu realmente identifiquei uma real oportunidade de negócio? Uma ideia por si só não faz nada! Clientes não pagam por ideias, pagam para ter seus problemas e necessidades atendidas, por meio de produtos ou serviços. Portanto, transformar uma ideia em uma oportunidade exige que você saiba sobre como seu produto ou serviço será vendido, e quem irá comprá-lo, se existe um número suficiente de pessoas dispostas a pagar por ele e quais serão seus benefícios e também seus diferenciais em relação aos concorrentes. Não se esqueça também que a fase inicial de qualquer empreendimento é muito estressante. Serão vários os momentos que você se questionará se tomou a decisão correta. Principalmente se abriu mão de uma carreira profissional. O trabalho será imenso, e os lucros iniciais (se houver!) serão poucos. Portanto, é indispensável que você acredite e esteja disposto a investir tempo, dinheiro e energia em seu projeto empreendedor! 2. Qual é a minha tolerância ao risco? O escritor Daniel Goleman descreve em seu livro “Trabalhando com a Inteligência Emocional” uma pesquisa feita com alguns alunos que tinha como objetivo avaliar a capacidade de estabelecer desafios arriscados, mas superáveis. O desafio proposto consistia em arremessar um arco de certa distância e que ao cair ele deveria se encaixar em um pino vertical. Aquele que estivesse mais distante do pino, mais pontos ganharia. Com isso, pretendia-se comprovar que os jogadores que pensam grande demais posicionariam o pino fora de sua capacidade de arremesso. Já os mais cautelosos colocariam o pino excessivamente perto, mas marcariam muito menos pontos. A pesquisa concluiu que os que tinham um desempenho elevado estabeleciam para si objetivos muito mais desafiadores. Candidatos a empreendedores precisam estar confortáveis ao assumir riscos porque empreender é lidar com incertezas. Precisam ter claro até que ponto estão dispostos a correr riscos em troca de ganhos futuros, pois começar uma empresa significa enfrentar um elevado grau de incerteza. À medida que a empresa se capitaliza e cresce a incerteza diminui, mas o empreendedor corre riscos mais elevados, de acordo com o nível de complexidade do negócio e mercado. Entretanto, riscos podem ser gerenciados e até mesmo minimizados. Está…
Segundo motor
Dificilmente o Vale do Silício teria se constituído se não fosse por causa de Lucile Salter. Muitos consideram que o Vale, como carinhosamente é chamado a região ao sul da cidade de San Francisco até as redondezas de San Jose na Califórnia, nasceu a partir garagem da casa de David Packard. Ele e seu amigo de faculdade, Bill Hewlett, criaram a Hewlett-Packard, empresa que atualmente fatura US$ 112 bilhões e tem mais de 317 mil colaboradores ao redor do mundo. Packard tinha pedido demissão da General Electric em 1939 e se juntou ao amigo Hewlett, que havia terminado seu mestrado no MIT, para criar uma nova empresa na cidade em que moravam, Palo Alto, incentivado por um antigo professor de ambos, Frederick Terman, da Universidade de Stanford. Terman acreditava que seus talentosos alunos poderiam criar um negócio na área de equipamentos e investiu US$ 538 dólares do seu próprio bolso para que fundassem a empresa. Isto foi suficiente para que a dupla comprasse os primeiros equipamentos e alguns componentes. Jovens e com poucos recursos, passaram a trabalhar na garagem da pequena casa em que Packard morava com sua esposa. Eles não sabiam exatamente o que fazer no início. “Fazíamos qualquer coisa para ganhar dinheiro. Fizemos sensores para pistas de boliche, relógios para telescópios, descargas automáticas de banheiros e máquinas de choque para pessoas perderem peso.” Mas eles não conseguiam vender suas invenções. Aí entra Lucile. Foi ela, seu salário, sua paciência e seu apoio que manteve a HP funcionando nos primeiros anos. “Trabalhando de segunda a sexta e meio período no sábado (na área administrativa na Universidade de Stanford), ela, essencialmente nos manteve nos primeiros anos.” – escreveu anos depois, David Packard, seu marido, no seu livro The HP Way: Como Bill Hewlett e eu construímos nossa empresa (Ed. Campus, 1995). E não era só o dinheiro para manter a casa. Lucile ainda cozinha para os dois sócios e emprestava seu forno para que a dupla secasse os equipamentos que pintavam. “Meus rosbifes nunca mais ficaram os mesmos depois que Bill e Dave passaram a usá-lo como forno de pintura” – lembrou, certa vez, com bom humor. Vários empreendedores contaram com o segundo motor para manter seus sonhos de negócios operando enquanto que o motor principal não funcionava como o esperado no início. Marcelo Malczewski e Wolney Betiol começaram a empresa vendendo impressoras para máquinas telex em um momento em que as máquinas de fax dominavam o mercado. Até descobrirem que a solução que haviam inventado poderia ser utilizada como impressoras em terminais bancários, sobreviviam com seus salários de professores. Fundada em 1969, a Natura praticamente não vendia nada até 1974.…
Não venda! Reflexão para quem lidera negócios baseados em serviço
Se pensa em empreender investindo pouco e utilizando basicamente seu cérebro como ativo principal, 2015 será o seu ano! A recente mudança no Simples permitirá, a partir do ano que vem, que várias categorias de negócios que são intensivas em conhecimento como consultoria, serviços de engenharia, arquitetura, advocacia, medicina, odontologia, psicologia, representação comercial, design, administração, jornalismo e “outras atividades do setor de serviços, que tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural” tenham o benefício da simplificação da tributação que já era oferecido para outras categorias de negócios. A medida deve ser celebrada, pois não apenas facilita a gestão contábil-financeira do negócio como também diminui a carga tributária em boa parte dos casos. Os que estão contentes com esta mudança deveriam conhecer e estudar a trajetória de Marvin Bower. Uma de suas decisões está no livro “As 75 melhores decisões administrativas de todos os tempos” (Ed. Manole, 2002) e o negócio que empreendeu contribuiu, direta ou indiretamente, para o desenvolvimento de boa parte das grandes empresas atualmente conhecidas. Mas mesmo assim, Marvin só é lembrado pelos que passaram pela sua firma. Seguindo o conselho do pai, Marvin Bower se graduou em direito pela Harvard Law School em 1928 e logo em seguida finalizou seu MBA pela mesma universidade em 1930. Seu primeiro emprego foi em um escritório de advocacia e como tinha conhecimento de gestão, passou a cuidar do processo de empresas que estavam em situação falimentar. Com a experiência, ele começou a perceber que as empresas estavam naquela situação, principalmente, por problemas de estratégia e gestão que poderiam ser equacionados e daí resolvidos. De certa forma, era algo que havia aprendido no curso de direito. Quando tinha 30 anos, ele conheceu um ex-professor da Universidade de Chicago que tinha fundado uma empresa que prestava serviços de contabilidade e engenharia para empresas. Marvin explicou a lógica que tinha desenvolvido para recuperar empresas problemáticas. James Oscar, o professor, rapidamente se identificou com a abordagem de Marvin, pois a contabilidade e a engenharia seguiam padrões semelhantes de análises para demonstrar os fatos, de decisões baseadas em dados e da padronização de conhecimentos que pudessem ser replicados em outras situações semelhantes. Marvin se juntou a James e a empresa passou a oferecer serviços de consultoria de gestão, algo inovador na década de 1930. A firma ia bem, expandindo-se para outras cidades dos Estados Unidos quando James faleceu quatro anos depois. Marvin Bower assumiu a liderança do negócio mantendo o sobrenome do professor como razão social da empresa. Isto foi considerado uma das melhores decisões administrativas, pois a McKinsey & Co já era muito…
O negócio americano que jamais daria certo no Brasil
Você deixa seu carro no estacionamento do aeroporto e pega o seu voo dando início a sua viagem de dois dias. Aí vem um sujeito esperto, pega o seu carro e o usa durante o tempo em que você está fora. Quando você volta, seu carro está lá, do mesmo jeito que deixou no estacionamento, que, por sinal, cobrará um valor bem menor já que o seu carro não ficou mesmo estacionado por dois dias. No dia seguinte, você vai trabalhar com seu mesmo carro. Deixa no seu estacionamento de costume e… vem outro espertinho, pega o seu carro, o usa durante o dia inteiro e também o deixa do mesmo jeito e no mesmo local antes que você saia do seu trabalho. Você pega o carro e vai para casa, mas antes recebe o aviso do depósito de algo como R$ 70 na sua conta paga pelo outro espertinho que usou seu carro neste dia. É isso o que ocorre normalmente com os clientes da RelayRides.com aqui nos Estados Unidos, onde me encontro hoje. Boston é linda em julho, mas o inverno de 2010 estava destruindo o bom humor de Shelby Clark, na época, aluno do MBA de Harvard. Enquanto ia de bicicleta pegar um carro que tinha alugado, ficava se perguntando por que passava por tantos carros que não estavam sendo utilizados. E ficou com isso na cabeça. Suas pesquisas iniciais indicaram que um carro ficava estacionado, em média, 23 horas por dia e que havia 1,2 carro para cada motorista nos Estados Unidos. Havia muita ociosidade dos automóveis. Não havia um jeito de ter acesso a esses carros particulares e fazer com que seus donos ainda recebessem por isso? Será que as pessoas querem ter carros ou meios de locomoção eficientes, principalmente em Boston que tem um trânsito intenso nos horários de picos de manhã e no final da tarde? São essas duas perguntas que orientaram a criação da RelayRides.com, um serviço online onde proprietários de veículos colocam seus carros para locações curtas e pessoas que precisam se locomover sem depender do transporte público podem ter acesso a automóveis pagando até um terço de uma tarifa de locação normal. A empresa começou em Boston, depois São Francisco e agora atua em todo o país. Desde 2010, já recebeu cerca de US$ 44 milhões de investidores como Google e General Motors, que chancelam o potencial do negócio. Esses investidores apostam na tendência mostrada por Jeremy Rifkin, autor do livro “A Era do Acesso” (Makron Books) há mais de dez anos atrás, quando previu que o mais importante no futuro não seria a posse mas o acesso a um…
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