Autor:
Sérgio Lazzarini
Atualizado em 04/04/2016.
Qual é a melhor forma de aplicar recursos privados em iniciativas de interesse público? Na semana de 28 de março a 1º de abril acontece a Semana de Investimento Social, proposta pelo 9º Congresso GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), encontro que discute a cada dois anos a participação da iniciativa privada em investimentos sociais no país, com a participação de especialistas brasileiros e estrangeiros.
O professor e coordenador do Metricis (Núcleo de Medição para Investimentos de Impacto Socioambiental do Insper), Sérgio G. Lazzarini, participará da Semana com a organização do debate, no Insper, “Como remunerar por impacto? A evolução dos títulos de impacto social”.
Investimentos de impacto buscam conciliar resultado financeiro e resultados socioambientais mensuráveis. Um mecanismo que recebeu muita atenção, conta Lazzarini, são os títulos de impacto social (social impact bonds), criados pela ONG inglesa Social Finance, a partir de 2009. O governo britânico tinha um gasto elevado com a manutenção de presídios, mas ainda assim convivia com uma elevada reincidência entre os entre os ex-presidiários que retornavam às ruas. Os investidores de impacto trabalharam em ações de apoio à reintegração dos presos – e foram bonificados pelo poder público à medida que a redução da reincidência gerava economia para os cofres do governo.
“No Brasil, ainda não temos títulos de impacto social conforme concebidos na Inglaterra, mas estamos perto disso”, afirma Lazzarini. Já existem diversos contratos em que o governo e institutos remuneram os investidores pelo impacto socioambiental gerado. Um exemplo brasileiro é a rota turística da Lund, uma parceria público-privada entre o governo de Minas Gerais e uma empresa privada interessada que ganhou a licitação para assumir a gestão da rota. Quanto mais a empresa (e seus investidores) conseguirem gerar impacto mesurado, maior a chance de que receberão um pagamento extra pelo governo.
O Insper Metricis desempenha o papel de estudar mecanismos modernos de gestão de impacto e elaborar métricas e metodologias que possibilitem segurança ao investidor privado – e, ao mesmo tempo, confiabilidade nos parâmetros definidos pelo setor público. No congresso GIFE, Lazzarini, ao lado da professora Angelica Rotondaro, da University of St. Gallen, apresentará uma pesquisa conduzida pelas duas instituições sobre mensuração de ações de impacto, no dia 29 de março, às 14h. Saiba como foi o evento. Acesse a apresentação e veja o vídeo da palestra.
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