A mentalidade dos brasileiros em relação ao trabalho tem mudado nos últimos anos. Se no passado o desejo era fazer carreira dentro de uma empresa ou conseguir um cargo público, hoje é o empreendedorismo que ganha destaque.
Possuir um negócio próprio é o quarto maior desejo do brasileiro. A vontade de empreender é maior do que viajar para o exterior, ter um diploma de ensino superior e trabalhar no setor privado; e só fica atrás de viajar pelo Brasil, ter casa própria ou comprar um carro. Os dados são da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2016 em parceria com o Sebrae.
O empreendedorismo tem crescido sobretudo entre os jovens, que estão priorizando a satisfação de fazer algo que gostam acima de uma carreira tradicional. A pesquisa revelou que a faixa etária mais representativa na intenção de ter o próprio negócio (31,4%) é dos 25 aos 34 anos.
“Me formei no Insper e trabalhei no mercado financeiro por sete anos, mas aquilo não estava me fazendo feliz. Foi quando resolvi mudar e empreender”, conta Bárbara Diniz, fundadora da Dress & Go, plataforma de e-commerce de aluguel de vestidos de festas assinados por estilistas de renome.
Confira algumas dicas valiosas de empreendedores que já estão no mercado há algum tempo e que podem ser o diferencial para ter sucesso na administração de um negócio próprio:
Fomentar o debate
Todos devem ter a liberdade de se expressar, independentemente do cargo que ocupam. Fomentar o debate é um dos caminhos apontados para o crescimento de uma empresa.
Uma ideia de valor pode nascer em uma conversa informal e pode vir de qualquer um. No entanto, para isso, é necessário abrir um espaço de fala de forma inteligente.
“Todo mundo pode discordar, é da discordância que surgem os melhores debates. Mas não é a discordância pela discordância, é ter argumento e saber onde quer chegar. Trazer o problema junto com a solução”, avalia Carlos Fonseca, que depois de 12 anos como sócio do BTG Pactual, está abrindo sua própria fintech, o C6Bank.
Diminuir tempo de reação
Ouvir os clientes é recurso-chave quando se empreende e a resposta a um problema deve ser ágil. Nos dias atuais, um consumidor insatisfeito pode causar a perda de outros clientes através de comentários negativos na internet e a equipe deve estar sempre atenta e reagir o mais rápido possível.
“No fim do dia, a cadeia toda é importante. Temos que ouvir os parceiros, os fornecedores e, sobretudo, os clientes. Devemos estar o tempo inteiro atentos para atender uma demanda. Ouvir as reclamações e tentar mudar. O segredo é o tempo de reação, e você só terá um tempo de resposta rápido se tiver uma equipe focada nisso”, pontua Sérgio Saraiva, vice-presidente executivo da Cielo.
Aproximar o cliente
Mesmo se o seu negócio for totalmente virtual, as relações pessoais existem e não dá para abrir mão delas. Neste caso, o Customer Experience é algo essencial, porque o foco principal é tentar vender uma experiência individual e não um produto.
“Hoje, os clientes querem atendimento especializado. A experiência é individual e diferente para cada um. O desafio é especificar um indivíduo ao invés de um grupo”, pontua Bárbara.
Bárbara, Carlos e Sérgio participaram do debate Entendendorismo – A Transformação dos Negócios e o Reflexo no Capital Humano, no Insper, no dia 10 de abril.