A confiança dos empresários de pequenos e médios negócios na economia brasileira, para os próximos três meses, teve queda de quase 8%. É o que mostra o resultado do Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN), referente ao segundo trimestre de 2014, divulgado em março pelo Centro de Pesquisas em Estratégia (CPE) do Insper, com apoio do Santander.
O indicador apresentou recuo de 4,8% na confiança geral dos empresários, para 65,9 pontos, ante os 69,2 pontos registrados no primeiro trimestre do ano. Esta é a quarta queda consecutiva do índice, desde que atingiu seu ápice no segundo trimestre de 2013, aos 75,2 pontos. “Isso se dá, principalmente, pelo aumento das incertezas com relação ao futuro da economia, que já atinge todos os setores”, explica José Luiz Rossi Junior, professor e pesquisador do Insper, economista responsável pela pesquisa.
O IC-PMN mede a confiança do empresário de negócios com faturamento anual de até R$ 80 milhões na economia brasileira. O índice reflete as perspectivas deste grupo com relação ao futuro da economia, do seu setor e do seu próprio negócio. Trimestral e único no país, o indicador foi lançado em novembro de 2008 e é elaborado pelo Centro de Pesquisas em Estratégia do Insper em parceria com o Santander. Os empresários respondem questões obedecendo a uma escala de 0 a 100 pontos, onde 100 representa o nível máximo de confiança.
Economia puxou o índice para baixo
Os dados, obtidos por meio entrevistas telefônicas com 1.336 empresários de todo o país, apontam queda em todas as questões que compõem o índice. A perspectiva de crescimento da economia teve a queda mais acentuada, de 7,9%, passando de 61,6 pontos no primeiro trimestre para 59,5 pontos agora. Também caiu bastante a intenção de realizar novos investimentos (6,2%), área que ainda apontava ligeira alta entre janeiro e março, de 67,8 pontos para 63,6 pontos. A expectativa com relação aos lucros recuou de 73,8 pontos para 71,5 pontos agora.
IC-PMN por questão abordada

Quando separados por regiões, entretanto, o panorama é um pouco diferente. Os empresários de PME na região Norte mostram-se ligeiramente mais animados que seus pares em outros estados. O IC-PMN na região subiu de 69,7 pontos no primeiro trimestre para 69,89 pontos no segundo. Já nas demais regiões o indicador caiu, com destaque para o Nordeste e Centro-Oeste, com queda de 9%.

Preços devem ser mantidos
Mesmo diante de menor otimismo, entretanto, a maioria dos empresários de PME (53%) pretende manter os preços cobrados por seus produtos. No levantamento feito para a pesquisa, uma das questões abordou as perspectivas de preço para 2014, diante do quadro econômico atual. “Preço é um elemento muito importante na gestão das empresas por ter impacto imediato no faturamento. Mudanças radicais e mal planejadas podem ter efeitos danosos para os resultados de longo prazo”, explica o professor Danny Claro, coordenador deste projeto do CPE.
“O resultado do IC-PMN é coerente com o que têm mostrado outros indicadores de confiança da economia”, diz Luiz Fernando Turatti, coordenador do Centro de Pesquisas em Estratégia.