O Índice de Confiança do Empresário de Pequeno e Médio Negócios (IC-PMN) mostra que os empreendedores de pequeno porte estão menos otimistas com as perspectivas econômicas para o terceiro trimestre. Houve queda de 4.10% no indicador, que passou de 74,3 pontos no segundo trimestre para 71,2 pontos no próximo. No entanto, as previsões com relação ao faturamento, lucro e contratações de empregados mantiveram-se praticamente estáveis, revela a nova pesquisa.
O Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN) foi desenvolvido pelo Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, em parceria com o Banco Santander. Para a pesquisa do IC-PMN, foram ouvidos 1,2 mil pequenos empresários, entrevistados nas cinco regiões do país, nos três ramos de atividade (comércio, serviços e indústria) e que faturam até R$ 30 milhões por ano.
Para explicar a menor confiança na economia e, ao mesmo tempo, a manutenção do lucro e faturamento do pequeno negócio, o professor do Insper, José Luiz Rossi, integrante da equipe que desenvolve o índice, afirma que os empresários podem estar mais pessimistas em função do agravamento dos acontecimentos no exterior, como a crise da dívida pública da zona do euro, iniciada na Grécia, e com extensão na Itália, Espanha, Portugal, entre outros países.
O empresário também considera, em sua percepção futura da economia, o recuo da projeção de crescimento do Produto Interno Brasileiro (PIB) do país para 2012. “Mas, o microempresário brasileiro não teme crise aguda no próximo semestre, já que pretende manter o número de empregados. Para ele, será um período de crescimento baixo, mas contínuo”, diz.
O resultado da pesquisa aponta que o setor de serviços, que se beneficiou do aumento de renda da população ao longo de 2011 e início de 2012, já está sentindo a desaceleração da economia. Enquanto isso, o dono de pequenas empresas no setor industrial demonstra otimismo com os incentivos do governo para a indústria manter-se aquecida, explica Rossi.
Durante o levantamento do índice IC-PMN, pelo Insper e Santander, foi feita uma pesquisa com os empresários sobre os empréstimos tomados pelo segmento de pequena e média empresa. A pesquisa, feita com exclusividade para o Valor, mostrou que mais da metade dos entrevistados (60,2 %) contrata financiamento para investimentos no próprio banco onde a empresa tem conta. Outros 14,6% solicitam a amigos e familiares, outros bancos ou outras fontes. Mais de 25% declararam não precisar de financiamento para investir.
A mesma pergunta foi realizada com relação às expectativas no 1o trimestre deste ano. Na época, os percentuais obtidos ficaram próximos aos atuais. Na análise do professor do Insper, José Luiz Rossi, o atual resultado da pesquisa revela que, mesmo com a queda dos juros nos financiamentos para o segmento de pequeno e médio negócios nos últimos meses, a taxa praticada não está tão atrativa, principalmente, em um ambiente de desaceleração do crescimento..
(Valor Econômico – 29/06/2012)