Autor:
Marcelo Moura
Brasil e México são os países da América Latina que adotam as políticas mais rígidas para controle da inflação, por meio do uso de taxas de juros, aponta pesquisa realizada pelos professores Marcelo Moura, do Insper, e Alexandre de Carvalho, da UFABC. O levantamento estudou as políticas monetárias adotadas nas sete maiores economias da América Latina.
O estudo, que divide os países em “falcão” (duros no combate à inflação) de “pombos” (tolerantes com relação à inflação), usou dados mensais de 1999 a 2008. Para cada país, a política de definição da taxa de juros pelo Banco Central foi estimada estatisticamente através da Regra de Taylor, que pressupõe que os juros são positivamente relacionados com o nível de inflação e nível de atividade da economia.
Segundo Moura, os resultados obtidos separaram os países em três grandes grupos. México e Brasil são as duas nações que apresentaram posturas de “falcão”, subindo a taxa de juros real quando a inflação estava acima da meta de inflação. “Os resultados mostram, de forma matemática, a forte reação da política monetária quando o índice de inflação passada ou a expectativa de inflação estão acima da meta”, explica o pesquisador.
O segundo grupo, que inclui Chile e Peru, mostra uma postura mais branda em relação ao primeiro grupo. Já Argentina, Venezuela e Colômbia se qualificaram como ”pombos”, ou seja, não aparentam ter uma política monetária ativa para controlar os índices de inflação quando eles ficam acima do previsto.
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